sexta-feira, 29 de novembro de 2019

Nova Educação Brasileira?

Saiu no Diário Oficial do Rio Grande do Sul a Matriz Curricular do chamado ‘Novo Ensino Médio’. Na publicação, Arte, Literatura, História, Filosofia, Sociologia, Biologia e Educação Física, tiveram aulas diminuídas. Ou seja, no Estado vizinho serão menos aulas de humanas e sociais e linguagens para os alunos, professores e para a sociedade. Menos aulas nestas áreas, menos conhecimentos nelas também. E em Santa Catarina, como vai ser? “Também, humanas e sociais pra quê? Se não servem ao desenvolvimento tecnicista, mecanicista, burocrático? Educar pessoas críticas não facilita nada para a mão de obra barata e explorada que o mercado de trabalho quer, não é?. ‘brazil’ é matéria prima, mão de obra, e não inteligência. O mercado afilhado do capitalismo norte americano quer isso, e isso terá. Um belo acordo entre nossos digníssimos líderes, os presidentes Bolsonaro e Trump – alguém diria.” E saber que alguns colegas professores foram favoráveis (uns ainda são) a esta ‘novidade’ (lembremos que durante a Ditadura Militar – coisa que membros do governo disseram que também não existiu – estes conteúdos foram diminuídos, outros, passaram a nem existir).

Outra questão imposta pelo governo atual e que passa batida por muitos que não veem o trem passar, mesmo com todo o barulho, é referente a carteirinha de estudante, que agora também passa para a tutela do Estado brasileiro, e: ‘melhor’, muitos dizem, ‘é de graça’ e se pode requisitar online’ (olha o ‘progresso’ aí! – do quê e pra quem? – filósofos fariam esta pergunta). A propaganda do governo na TV omite um detalhe fundamental: a carteirinha sendo feita pelo movimento estudantil e tendo a pequena taxa cobrada para isso, serve para a manutenção do próprio movimento, que é dos estudantes (congressos, estudos, discussões, ações, etc.), uma entidade democrática e histórica que conquistou muito do que hoje o estudante desfruta no país - inclusive ela, a carteirinha  (mas, uma pena que história não é o forte de muitos brasileiros).

Não caros alunos e coleguinhas professores, este benefício não é gentileza do governo (nem do passado, muito menos do presente), mas sim uma CONQUISTA dos próprios estudantes unidos nos seus movimentos estudantis. Assim como é o desconto nas passagens de ônibus (entre outros). Mas, o governo, com sua malandragem afiada, não traz esta informação, fazendo parecer (aos mais desavisados – que infelizmente, são muitos), que ele está fazendo um bem ao estudante, quando, seu objetivo ideológico é enfraquecer o movimento estudantil para, justamente, manipular mais e melhor o estudante, a escola pública e a educação, ao seu bel prazer ou a sua bel ideologia de produção de brasileiros analfabetos funcionais que não reflitam e nem tenham seus sensos críticos, históricos, filosóficos, sociológicos, artísticos, etc., em dia, mas que só reproduzam e obedeçam, como meras peças de uma engrenagem que vai manter a estrutura e os privilégios de quem mais tem poder e riqueza neste país. Mas ele, o governo, no seu discurso, diz que quem tem privilégio aqui são os professores, artistas, estudantes - pior é saber que muitos destes reproduzem isso. Talvez sofram de um antropofagismo sadomasoquista que lhes dê algum prazer. Só pode.

Mas, aos acordados, ou aos que queiram acordar, aí está a reflexão sobre o caminho desta educação que se diz ‘nova’, assim como sobre o governo se diz também. Velhas práticas com outras roupagens, como historiador, eu diria. Enfim.

Agora é minha vez de fechar um pouco os olhos, não para deitar e dormir em berço esplêndido, mas para meditar, nutrir-me de energia e relaxamento para seguir vivo e acordado neste tempo de sonâmbulos que babam sobre seus celulares – podemos usá-los de modo mais inteligente. Fica a dica!