terça-feira, 26 de abril de 2016

Em cartaz: comédia & caricatura...

Propor não ofende.. ofende?

os 'homens da redoma', vivem como se acham: 'semi-deuses', superiores a população.. e geralmente discursam como tais.. saindo da 'redoma', como já disse um bom e velho filósofo e poeta, 'de trás das suas mesas entulhadas de papéis e burocracias, são frágeis garotinhas perdidas na floresta de um mundo que lhes é estranho.. e por lá se perdem esquecidos, sem ter o que lhes edifiquem...'
pensando nisso, que tal as 'classes' política e jurídica (juízes, advogados, promotores e afins), assim como 'lideranças religiosas' (e suas famílias) e grandes acumuladores de capital (grandes empresários urbanos e do campo) se ocuparem apenas dos serviços públicos? obrigatoriamente.. principalmente 'saúde e educação'.. seria uma boa proposta para que algo realmente tenha coerência neste 'faz de conta todo', não seria? nada mais 'justo', não é? já que é por isso e por causa disso que ocupam os lugares que ocupam.. ou não?


'Piada': Uma nova realidade...

acompanhando a 'seriedade, postura e credibilidade' das nossas 'instituições políticas e jurídicas', eis que resolvo parar com a literatura e a filosofia.. agora me dedico exclusivamente para a arte da charada e da piada:

"OAB entra com pedido de cassação do mandato de Bolsonaro por homenagear torturador na sua justificativa de votação do impeachment de Dilma.. Bolsonaro responde com ironia, repetindo e reforçando a homenagem..
Por que Bolsonaro prossegue nas suas investidas anti-democráticas e fica por isso mesmo?
Porque tanto 'Olimpo' quanto 'Mito' pertencem ao mesmo plano..
o plano 'mitológico'..." (gargalhadas coletivas ao fundo)


Discursos na votação representam parte da nossa cultura e educação...
os discursos na votação do impeachment comprovam e esclarecem (aos esclarecidos, e não simplesmente portadores de diplomas ou entusiastas midiáticos) que, eles são o que são pois acompanham o nível intelectual e cultural da dita 'classe política' que, em certo modo, tristemente, representa parte significativa do pensamento da população.. vivemos numa sociedade patriarcal, medíocre e de cunho fascista...


Sentado...
esperar o que de uma votação, de deputados, de um congresso que mais parece um templo religioso, uma igreja?
esperar o que de um país cuja 'justiça' (STF e OAB), é no mínimo cúmplice do espetáculo midiático, da vulgarização da política e de um processo vergonhoso (ou golpe, como preferirem) como foi aquela votação do impeachment?

“Uma das desgraças da política é ter abandonado o campo da filosofia e ter se transformado em um receituário econômico”. (Pepe Mujica)


* também publicado no jornal Gazeta de Chapecó.



quarta-feira, 20 de abril de 2016

Outra Educação: para além dos discursos...

São comuns os discursos vindos da publicidade, das escolas particulares e públicas, e do Estado sobre a Educação, de como melhorá-la, ampliá-la, salvá-la. Discursos são muitos. Práticas efetivas, poucas. Por uma Educação mais reflexiva, mais ampla e dinâmica, que faça com que os alunos ampliem seus leques de conhecimento, possibilidades e oportunidades de integrar o mundo, a sociedade, o país. Para que haja um futuro promissor no sentido ambiental, existencial, humano. Mas, a realidade em muitos casos está distante destes discursos, destas propagandas, onde, muitas vezes, acontece o oposto. Nossa educação é frágil e ideológica, devido, além de sua história, aos interesses políticos e mercadológicos das instituições de ensino, do Estado e também das famílias. Enquanto no mundo se discute uma nova sociedade, onde novas culturas e modos de ser/estar, de se fazer e viver, que integrem um contexto de mundo sustentável, devido aos excessos e desequilíbrios, tanto culturais, quanto ambientais e econômicos, instituições de ensino continuam a mecanizar o tempo, a partir de um horizonte econômico e mercadológico. Uma educação direcionada ao vestibular, ao ingresso para a faculdade, tecnicista, reducionista, e portanto, determinista, onde pais e instituições prezam pela integração do aluno no tal mercado de trabalho, como concorrente, uma fera que disputa um posto e status social num futuro que é nebuloso e nada garantido, justamente, por isso. Vejo escolas, ao invés de ampliar, diversificar, relaxar o tempo, oprimirem ainda mais os espaços e o tempo, e com isso, os próprios alunos e a educação, suprimindo, por exemplo, a filosofia dos seus currículos, assim como, diminuindo os espaços das artes, literatura e história, em pró de ‘disciplinas’ técnicas, como gramática, por exemplo. Nada contra a gramática ou o que for, mas, como sempre digo nas minhas falas referentes a isso: ‘gramática é instrumento necessário, mas linguagem e reflexão são fundamentais’. A filosofia, a exemplo, se bem aplicada, amplia a visão do estudante, assim como as artes e a literatura, no sentido de melhorar a sensibilidade. E é isso o que o mundo atual precisa: ‘sensibilidade’. É com ela que poderemos ampliar e transformar a educação e cultura em algo flexível, prazeroso, humanamente possível, sem concessões, ao natural (ou, pelo menos, mais próximo disso). Não há mais pretextos, desculpas ou justificativas para não implantar nas Escolas (públicas e particulares) alguns conteúdos e práticas como o Chi Kung (Qi Gong) ou Tai Chi Chuan (Taiji), assim como o Kung Fu (a partir do estudo das chamadas ‘artes internas’ – leia-se concepção a partir da cultura chinesa). Filosofia, linguagens, música, ginásticas artísticas e capoeira (como estudo sociocultural e físico) também são exemplos de conteúdos ‘fundamentais’ para os tempos atuais. Querem mesmo transformar, melhorar ou aprimorar a Educação e Cultura? Eis o caminho! A educação e a cultura, só estão como estão, devido a um modo de vida, seus pensamentos e práticas insustentáveis. São necessárias outras fontes, para que outras práticas sejam possíveis. Já é tempo de realmente mudar e transformar, para além dos discursos. Mas, porque não se faz?


* também publicado no jornal Gazeta de Chapecó.



quinta-feira, 14 de abril de 2016

Nossas crises...

Nossa crise vai além, muito além da econômica (que, diga-se de passagem, é também mundial). E esta não é a nossa maior crise. Por isso, falamos em crises (plural).
O Brasil, historicamente e culturalmente é corrupto e racista. E isso, tristemente se estende às instituições, até aquelas 'sagradas', ou seja, as 'de direito' ou com teor de 'jurídicas' e políticas, assim como na família e na religião. Falta certa moral e ética nos pensamentos, costumes, tradições, ações de parte da população que foi educada ou doutrinada, quando não militarmente, ideologicamente ou religiosamente, sob a sombra de certas concepções 'elitistas' e 'raciais' de classe. Porém, nem todos, ou muitos poucos, sabem ou compreendem isso. Outros, não querem nem saber.
Nossa maior crise é educacional e cultural, no que concernem os valores, crenças, bases teóricas, o que reflete diretamente nas práticas cotidianas, dentro e fora das instituições. E aí está a conjuntura, o contexto atual, o resultado do desmantelamento sociopolítico. Eis a face de uma realidade que poucos admitem e muitos não fazem questão de modificar...

*


Vamos brincar de ser gente séria? Fazer de conta que nosso maior problema é o governo e a corrupção que atribuímos exclusivamente para ele? Sair pra rua manifestando nossos anseios, euforias, histerias e disfarces de uma vida mesquinha, medíocre, incoerente e insustentável. Vamos vestir o verde-amarelo do futebol-nike e mostrar os peitos pelas ruas, vomitando discursos odiosos anti-projetos sociais. Vamos fazer de conta que também somos contra Cunha e demais psicopatas da política nacional, mas torcemos por ele e sua investida criminosa contra a democracia. Vamos com nossos interesses pessoais ou particulares gritar pelo impeachment da presidenta, nem que este seja um golpe de Estado arquitetado para fins político-partidários. Nós não acreditamos no óbvio, só naquilo que nos interessa crer. Somos religiosos até o talo, como nossa nova musa passageira e como tantos outros heróis da pátria fumegante que usurpou nativos em pró desta ‘civilização’ de bondosos cidadãos brancos e ricos de bem - a jurista-pastora que, histérica grita pelo impeachment que nós ansiamos ver para que nosso carnaval de misérias intelectuais, culturais, morais e éticas seja da cor da nossa bandeira, onde o sangue do nativo foi encoberto pela hipocrisia discursiva da ‘ordem e progresso’ positivista, portanto ideológica. Mas nós fingimos bem. Reproduzimos e nosso ódio opositor nos traz sentimentos de que estamos vivos, nem que seja por míseros instantes. Nos apegamos a homens-mitos como Bolsonaro, Neves e Rodrigues. Somos o cú da falsa inteligência. A bunda gorda e sedentária batendo panelas das janelas limitadas da nossa alma sem luz nem reflexão. Na pseudo-filosofia somos Olavos de Carvalhos, como na música somos Lobões disfarçados de cordeirinhos, mas somos também parte do rebanho que não quer se auto-determinar, mas quer prosseguir sob a sombra dos seus pastores. Aleluia!


* também publicado no jornal Gazeta de Chapecó.



terça-feira, 5 de abril de 2016

Dos golpismos institucionalizados...











OAB (junto a entidades empresariais/industriais do país) apoiando o golpe?!

"Aqui todo mundo acha que é alguém" (fala de manifestante, referente aos burocratas que ocupam as instituições, sob tudo, aqueles juízes com 'diploma de deus', certos promotores e advogados)...
A OAB nacional, que em tempos sombrios da nossa história, apoiou a ditadura, agora protocola mais um pedido de Impeachment contra Dilma. As portas da Câmara Federal fechadas para o povo, que protestava, impedido de acompanhar as solenidades da ‘casa do povo’. Eis a atitude da OAB, no mínimo, contraditória ou controvérsia. Instituições ‘divinizadas’ agindo por motivações políticas ou partidariamente...

PMDB tira o corpo fora...

- Herman, o que achou da saída do PMDB do governo?
-    É o PMDB sendo o PMDB... Precisa dizer mais que isso?

PMDB sai do governo, mas, possivelmente, num futuro não tão distante, seja governo. Mais uma das incoerências da nossa medonha política...

Educação nazi-cristã?!

Notícia: "Depois de atacar uma manifestação em defesa da democracia na última semana, estudantes do Mackenzie imitam neonazistas europeus durante ato pró-impeachment:"
O Estado (governo) não deu conta, mais uma vez, de somar com artistas e pensadores para uma 'transformação' cultural-educacional. Melhorou significativamente os acessos aos bens de consumo (e a economia), elevando a classe baixa e média, e mantendo (em muitos casos até fortalecendo) a classe alta, mas não conseguiu avançar naquilo que é fundamental: educação e cultura, para uma sociedade menos doutrinária e ideológica e mais intelectualmente (no sentido filosófico e cultural) profunda. E eis o resultado político e social, que é, no fundo, educacional e cultural...

Desenho surreal...

Cai Dilma... Cai Temer e cai Cunha... Assume o deputado mais votado. Eis que, Tiririca, o palhaço, faz jus a este circo (leia-se, país)...

Do que somos feitos?

Somos feitos, além da herança biológica, das influencias familiares (e geralmente ideológicas) e das referências socioculturais. O que pensamos e somos, o que temos enquanto valores, praticamos ou agimos, também depende do que cultivamos. O que comemos e bebemos, lemos, ouvimos, assistimos, e por fim, fazemos, nos compõe enquanto seres humanos, cultuais e sociais (e também históricos). Com tudo isso, seres, mesmo assim, inconcluídos ou inacabados, sem um lugar final, mas integrando um caminho...



* também publicado no jornal Gazeta de Chapecó.




sexta-feira, 1 de abril de 2016

O que eu defendo...

Eu, Herman Gomes Silvani, brasileiro, estudante e professor de filosofia, história, sociologia, linguagens e Kung Fu, assessor de comunicação e político de sindicato (professores das instituições particulares e comunitárias de ensino), escritor e compositor musical, no contexto atual, não estou defendendo dois nomes e uma sigla partidária, estou defendendo algo bem maior: o pouco que se tem daquilo que se entende por 'democracia'.
Defendo projetos socioculturais que elevam as categorias intelectual, cultural, artística e econômicas (economias sustentáveis) do país. Como cotas, bolsas, instituições públicas de ensino, editais públicos de produção artístico-culturais, entre outros acessos. Defendo a democratização dos acessos que como nunca antes na história se teve. Defendo meu 'vale cultura' que acaba de chegar. São 'apenas' bons R$ 50,00 por mês para gastos exclusivos em material artístico-cultural-educacional, coisa que antes da conjuntura dos últimos 13 anos, não existia. Coisas que elevaram, em certo sentido, a sociedade brasileira a um nível jamais antes experimentado.
Por isso e por outras, é que me posiciono contra o ‘golpe midiático-político-empresarial’ endossado por instituições e alguns juízes deste país. 
Enfim. Para além dos 'achismos', das reproduções espetaculares, das ideologias e mídias, defendo algo 'concreto' e real. Eis!


Uma dose de pessimismo (ou realismo?)

Não espero muito de um país que mais uma vez está para marcar sua história com um golpe (desta vez de um casamento entre judiciário e grande mídia). Em outros contextos, mas já aconteceu com Vargas e com Jango, e neste exato momento está acontecendo hoje também. Judiciário, mídia, alienação e ignorância de parte da população só pode dar nisso. Num sistema onde 'financiadores' e 'delatores' (ambos criminosos) tem voz ativa frente a ‘justiça’, esperar o que? Talvez nossos filhos ou netos consigam mudar isso. Talvez! Ou sofrerão as consequências do hoje, como foi com nossos avós e pais. Mas, contudo, espero estar equivocado...


Como o mundo-verdade tornou-se uma fábula

“Há mais ídolos do que realidades no mundo.”
(Nietzsche - 'Crepúsculo dos Ídolos')


* também publicado no jornal Gazeta de Chapecó.