sexta-feira, 18 de dezembro de 2015

Leituras do Cotidiano

Onde chega a incoerência, a imoralidade e falta de ética na política nacional?

Oposição (PSDB, DEM, PP, assim como membros do PMDB e PSD, que em tese são aliados na base do governo) quer o impeachment da presidenta Dilma por ainda não terem aceitado a derrota nas urnas, além da elite econômica da qual são representantes que sempre foi contra os programas sociais do governo atual. Um ato típico, medíocre e covarde de 'vingança', na estratégia mesquinha do 'quando pior melhor'. Um atentado contra a democracia.

Em entrevista na TV o presidente do PSDB nem disfarçou e, descaradamente disse que 'se o presidente do congresso Eduardo Cunha levasse adiante o pedido de impeachment da presidenta, seu partido votaria contra sua cassação, no processo de acusação de dinheiro ilícito de Cunha na Suíça, caso contrário, votaria a favor'. Ou seja, uma proposta 'indecente' dita em bom e alto tom publicamente. Falta de ética e moral, falta de vergonha na cara destes 'ilustres engravatados'. Enquanto isso, parte do PMDB, também descaradamente propôs que o PT aliviasse o lado de Cunha, em troca, também aliviariam no caso do processo de impeachment de Dilma.

E como pode Cunha, sofrendo um processo de cassação ter tal 'poder'? Cadê a coerência nisso?

Urgentemente é necessária certa 'moralização' e coerência na política institucional oficial brasileira, talvez algumas boas aulas de ética. Caso contrário, continuaremos reféns desta jogatina pelo poder a qualquer custo.

A carta

A carta de Temer para Dilma (lida em alto tom e muitas aspas no jornal da Globo), entrega que o pedido de Impeachment é mesmo um golpe. Me desculpem, mas agora só não vê quem sofre de 'miopia' ou não quer ver...

Crime organizado contra a democracia

Cunha, Aécio, Temer e Paulinho da 'fraqueza sindical': união do 'crime organizado' contra o Estado Democrático de Direito. E o golpe sendo dado...

Cunha-ram o golpe...


* também publicado no jornal Gazeta de Chapecó.





sexta-feira, 11 de dezembro de 2015

Leituras do Cotidiano

Professor explorado: educação mal tratada e medíocre

Enquanto governos, polícia e Estado reprimem violentamente estudantes e professores dentro das escolas (leia-se São Paulo) e nas ruas (leia-se Paraná), não valorizando devidamente o trabalho dos professores, parte significativa do setor privado (escolas particulares) representadas pelo SINEPE (seu sindicato em SC) exploram o trabalho do professor. Como?

Passar horas corrigindo e elaborando avaliações, recuperações, exames, etc., em casa, madrugada à dentro ou em finais de semana, e o SINEPE, nas negociações entre sindicatos, faz pouco caso, ignorando esta exploração, não querendo nem ouvir falar em 'hora-atividade' (tempo pago ao professor para bem avaliar e produzir materiais que servirão ao aluno e à escola).

Este é modo com que se faz uma educação de qualidade? Educação que vá além do mercado e das burocracias, além da disputa besta que ainda são os vestibulares, concursos e afins? Essa é a educação que querem os pais, as escolas, os professores, os alunos? Alguém já perguntou a estes últimos se é isso mesmo e desta forma que deve ser?

Por isso e por outras é que o país, a educação e a cultura (de uma forma geral) estão como estão, são o que são. O que mais existem são pretextos, justificativas, desculpas. Agora ‘a culpa é da crise'. E antes, era de quem?

De uma forma geral, o número de estudantes matriculados na rede particular de ensino aumentou, assim como aumentaram o número de escolas, cursos e faculdades neste terreno, e - assim como aumentam as mensalidades pagas pelos alunos/pais. Mas, e o salário do professor? A hora-atividade? A dignidade dos principais agentes da educação (os professores) porque não acompanham estes 'aumentos'? Eim SINEPE?!

O que ainda salva um tanto da educação, da dignidade que ainda resta nela, são justamente, alguns mestres ou professores (trabalhadores da educação), além de alguns projetos, os que não são valorizados e, portanto, dignificados na sua missão (que vai muito além da profissão). Enfim.

Enquanto assim for ou continuar, teremos isso, o que todos estão vendo e muitos fingem não ver e desconversam: Uma educação (que compõem a cultura) capenga, mesquinha e/ou medíocre de uma maneira geral, e uma cultura e realidade violentas, corruptas, estúpidas ou débeis, nas suas formas de pensar, agir ou ser...


* também publicado no jornal Gazeta de Chapecó.



quinta-feira, 3 de dezembro de 2015

Leituras do Cotidiano

Dos discursos e contradições

A 'esquerda' latino-americana perde um importante espaço político com a derrota de uma aliada ‘centro-esquerda’ na presidência da república. Enquanto isso, na espetaculosa medíocre mídia brasileira, comemoração em tom cínico. O novo presidente argentino em discurso eleitoral disse que vai governar 'sem ideologia', mas na sua primeira fala pós-eleição também disse que vai pedir a retirada da Venezuela do MERCOSUL. Grande ‘coerência’, não?! O sonho da esquerda em unificar a América Latina como soberana frente aos interesses imperialistas capitaneados pelos EUA, vai desfalecendo, enquanto o ‘velho’ neoliberalismo que assombrou os anos’90 vai sorrindo novamente.

Um erro da teoria economicista?

A melhoria da condição econômica da população brasileira e, consequentemente, o aumento do consumo, não acompanhados na mesma proporção de um aprofundamento cultural e educacional, gerou um aumento significativo da intolerância, da violência (física e simbólica), assim como da manifestação da ignorância em muitos níveis sociais e políticos. Isso comprova que, não é só a ‘economia’ quem determina o meio e a cultura, como proferem alguns interpretes do marxismo e seu aspecto ‘economicista’. Erro teórico? (se é que isso existe, pois toda teoria quando apontada para o futuro como um caminho de tempo linear-progressista que promove uma crença idealista de progresso, é apenas uma perspectiva, uma projeção, uma crença, e não uma verdade ou realidade), ou erro de interpretação? Em todo caso, além de teorias, leituras e interpretações, é necessário perceber as transformações históricas e suas contradições, para além da crença e da perspectiva ou intenção. Toda teoria não deve ser concebida como um receituário, bula ou religião, mas apenas como possibilidade. Os avanços sociais que o Brasil teve nestes últimos anos com os governos Lula e Dilma vão balançando com isso – por isso.

Novo romance místico?

Eduardo Cunha alivia sua investida no processo de impeachment da presidenta Dilma. Em troca, do outro lado, parte significativa do PT alivia o processo de cassação de Cunha. É o jogo amigos! Um jogo, sob tudo, obediente a uma estrutura de poder que, historicamente, tem como forma as negociações, as trocas de interesses e de benefícios. Tudo em pró de um poder que quase não se sustenta, onde a realidade se torna uma ironia do destino, jogada, como dizem, a toda sorte, como bem fabulam certos discursos místicos. Enquanto isso, a realidade nua e crua de alguns muitos brasileiros continua sendo um carma.


‘O bolsonarismo é o despertar do neonazismo a brasileira’.


* também publicado no jornal Gazeta de Chapecó.