terça-feira, 12 de maio de 2020

Crises: viral, política, cultural, civilizatória.. e a resposta da Natureza...

Isso tudo mostra o quão vulnerável é esta ordem social, esta organização ou sistema.. e o quão é desleixado o governo e a coletividade humana, sobre tudo na questão 'econômica' e trabalhista (onde há pouca união das categorias)..
o vírus é algo natural.. acontece.. mutação da Natureza que encontra seus caminhos.. o problema é a cultura, ou seja, o modo de vida, a sociedade ou civilização, que é excessiva, vai muito além do que necessita.. explora, mal trata, esgota.. e devido as suas ações, espalha o vírus.. a Natureza já faz tempo que dá seus avisos, recados, e está novamente fazendo isso, só que desta vez, reagindo, naturalmente, se defendendo, dando, mais que aviso, respostas.. já que a dita humanidade não ouve ou percebe, é preciso mostrar de outra forma.. mas, pelo jeito ainda não percebeu..
se não mudar o modo de vida, as prioridades, o trato com a Natureza (que inclui nós humanos, além das plantas, bichos e todos os outros organismos vivos), a partir da nossa forma de se organizar e viver (é necessária uma nova forma: 'sem excessos'), a tendência é que continue assim.. e aos sobreviventes, virão outras 'respostas', outras calamidades, por culpa do desequilíbrio causado pela própria civilização, principalmente a partir das elites e seus governos..
caminhos diferentes e mais sustentáveis existem.. mas, a elite e seus reprodutores não falam disso, talvez nem pensam em mudar.. e aí está a triste e impactante realidade, sobre tudo, para o trabalhador e os mais necessitados.. num primeiro momento..
a Natureza dá seu jeito, e no fim, sempre prevalece...

Síntese de uma realidade deplorável:

Corrupção no governo federal: onde o presidente oferece cargos ao centrão em troca da sua blindagem no poder.. e o auxílio emergencial que é destinado aos mais necessitados, é pago indevidamente à militares.. corrupção no governo do Estado de SC pela compra superfaturada de respiradores.. prefeitura de Chapecó que insiste na liberação de atividades não essências fazendo da cidade recordista em casos de contaminação, tendo casos de corrupção não resolvidos (superfaturamento do corredor de Natal e das estátuas empresariais).. enquanto a floresta amazônica é devastada, povos indígenas são infectados, e o povo, o trabalhador, se contamina e morre.. tudo sob o controle de uma elite covarde.. ela e seus governos genocidas que 'normalizam' a situação..
estes são os governos que muitos elegeram.. este é o brazil atual...


"Nosso século, que tanto fala de economia, é um esbanjador: 
esbanja o mais precioso, o espírito." 

(F. Nietzsche)



terça-feira, 5 de maio de 2020

Desistências e continuidades...

Foi a dureza do mundo.. a frieza numérica desta civilização (pois para governos e outros poderes, é o que somos, números).. o que fez com que o ator Flávio Migliaccio cometesse suicídio.. num momento de crise viral e moral, a crise política se intensifica por causa destes governos, suas elites (ou vice-verso) e  seus reprodutores.. e é triste de ver e saber deste fato.. trabalhadores/as, camponeses, indígenas, moradores de rua, sendo mortos por aqueles que tem poder (e sangue) em suas mãos.. natureza sofrendo ataques da ganância humana.. num país onde a diversidade e a divisão (de terras e renda) deveriam ser a maior característica.. assim, aqui, ninguém adoeceria de fome ou por falta do que é básico para viver.. mas não, uma minoria comanda e usufrui de toda nossa riqueza, natural e cultural.. natural que deve(ria) ser para todos.. e cultural que é produzida pelos trabalhadores/as, que todos os dias cumprem seus deveres e horários (agora, com a crise epidêmica, até mais do que isso)..
Como professor e artista amador, sinto muito.. e estou mais cansado do que nunca.. não pelo isolamento social, com ele estou até aprendendo (quando há tempo).. mas, por causa dos fatos.. nunca vi tamanha bestialidade neste país.. como nunca trabalhei tanto preenchendo formalidades incoerentes por exigência de um Estado e seus burocratas que não sabem como é dar aulas, e muito menos conhecem do conteúdo que, como professor, conheço/estudo/trabalho.. alguns pedagogos burocratas inventam coisas para que cumpramos, e os governos nos despejam sem a menor responsabilidade e coerência, a maioria delas sem sentido, principalmente para o momento.. para a educação, para a vida.. mas ela, a vida, é o que menos importa para estes, preocupados em controlar e ter números somados depois nas suas estatísticas e contabilizações estúpidas, quando o que importa(ria) seria a saúde mental, física, existencial do ser humano.. o que se aprende, nós, professores ou mestres, e a vida ensinam.. as formalidades são distrações e excessos.. excessos estes, os que, justamente, estão empurrando a civilização para o abismo.. mas muitos fecham os olhos pra isso.. a sabedoria ancestral nativa (indígena e taoista) nos mostra faz tempo os caminhos.. e a Natureza vem, faz tempo também, nos alertando destes excessos.. mas, cegos e surdos, viciados neste modo de vida decadente, um sistema que tem donos: os poderosos (grande empresários, latifundiários, alguns religiosos e seus governos), e que serve pra poucos, insistimos em manter.. em nome dos seus monopólios, acúmulos e excessos, adoecemos e muitos de nós morremos (e morreremos)..
Sinto muito pelo que esta acontecendo, a exemplo deste grande ator (de do grande compositor e cantor Aldir Blanc, que morreu de Covid 19 por não ter condições de pagar um tratamento adequado - um grande artista abandonado pelo seu governo/país, e nenhuma nota da secretária de Cultura deste governo) que se cansou e desistiu desta cultura ou civilização.. mas, busco força/energia na Natureza, nas artes e nos seres sensíveis, para que possa(mos) seguir lutando.. buscando as mudanças necessárias para melhorar este mundo que, só livre dos excessos, poderá ter o equilíbrio fundamental para sua continuidade...