Outra questão imposta pelo governo atual e que passa batida
por muitos que não veem o trem passar, mesmo com todo o barulho, é referente a
carteirinha de estudante, que agora também passa para a tutela do Estado
brasileiro, e: ‘melhor’, muitos dizem, ‘é de graça’ e se pode requisitar online’
(olha o ‘progresso’ aí! – do quê e pra quem? – filósofos fariam esta pergunta).
A propaganda do governo na TV omite um detalhe fundamental: a carteirinha sendo
feita pelo movimento estudantil e tendo a pequena taxa cobrada para isso, serve
para a manutenção do próprio movimento, que é dos estudantes (congressos,
estudos, discussões, ações, etc.), uma entidade democrática e histórica que
conquistou muito do que hoje o estudante desfruta no país - inclusive ela, a
carteirinha (mas, uma pena que história
não é o forte de muitos brasileiros).
Não caros alunos e coleguinhas professores, este benefício
não é gentileza do governo (nem do passado, muito menos do presente), mas sim
uma CONQUISTA dos próprios estudantes unidos nos seus movimentos estudantis.
Assim como é o desconto nas passagens de ônibus (entre outros). Mas, o governo,
com sua malandragem afiada, não traz esta informação, fazendo parecer (aos mais
desavisados – que infelizmente, são muitos), que ele está fazendo um bem ao
estudante, quando, seu objetivo ideológico é enfraquecer o movimento estudantil
para, justamente, manipular mais e melhor o estudante, a escola pública e a
educação, ao seu bel prazer ou a sua bel ideologia de produção de brasileiros
analfabetos funcionais que não reflitam e nem tenham seus sensos críticos,
históricos, filosóficos, sociológicos, artísticos, etc., em dia, mas que só
reproduzam e obedeçam, como meras peças de uma engrenagem que vai manter a
estrutura e os privilégios de quem mais tem poder e riqueza neste país. Mas
ele, o governo, no seu discurso, diz que quem tem privilégio aqui são os
professores, artistas, estudantes - pior é saber que muitos destes reproduzem
isso. Talvez sofram de um antropofagismo sadomasoquista que lhes dê algum
prazer. Só pode.
Mas, aos acordados, ou aos que queiram acordar, aí está a
reflexão sobre o caminho desta educação que se diz ‘nova’, assim como sobre o
governo se diz também. Velhas práticas com outras roupagens, como historiador, eu
diria. Enfim.