Xapecó e seus anos
![](http://quehoraesen.net/mapa/-27.0833/-52.9833)
Xapecó chega a mais um aniversário, sã e salva. Por enquanto.
Levada ao crescimento do país dos últimos 12 anos pelos governos ditos de
‘esquerda’, Xapecó acompanha esta realidade, como muitas outras cidades do
Brasil, e não haveria de ser diferente, pois, além desse ‘acompanhamento’,
temos um histórico de desenvolvimento. Então, falamos muito em desenvolvimento
(principalmente nosso poder público e mídia local, que gostam muito deste
termo). Mas que desenvolvimento é este? E para quem? Eis as questões que não
podem calar. Além de, mais e mais edifícios que esfriam um tanto mais a cidade
e escondem parcialmente nosso lindo céu, mais e mais automóveis luxuosos que
deixam as ruas quase que intransitáveis, perguntemos: ‘De qual desenvolvimento
estamos falando?’. A melhoria nos acessos e oportunidades do brasileiro, dado
pelo avanço, sob tudo, econômico do país, fez com que o consumo aumentasse, e
muito! Nossa cultura é de produção. De fato! Mas, além da produção de
necessidades, da produção de lixo. E não sabemos lidar muito bem com isso. Lixo
tóxico pelo combustível dos carros que rodam e rodam, inclusive. Cadê o nosso
transporte público de qualidade? Aonde vamos chegar com isso tudo? E nossos
povo nativo, os chamados ‘indígenas’? Eles também tem parte neste
‘desenvolvimento’ local? E os andarilhos, moradores de rua? E os artistas
independentes? Tem seus dignos espaços neste desenvolvimento todo? Se nosso
desenvolvimento artístico-cultural e educativo-intelectual não acompanhar o
econômico-material, estaremos, daqui um tempo, ferrados! Sem ser pessimista,
mas, a realidade não é uma mecânica, ‘ela é hoje o que pode não ser amanhã’.
Então, ao comemorarmos, pensemos nisso. Por uma Xapecó de céu azul e ar bom de
se respirar...
Eleições e mídia
Medíocre 'cultura jornalística': entrevista ou hostilização?
A velha tática do
jornalismo dirigido: tentar colocar na boca do entrevistado as palavras que a
emissora (os grupos de poder por trás dela, no caso) deseja mostrar. A
‘entrevista’ do Jornal Nacional da Rede Globo não foi uma entrevista,
pois as questões não eram relevantes - a serem respondidas por um(a)
presidente(a), no caso. O foco era o discurso acusador, baseado em rumores e subjetividades.
Um 'massacre' de 'acusações' e nada de problematização. Retórica dirigida ao
ignóbil. Atitude típica do jornalismo 'espetacular' de entretenimento e
vulgarização da informação, do conteúdo e da política.
E a mediocridade prossegue...
Com o acidente que vitimou o ex-candidato presidenciável
Eduardo Campos, assim como os demais que o acompanhavam, a rede social
(al)facebook foi tomada por depoimentos. Uns emotivos, outros mais frios. Mas,
os mais bizarros foram os que tentaram relacionar a queda do avião com a atual
presidenta Dilma e seu partido, o PT, atribuindo direta ou indiretamente a
culpa do sinistro a estes. Alguns até usaram do misticismo (numerologia e
afins) para, ideologicamente ou imbecilmente, tentar fazer uma relação de
acusação, baixa, vulgar, mesquinha. Por isso e por outras, é que nossa
‘democracia’ é o que é – todos devem saber. Um oceano ideológico e/ou ignóbil, de
falta de bom senso, de corrupção, de mediocridade. Muitos assim, infelizmente,
fazem o (des)serviço de reduzir a democracia a este circo – onde que, quem tem
visão pode ver. Para a boa saúde do ‘espetáculo’ nosso de cada dia.
* também publicado no jornal Gazeta de Chapecó.