Não sou PeTista. Aliás, não sou filiado a partido algum. Se bem que, volta e meia, aparece um rotulador ignorante 'me filiando'. Tenho minhas críticas ao PT e seus governos. Quem acompanha meus textos e postagens sabe disso. Sou taoista (filosoficamente falando), e no ocidente me relaciono filosoficamente com Nietzsche, Hakim Bey e mais recentemente com Agamben (entre outros do timbre). Estive na fala de posse do Lula na sua primeira eleição como vitorioso, no FSM (Fórum Social Mundial) em Porto Alegre/RS, no meio de uma multidão, no período, de em torno de 200 mil pessoas. Já estudava e vivia 'política e filosofia, sociologia e história' (além das artes) na época. Assim como já participava de movimentações culturais-artísticas e sociais-políticas. E por isso tenho certa propriedade e consciência do que falo.
foto que fiz no FSM, na beira do Guaíba, POA/RS, Brasil, 2003, discurso de Lula (posse), onde palestinos e israelenses, juntos, levantavam suas bandeias.
Do final dos anos 80 até hoje, foi nos anos do governo da 'esquerda' (com todos seus erros, falhas e integração com o jogo liberal-capitalista-burguês) que tive, como estudante, profissional (professor) e cidadão, meus melhores momentos sociais e econômicos, minhas maiores oportunidades de acesso ao que necessito para viver. E assim foi com todo o país praticamente. Pobres puderam avançar para certa condição de vida melhorada, tendo mais acessos. A miséria foi quase totalmente abatida (ou totalmente). A dita 'classe média' ascendeu como nunca, e os ricos, estes também puderam ficar ainda mais ricos. Tudo isso num tempo de mais ou menos 15 anos. Os 15 anos mais 'equilibrados', 'competentes' e 'justos' da história deste país (falando de uma forma 'geral'). Ou seja, com todos os erros e perdições no jogo político-ideológico que a 'esquerda' teve neste tempo, Lula e Dilma estiveram na cabeça do melhor período social, econômico e cultural da história do Brasil, independente do meu gosto, crença ou posição política. Sim, como eu já disse, tiveram muitos erros, se deixaram contaminar em alguns sentidos, mas, o que nos afeta realmente, é a condição existencial, econômica, social, o 'básico' para se estar vivo com certa dignidade. E isso, o 'governo de esquerda' propiciou. Não foi o 'ideal', o 'totalmente justo' e 'equilibrado', mas foi a 'melhor realidade social' que tivemos na história até então. E é isso que é 'realidade', para além dos ideais ou dos discursos ideológicos. O mais, vem depois. Sem o básico, não existe o aprimorado. Sem a condição mínima, não se pode chegar numa dignidade humana de ser-estar, ao 'equilíbrio' social, econômico, cultural e político-ideológico. E é disso que se tratam minhas reflexões e posições. Simples! (para alguns, acho que não). E hoje, tristemente, vejo Lula (o maior presidente que o Brasil já teve neste sentido e contexto, com todos seus acertos e erros), ser preso por uma elite monopolista que nunca lutou (nem se quer viveu com consciência) por esta 'realidade' ou 'condição' mínima e básica de que me refiro. A mesma elite que não gosta de pobre, preto, puta, operário, que tem preconceito contra semi-analfabetos, diferentes, livres, pessoas de verdade e que lutam para sobreviver com todas as desigualdades e injustiças ao seu redor. E Lula, representa um pouco esta gente. E eu, pertenço a esta realidade, pertenço a esta gente. Lula, independente do que eu ache, do que você ache ou pense, é povo, coisa que Eles (elite), não são.
Julgar é fácil quando se está em situação privilegiada. Mas, longe dos ternos e gravatas, das togas, da frieza das leis, da proteção das mansões e carrões e seguranças privados, da vida privada e 'blindada' elitista, do poder que isso tudo 'garante' (até a morte ou o acidente ou o Caos chegar para um abraço), nas quebradas escuras das ruas, onde vivem as gentes, estas pessoas (elites privilegiadas) são frágeis criaturas sem poder algum. Mais frágeis do que eu - e você. Portanto senhores e senhoras, aconteça o que acontecer, estes 'dominantes enfeitados' e sua 'justiça afetada', não passam de uma grande 'mentira'. Pois, ao cair na rua, nos dias e realidades dos 'comuns', eles tornam-se presas fáceis de um sistema que eles mesmos tem culpa de ser. Enfim. Eles terão suas 'recompensas', assim como seus ignóbeis reprodutores...