Vivemos tempos sombrios na política. A dissolução do MinC
(Ministério da Cultura) sob o título de anexação ao Ministério da Educação
(junção de pastas), e o fim do Ministério do Desenvolvimento Agrário, entre
outras ações retrógradas do atual ‘novo-velho’ governo (interino), conotam o
desmantelamento de uma estrutura socioeconômica constituída com muito esforço e
luta por parte dos trabalhadores nas áreas afins. Enquanto isso, ministros
nomeados na lista da Lava Jato, e a grande mídia fazendo pouco caso de todos os
retrocessos. Na Educação, o novo ministro sinaliza apoio à cobrança de
mensalidade dos alunos nas Universidades públicas, enquanto o MEC (agora
Ministério da Educação e Cultura) suspende novos contratos do Fies, Prouni e
Pronatec em faculdades. E pelo mundo, o Brasil vai virando motivo de crítica,
ironia, piada. Os batedores de panelas e manifestantes uniformizados pela FIESP
e demais entidades industriais-empresariais (FIESC, ACIC, CDL e afins), deram
uma sumida (arrependimento ou satisfação?), enquanto a OAB, STF e demais
entidades do ‘gênero Olimpo’, tentam amenizar suas cumplicidades no processo de
‘golpe’ (impeachment), de forma a manterem seus status. Mas a realidade não
quer calar, e a política e a realidade brasileiras vão se tornando um antro de
interesses privados, onde a ‘corrupção’, palavra tanto gritada nas ruas, se
abriga com maior segurança debaixo de um governo golpista e seus financiadores.
O sonho mesquinho de muitos ‘anti-petistas’ vai, aos poucos se perdendo no
chão duro da história. Isso não é mais democracia. Nunca se teve um
autoritarismo como o de agora, diferente daquele do regime militar, mais
maquiado e sem repressão direta dos militares. Uma ditadura de certa elite
econômica, ou seja, do setor privado em comunhão com a mídia e o judiciário
brasileiros. Todos se portando como ‘semi-deuses’ no Olimpo, brincando com a
população e contando com o mais forte dos aliados, a estupidez e mediocridade
do senso comum. Assim, maquiados e na vertical, vão saciando seus fetiches
autoritários...
Não pense
em crise, trabalhe! (?)
Sim, vou
parar de dormir, comer e me divertir então, pois o que mais faço (como todo o
trabalhador deste país) é trabalhar, cumprir horários. Com toda a tecnologia
'disponível' e os excessos (sobras) do mundo capitalista, hoje, bastariam em
torno de 15 a 20 horas semanais de 'trabalho' para TODOS viverem dignamente, é
só organizar. Mas o 'sistema' é um monstro que come cabeças, almas, corpos, e
quer seu sangue e seu suor transformados em cifrões, sendo o 'trabalho' (da
forma que é) um escravismo disfarçado de necessidade e honra. Os ‘golpistas’,
até então, só falavam em crise... crise... tanto que a alimentaram. Agora não é
mais para pensar ou falar nela. O discurso já é outro. Demagogos hipócritas e
seus rebanhos, dissimuladores da realidade e do bom senso, ‘vão a M...!’
Adeus ao Chocolate...
Xapecó
perde mais um de seus 'personagens' históricos. As ruas da cidade estão mais
tristes e vazias. Será que alguma rua será batizada com seu nome?
Bom
descanso Chocolate!* também publicado no jornal Gazeta de Chapecó