quinta-feira, 25 de setembro de 2014

Imagem


(tiro dado em Florianópolis, jan. 2014)


Não gosto da imagem limpa. Não gosto da imagem sem resíduo sem rasura. Gosto da imagem chamuscada d’algum risco. Paredes com textura sempre me chamaram mais a atenção do que paredes lisas. Muros grafitados ou pichados, mais do que muros cinza da massa do cimento. Gosto mesmo é dos muros onde limbos e fungos vivem impregnados. Muros verdes e úmidos de tempo vivo. Muros cinza de cimento e lisos de pá de pedreiro são muros mortos, construídos para caírem. Muros ásperos e sujos são vivos para resistirem vivos no tempo. Assim como gosto dos muros vivos, gosto das imagens vivas. Imagens que se movimentam mesmo estando paradas. Movimentam-se pelo olhar alheio, onde cada olhar vê movimentos diferentes. Imagem limpa não dá vida. Imagem tratada a computador de publicidade é imagem fabricada para só ver. Imagem que convence, mas não interage nem muda o olhar. Imagem que permanece, pois está morta. Imagem viva é outra coisa, ela fala e faz sentir. Ela grita e faz doer. Ela geme e faz sofrer. Ela tem rasura e às vezes é desfocada. Ela integra desintegrando e desintegra integrando. Imagem fotografada tem que ter acorde dissonante e linguagem que se move. Imagem que é arte. Imagem que traz em si o momento registrado, mesmo que ele nunca tenha sido do jeito imaginado. Imagem que fala por si só, pois tem voz própria e nunca pede silêncio.


* também publicado no jornal Folha do Bairro, 26/09.



Leituras do Cotidiano, 26/09


Eleições: ‘mudanças’ e ‘alternativas’?




Nesta corrida, alguns candidatos representam - sob tudo aos olhos dos que veem a política como algo possível, porém, um tanto ideal - 'alternativas' a essa ‘estrutura’ de poder, constituída historicamente (diga-se de passagem). Ou seja, não é ‘privilégio’ de nenhum Lula ou Dilma o contexto nacional de hoje, no que tange as estruturas consolidadas (para além dos avanços ou mudanças). Muito do que há é ‘herança’ de governos, estruturas ou contextos passados. Mas temos novidades sim, sob tudo no âmbito social e econômico. Nesses dois polos, nunca estivemos tão bem, conste. Voltando aos que ‘representam alternativas’, o grande problema destes é que eles não têm estrutura suficiente para governar/administrar, já que contam com uma outra estrutura, velha, viciada, que mais atravanca do que possibilita ações e boas mudanças. Como estes ‘alternativos’ não tem força nem estrutura suficiente, correm o sério risco de caírem junto com suas frágeis ‘estruturas novas’. O ‘sistema’ é um monstro que se alimenta da fraqueza alheia. Considerando o contexto atual, seria fundamental uma Reforma Política, descente, e que desse conta de mudar este panorama viciado, onde o ‘monstro’ faz e se satisfaz dando as cartas marcadas do jogo a quem ele bem entende. Ou seja, é uma eleição entre, garantir e depois lutar para ampliar alguns bons avanços que houve nos últimos anos, sob tudo nas áreas sociais e econômica, ou por em risco e ainda perder isso tudo por aquilo que é muito incerto e duvidoso (leia-se candidaturas Marina Silva e Aécio Neves). Vivemos um momento de ‘crise mundial', global, pouco ou quase nada sentida por aqui, devido ao ‘bem sucedido’ plano econômico e social do governo federal atual. Mas a crise é prolongada e continua lá fora, com respingos aqui dentro. Crise que iniciou em meados de 2008, onde que o Brasil está, até então, se saindo bem, se comparado aos países 'ricos' do velho mundo. Todos os oposicionistas do governo atual falam em ‘mudança’, sejam eles ‘alternativos’ ou não. Neste ponto, o discurso converge: ‘corrupção, violência e mudança’. Nada mais óbvio (e oportunista, é claro!). Essa 'mudança' será certamente garantida se por acaso houver a derrota do ‘projeto de governo atual’, de fato. Mas uma mudança possivelmente nada boa no sentido social, tendo em conta que, a postura histórica das 'elites' políticas e financeiras do país sempre foi a de diminuir direitos do trabalhador, sugando suas forças em prol de privilégios e certas exclusividades. Então, o perigo ronda. Quem viveu acordado noutros contextos - de 10 a 15 anos para trás - deve saber muito bem a diferença entre hoje e ontem. Por isso é que, infelizmente, hoje, não contamos com ‘alternativas’ reais de ‘boas mudanças’ a nível eleitoral ou político. Ou seja, não é uma troca de poder que vai dar conta das questões mais urgentes do nosso país. Não é tão fácil ou simples assim como rezam os discursos. Mas a real possibilidade existe, sob tudo numa continuidade dos avanços que devem não vir somente do governo, mas das organizações políticas em torno dele e da sociedade como um todo. As outras ‘boas mudanças’ também, quem sabe a partir de uma Reforma, inicialmente política, depois midiática e judiciária – e assim por diante. Aí começamos falar em ‘boas mudanças’. Pois, mudar, a qualquer custo, não significa ‘melhorar’. É um momento de reflexão em torno do Estado brasileiro. Então refletimos, pois está quase na hora de ir à urna, e depois de feito, está feito. Então, façamos com razão.


* também publicado no jornal Gazeta de Chapecó.




sexta-feira, 19 de setembro de 2014

Leituras do Cotidiano, 19/09

A linguagem mercadológica empobrece a arte

Apreciador e pesquisador de arte de longa data e suas variadas linguagens, há tempos também produzo. Sob tudo, me arrisco escrevendo algo em literatura, compondo música e fotografando. Essas são as linguagens artísticas que ‘pratico’ e por onde me expresso. Não ganho a vida só com elas, mas também não nego que, algumas delas me ajudam no orçamento mensal. Mas isso não é tudo. De uns anos pra cá, muito se fala em ‘qualificação’ ou ‘profissionalização’ artística, a partir da ideia de ‘profissão’ ou ‘profissionalização’. Nisso, consideremos nossa vida cotidiana que é adequada ao modo de produção capitalista, no sentido econômico de sobrevivência. Dentro disso, o que mais ouvimos falar é de um tal ‘mercado de trabalho’. Em ‘produção artística’, se ouve falar em ‘mercado da cultura’ ou ainda ‘mercado artístico’, quando não, ‘produto cultural’ ou ‘artístico’. Pois bem, são termos, definições, conceitos e concepções que se expandem no corriqueiro dos dias. Acontece que, muito do que se anda produzindo sob a égide do tal ‘mercado’, vem de uma exigência limitadora dessa produção, o que interfere, direta ou indiretamente no ‘conteúdo’ artístico (o que na linguagem mercadológica se chama ‘produto’). Como compositor musical, não faço música com a finalidade de submissão ao dito ‘mercado’, ou seja, não componho com o objetivo principal de tocar minha música em rádios. Não que isso não seja interessante ou importante, mas, essa ‘regra’ estética e limitadora de tempo imposta pelas ‘mídias oficiais’ acaba empobrecendo ou mediocrizando a linguagem artística, onde a expressão, a estética (forma, beleza, detalhes, rasuras, impressões, dinâmicas, etc.) do conteúdo artístico ficam submetidas a essa ‘regra’. Enquadra-se, reduz-se, limita-se, superficializa-se assim, aquilo que poderia ser amplo, intenso, profundo. Pegamos a música como exemplo. Muito da música que se produz e se consome hoje, tanto nas rádios como na TV, principalmente, é uma música formatada segundo as ‘regras’ deste mercado, desta ‘indústria cultural’. O preço que o ‘artista’ paga é o empobrecimento do seu material, do seu conteúdo, da sua expressão, da sua arte. Uma arte submetida às regras do mercado ou da indústria - a imagem triste e medonha deste ‘jogo’. Assim, a arte perde o que tem de mais importante, sua ‘espiritualidade’, a exemplo do que diria Andrei Tarkowski (grande mestre do conceito, da imagem, do cinema arte). A ‘voz própria’ (conceito a partir de A. Alvarez, ensaísta da linguagem literária), não é possível com isso, e ao contrário, aquela que seria a ‘expressão’ do conteúdo e/ou do artista, tornasse uma ‘não voz’, ou seja, um mero produto ‘formatado’ de mercado, pois soa como os ‘demais’, sem autenticidade e espiritualidade alguma. A particularidade de cada ‘voz’ é importante e intransferível na arte. Por exemplo, já que falamos em música, ao ouvirmos guitarristas como Eric Clapton, Jimi Hendrix ou Santana, logo de cara reconhecemos seus solos e timbres, pois estes tem ‘voz própria’ no que fazem e compõem. Quando ouço rádio, geralmente o que ouço é o oposto disso. Muito do todo soa bem parecido, ou seja, dentro das ‘regras’ de estética e tempo que a massificação do conteúdo artístico tornado mero produto impõe. Eis a miséria de muito produto e pouca arte que se propaga pelos meios de comunicação de massa, onde pouco se comunica e se expressa (artisticamente falando), e muito se doutrina e se vulgariza.


* também publicado no jornal Gazeta de Chapecó.



O preço da despolitização

Corrida eleitoral a mil. Grupos sociais, militantes e partidos mobilizados. Nomes e nomes concorrendo. Velhas promessas, novas realidades: incompatibilidade ou incoerência. Algo de contradição. Algo de sinceridade. Nem tudo ou nem todos são ‘a mesma coisa’ como o senso comum diz, reproduzindo discursos feitos. Neste ‘jogo’ é importante que tenhamos pessoas comprometidas com a sociedade (antes que alguém reclame, elas existem sim. Talvez não muitas, mas existem). Comprometimento a partir das necessidades das pessoas, das comunidades, e não dos interesses privados. Política não é pra isso, mas, em muitos casos, se tornou. Política na sua forma ampla e pública deve ter olhos para o coletivo e não para grupos organizados de poder. Difícil para muitos é saber quem é o que nisso tudo. A questão não é simplesmente a proposta do seu candidato ou seu discurso. A questão é o que ele representa. Ou seja, o que está por trás dele. Nisso, alguma pesquisa cai bem. Isso pode apontar a diferença entre uma coisa e outra. Agora, se você vota por interesse particular, só seu, dentro de seu reduto, também depois, não pode reclamar que está sendo usurpado ou explorado pela política. Fez por merecer. O jogo é assim. Quem quer privilégio, no fim, geralmente, paga o preço, e ele carrega consigo irreparáveis perdas... 


* também publicado no jornal Folha do Bairro, 19/09



sexta-feira, 12 de setembro de 2014

Cidade

Acordo no meio da noite embebido no próprio suor. Febril, passeava num pesadelo. O dia fora cansativo e as pessoas na rua não eram sorridentes. Sei que antes de dormir comi pastéis. Pesou no estômago. Foi isso. Mas também foi o dia cansativo lá fora. Não achei ninguém de cara boa para dizer um oi e ter outro oi sorridente como resposta. Depois que cheguei em casa e me olhei no espelho percebi que a minha cara também não era boa nem convidativa nem simpática para querer isso. Me conformei. As pessoas que transitam pela rua já não são mais as mesmas. A cidade mudou como as pessoas que transitam. O comércio é um parque de diversões ou um circo onde todos se curam das suas frustrações, mesmo que momentaneamente. Na esquina de uma avenida qualquer uma menina vende seu corpo por míseros trocados, enquanto a poucos metros dali um guarda esbofeteia um garoto só por que ele tirou o sorvete de um adulto armado de apenas palavras. Soube dizer o garoto. Não soube contradizer o adulto. E o guarda soube bater. Só isso. Essa é a grande relação desses tempos. Meu rosto no espelho não sorri, pois não acha nada disso engraçado. Meu suor febril da noite é o sintoma da minha doença que não é só minha. É uma doença de todos os transeuntes que como eu caminham e caminham, sem sonhos novos com ilusões velhas. Sem risos. Com desespero. 


* também publicado no jornal Folha do Bairro, 12/09.



Leituras do Cotidiano, 12/09

Xapecó, seus crimes e a ‘fábrica de multas’

Bem vindos ao crime! Bem vindos ao monitoramento! Você está multado! Bem vindos à cidade dos carros zero, dos altos prédios e das multas de trânsito. As câmeras monitoram a política local e o trânsito, para fins diferentes, é claro. Monitoram crimes? Sim, crimes. Todos eles. Desde o caso da morte que ainda não convenceu de um vereador, até aquele pequeno delito cometido no trânsito. Desde as péssimas condições do transporte público até o descaso do poder público com isso (e por quê?) - até o desleixo e falta de respeito aos nossos primeiros habitantes, os povos nativos ou índios que perambulam pelas ruas frias da cidade. Crimes, diferentes, mas crimes, todos eles, cada qual da sua forma e tamanho. Como todos podem perceber (alguns fingem que não), Xapecó ainda tem um tanto de ‘velho oeste’ no seu desenvolvimento. Nosso paraíso infernal. Nosso inferno paradisíaco. Pague e não bufe! Eis a nossa mais irônica moral...


Eu nunca fui Patrícia! & nem sou macaco...

Não lembro se um dia já fui seguidor da manada. Talvez eu tenha tido sorte. Pode ser. E meu nome nunca foi Patrícia.

Sobre a torcedora gremista flagrada num ato de racismo (entre tantos outros desequilibrados que urram suas estupidezes em público), um tal blogueiro chegou a escrever um texto que leva o título: ‘Já fomos todos “Patrícia”’, diluindo o ‘erro’ da moça nos outros. Ou seja, essa coisa de transferir o que é pessoal ao coletivo, dessa forma, é outra estupidez. Coisa de ‘bom cristão’ que acha que com isso tudo se pode salvar. Pois é, jogar pedra, amarrar num poste ou linchar, só com o 'preto pobre da favela’. Não que a moça tenha que ser violentada, jamais isso, mas também, essa coisa de ‘todos somos’, ‘todos já fomos’ e o escambau, é uma tosquice. Já publiquei ‘Somos todos Zapata!’, antes desse modismo relacionado ao futebol e afins. Mas nisso há um abismo de motivos e conteúdos diferentes, diga-se de passagem.


Tem exagero nas críticas a moça? Até tem. No caso, principalmente na exposição midiática da chorona reprodutora. Mas tem que moralizar. Retratamento público e pessoal ao ofendido e algo de punição nos trâmites da lei. Só não precisava do 'espetáculo'. Coisa que a mídia adora, pois lhe rende. Mídia esta que é tão estúpida quanto à moça foi neste seu ato. Parte horrenda do ridículo 'espetáculo nosso de cada dia' que muitos reproduzem ignobilmente. E nas redes sociais muitos são sociólogos, psicólogos, juízes e analistas, mesmo não sendo. Para a boa saúde da mediocridade cultural. E há quem insista em dizer que ‘é tudo culpa da Dilma e do PT. Das bolsas e cotas. Quando soube deste caso, logo pensei no perfil daqueles que na Copa do Mundo, em coro deferiram palavrões para a presidenta Dilma e vaiaram hinos de times latinos. Os 'brasileiros' anti-cotas, bolsas, mais médicos, entre outros programas sociais que pagaram uma grana para ver os jogos e dar este showzinho de mediocridade e ‘boa educação’ aos visitantes. ‘Somos todos macacos’ o cacete! E o 'espetáculo' continua...


* também publicado no jornal Gazeta de Chapecó.



sexta-feira, 5 de setembro de 2014

Educação e política

Eleições a vista, e qual candidato tem em seu plano de governo como prioridade a Educação? E quando falo em Educação me refiro a uma Educação complexa, profunda, sensível, e não essa ‘rasura’ a que chamam Educação. ‘Preparar o estudante para o mercado de trabalho’, eis a máxima (entre outras) que trata a Educação como uma superfície preconizada pela vulgaridade. Ao contrário disso, o que se vê são raposas velhas e moralistas reproduzindo o grotesco. Alguns candidatos gastam seu tempo para defender a ‘redução da maioridade penal’, por exemplo, (entre outras distorções), ao invés de promoverem o pensamento, a política do bom senso e da coerência em seus discursos. Mas é claro, eles pouco ou nada sabem sobre isso, pois vivem de tramas e circo, fazendo da política um covil raso e funesto. Assim como os pensadores Schiller e Nietzsche, defendo uma ‘Educação estética’, ou seja, uma Educação que cultive a sensibilidade no sentido da criação de uma ‘cultura superior’, para uma ‘humanidade superior’ (ver conceito Nietzschiano), na qual, filósofos e artistas sejam os Educadores, ou vice-versa – pois, mais do que conhecimentos formais ou ações punitivas, precisamos de sabedoria e sensibilidade, coisas que só a ‘prática do bem pensar’ e certa ‘linguagem artística’ podem nos dar. 

(imagem: pintura de Odilon Redon, artista plástico)


* também publicado no jornal Folha do Bairro, 05/09.



Leituras do Cotidiano, 05/09


Marina & Malafaia










A fabricação de mais um ‘ícone da salvação’ pelo discurso ideológico e jornalístico-publicitário. Ícone que, representa, sob tudo, um caminho perigoso e nada redentor da política institucional. Política que, interfere e engoma possibilidades. Uma política reta, fortemente estruturada na crença (e não fé) e desestruturada no equilíbrio que toda a boa, coerente e dinâmica política deve ter. Marina Silva representa esse tipo de política. Uma política obediente ao cânone reducionista e determinista da velha ortodoxia religiosa, aliada a um discurso hipócrita de ‘novidade’. O pastor que arrebanha, como tantos, suas ovelhas que marcham e pastam sob a vigia de cães pastores. O pastor que se encontra na calada da noite para deflorar e dissimular com os lobos, ergue a voz e Marina se acadela, como uma submissa senhora criada a chibata e sob o comando da voz grave do patriarca. Marina mudou de postura como quem muda de roupa, rapidinho. Antes da morte de seu aliado Eduardo Campos, seu discurso irredutível era de negação a sua candidatura na cabeça da presidência. Bastou uma mudança de ares que, a senhora, repentinamente também muda de discurso e postura. Alimentada pela ira, mágoa ou frustração ignóbil (pois não é quase nada racional) anti-petista (agora também ‘anti-Dilma’) de parte da população, a figura da candidata Marina Silva torna-se uma ‘terceira via’ nesse jogo eleitoral. ‘Terceira via’ que, ao contrário do discurso vigente e publicitário, não traz nada de novo, muito pelo contrário, reproduz uma lógica religiosa e sectária de poder piramidal que, historicamente compõe as práticas mofadas de grande parte das igrejas cristãs de cunho ortodoxo, principalmente. Aos ‘emotivos’ irados anti-Dilma que, convencidos, são contra os projetos sociais (bolsas e cotas, entre outros), aos mais desavisados e aos ideólogos mantenedores desse ‘sistema dos privilegiados’ (sim, eles continuam em torno e dentro do poder, alimentando-se dele), Marina Silva é uma ‘boa opção’ – ou saída, sob tudo, pelo fato de sua vulnerabilidade política. Ou seja, a candidata já se mostrou, está nas mãos dos grandes: pastores, industriais e latifundiários – os mesmos privilegiados desse sistema a que muitos qualificam como corrupto.



Eleições 2014, 'alguns' candidatos e a 'lógica da manada'...

Tem candidato que diz: 'O dia mais importante de suas vidas está chegando', referente ao dia da votação. Outro candidato, que já foi 'prefeito de verdade', aqui da 'region', no seu tempo de discurso na propaganda, enfatiza a 'redução da maioridade penal' como se isso fosse 'grande coisa', ou uma 'solução'. Esperar o que de um sujeito que, ao invés de falar em educação e cultura para crianças, adolescentes e jovens, sem problematizar, fala em punição? Sendo que, não é isso (a redução) que vai melhorar uma situação mais complexa do que alguns desenham em seus discursos moralistas e cheios de interesse. É esse o tipo de política que muitos pensam e fazem? Ou apenas seguem a 'lógica da manada'?



* também publicado no jornal Gazeta de Chapecó.