quinta-feira, 25 de julho de 2019

Um poema para ti, meu grande amigo

Partiste em silêncio, amigo meu
Deixaste um enorme vazio no pátio,
na casa, no peito
Mas também deixaste alegres lembranças
Seus pelos ainda estão por aqui
Vez em quando os vejo em alguma roupa ou cobertor,
em alguma parede, no chão
alguns até flutuando no ar
Ainda sinto seu cheiro
Seu latido grave ainda é música nos meus ouvidos, querido amigo
Os insetos que eram sua maior sisma, finalmente te deixaram em paz
não mais atordoarão seus ouvidos com seus voos ou zumbidos
Eu tenho orgulho de você, grande amigo!
Saudade das nossas caminhadas, da sua euforia na saída
e calmaria na chegada
Da satisfação na sua expressão quando eu escovava seus pelos
Seu choro fino se confundindo com o canto dos grilos
nas noites de lua
Sua pelagem esverdeada, sua calda grande, como você,
que me batia e acariciava, na demonstração da mais pura alegria
Seu amor inquestionável na troca de olhar
Você é parte da minha vida, da minha história
Memória de latidos, de abraços e lambidas diárias
De muita saudade que agora fica
junto a sua imagem
eternizada na parede da memória
num tempo em que fomos os melhores amigos
íntimos nas diferenças
Meu irmão-natureza, mais selvagem e espontâneo do que eu
Agora dorme seu sono canino, querido amigo,
e finalmente corra num campo vasto e sem impedimentos
No tempo em que tivemos juntos, foi bom estar contigo
Sua energia continua aqui
neste mundo e neste amigo que, nem sempre lhe compreendeu
mas te amou, profundamente
Obrigado meu grande amigo!
Hoje o céu tem um brilho novo
Dorme e descansa
E venha me visitar em sonhos
Rabisco este poema que não tem ponto final
Assim como nossa amizade, assim como nosso amor
E eu, por enquanto, continuo aqui
alimentado pelas felizes lembranças de ter vivido este tempo contigo
Esperando um dia lhe reencontrar
Para, novamente,
sermos grandes amigos...

* Obrigado Pancho, meu/nosso amigão! E boa transformação... 🙏🐹🌳☯️
- em memória do Pancho - 24/07/2019.

Herman Silvani e Liza Bueno.