quarta-feira, 24 de junho de 2020

O que foi, o que está sendo e o que nos espera: uma reflexão do passado, presente e futuro

"Se eu fechar os céus, e não houver chuva; ou se ordenar aos gafanhotos que consumam a terra; ou se enviar a peste entre o meu povo; E se o meu povo, que se chama pelo meu nome, se humilhar, e orar, e buscar a minha face e se converter dos seus maus caminhos, então eu ouvirei dos céus, e perdoarei os seus pecados, e sararei a sua terra." 
(2 Crônicas 7:13,14)

Uma (entre tantas) leitura interpretativa-reflexiva pessoal deste trecho bíblico, a partir de certa relação com o conhecimento taoista:
-"Se eu fechar os céus, e não houver chuva": seca;
- "se ordenar aos gafanhotos que consumam a terra": pragas, como as atuais de gafanhotos, dengue, etc.;
- "se enviar a peste entre o meu povo": doenças e epidemias, como o atual covid-19.. * ambos fenômenos gerados (ou pelo menos agravados) pelo desequilíbrio humano-ambiental;

- "E se o meu povo, que se chama pelo meu nome": Deus como o 'todo' e/ou a própria 'Natureza', que envolve as nominações, o povo/ser humano e seu ego;
- "se humilhar" e "buscar minha face": este povo (ser humano) se reconhecer como parte do todo, da Natureza, portanto deste Deus.. ser humilde, se colocar no seu lugar (em outras palavras, 'baixar a bola');
- "orar": parar para refletir, pensar, esvaziar a mente, meditar, voltar-se para si (Deus/ser humano/Natureza = unidade), parar de correr e de tentar controlar, dominar ou exercer poder sobre as coisas.. deixar a Vida fluir, seguir o fluxo junto da Natureza de qual faz parte.. em suma, parar com seus excessos;
- "se converter dos seus maus caminhos": reverter os erros, voltar-se para as coisas fundamentais e necessárias da vida, abandonando os excessos que desequilibram a existência e agridem a vida.. se reintegrar à Natureza;
- "perdoarei os seus pecados, e sararei a sua terra.": esta é a voz, o recado da Natureza (todo, Deus, Tao), dizendo que o ser humano terá a chance de continuar vivendo a partir destas mudanças de comportamento perante ao resto da Natureza e da Vida, e assim a terra (e portanto a existência humana sobre ela) será curada.

Estava hoje mesmo dando uma aula de história sobre os povos da antiguidade, Fenícios, Persas e Hebreus.. e pré-colombianos.. e cada uma destas culturas teve seus conhecimentos, suas sabedorias e/ou reflexões.. muitos deles relacionados a crenças, mitos, religiosidade, pois não tinham todos os conhecimentos físico-científicos e filosóficos que existem hoje, então suas noções e significações passavam pela crença, fantasia e simbologia ou representação, como instrumentos de linguagem.. os Astecas por exemplo, acreditavam que os deuses haviam destruído sua civilização várias vezes, e para que isso não acontecesse novamente, faziam oferendas e sacrifícios, inclusive humanos, dedicados aos seus deuses, numa demonstração de grande desapego referente a suposta 'superioridade humana' (típica do platonismo judaico-cristão iluminista-humanista monoteísta), entregando a própria vida humana aos deuses.
A história está repleta de exemplos e fatos de ciclos de construção e destruição civilizatórias, seja pelas ações humanas (guerras e interferências humanas na Natureza), ou pela própria renovação da Natureza (Deus ou deuses).. e TODOS os impérios ou governos, TODAS as civilizações ou sistemas que um dia se desenvolveram e prevaleceram, tiveram seu tempo.. TODOS limitados, caíram, foram destruídos ou se auto-destruíram.. onde, no fim, a Natureza prevaleceu, e a Vida, independente destas estruturas culturais.. continuou.

Busquemos o fundamental Equilíbrio para que a Vida siga seu rumo natural / com naturalidade.