Nossa política (?)
Me
chega uma questão de um leitor:
-
Herman, de uma forma geral, o que você
pensa da política brasileira?
R: "A política
institucional-oficial brasileira, de uma forma quase que geral, é um antro de
privilégios e interesses privados ou ideológicos, onde as formalidades e
burocracias superam o bom senso e as necessidades, e a população que mais
necessita dela fica a mercê das jogatinas e destes interesses. Como diria
Mujica, o problema da 'grande política' é seu afastamento das questões
filosóficas que devem fundamentar a realidade, as necessidades e anseios - além
da fragilidade em perceber que as artes e suas linguagens tem tanta potência
quanto ela própria (a política), o que reflete diretamente na educação e
cultura, suas concepções e práticas cotidianas. De um modo geral, nossa
'política' institucional-oficial é burocrata, formal, insensível, reprodutora,
mantenedora e distante das diversificadas realidades, ou seja, uma política
platônica, dualista, segmentadora e segregadora (além de mesquinha em boa parte!).
A exemplo: enquanto artistas viscerais, profundos, dignos de sê-los, sofrem
para produzirem suas artes no Brasil, Fabio’s Júnior’s reproduzem mediocridades
em shows pelo mundo e ganham dinheiro de leis nacionais de incentivo à cultura.
Eis a falta de um olhar governamental mais apurado para com o que é produzido
em arte e cultura no Brasil.
Xapecó
e seu trânsito desumanizado...
É
cada vez mais difícil transitar pelas ruas do centro. Excesso de carros,
motoristas mal educados e que dirigem mal, mais espaço pra carros do que para
pedestres, difícil achar vaga de estacionamento por dois motivos: excesso de
carros e motoristas que estacionam mal, transporte público de péssima qualidade
em vários sentidos, falta de trajetos e transportes alternativos (como
ciclovias, por exemplo). E entidades como a ACIC, 'preocupadas' com o número de vereadores na câmara. Se
querem mesmo diminuir gastos da câmara, atentem para os gastos dos ilustres
vereadores em diárias de viagem, por exemplo, e não na representatividade dos
mesmos. Com poucos vereadores fica mais fácil controlar o jogo político, pois,
garantem os eleitos que são financiados por entidades e empresas privadas e
seus interesses, enquanto para a população, fica mais difícil de ter
representantes na política institucional oficial. Ou seja, até parece pensado
ideologicamente esta campanha pela redução de vereadores da ACIC. Esperteza ou
ingenuidade? Não sei. Mas desconfio...
* também publicado no jornal Gazeta de Chapecó.
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