sexta-feira, 18 de maio de 2012

Da escola de guerra da vida *

Depois de algum tempo da minha saída um pouco ‘polêmica’ (ou polemizada?) do jornal Voz do Oeste, onde eu era cronista diário, por motivos ‘obscuros’ de cunho político, eu, enquanto cronista em páginas de jornais impressos, estou de volta. Aqueles que exerceram pressão sobre o jornal onde eu publicava, por interesses ou por não respeitarem nem entenderem de crônica e do livre exercício da linguagem, muito menos de ‘liberdade de expressão’, seja por um moralismo imbecil contra a forma dos textos e suas linguagens ou por não tolerarem críticas, considerações e/ou impressões sobre determinados temas e situações na cidade de Xapecó (falta bom senso e certa ‘elegância’ humana, certa flexibilidade e tolerância quanto a argumentos ou opiniões – fundamentadas, diga-se de passagem – da parte de alguns que se acham ‘donos’ de uma verdade única e absoluta), de certa forma, contribuíram muito para meu fortalecimento, pois, como diria o velho e sempre novo pensador alemão Friedrich Nietzsche: ‘O que não me mata me torna mais forte’ - e eu, vivo, volto com força e vontade e alegria criadora (contratado) para as páginas de outro jornal. Só que desta vez, ao invés de serem textos diários, serão semanais, já que o jornal é publicado toda sexta-feira (Ufa!). Trata-se do jornal Folha do Bairro, um dos mais lidos da cidade, editado no maior bairro de Xapecó, também chamado de ‘o grande bairro Efapi’.  É possível que um ou dois desafetos (como já acontecera), retorcidos nas suas frustrações, voltem a desabafarem seus prantos sobre este escriba que lhes convida ao diálogo e a leitura, mas isso não é relevante - só para constar. Enfim, semanalmente estarei no Folha do Bairro com minhas crônicas cotidianas, algo em prosa e poema, entre outras ‘maldições literárias’. Como diria um velho combatente: ‘ou você ocupa os espaços, ou deixa que os espaços lhe ocupem’. Escolho a primeira opção. E cá estou. De pé, me divertindo (pois fazer o que se gosta é divertido), e gerando certo movimento. É isso.

“Que importa que eu acabe por ter razão! Eu tenho razão demais. – E quem hoje ri melhor, também ri por último”. (Crepúsculo dos ídolos – Nietzsche).


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1º Ato:


Antes de mais nada...

       Hoje não é uma data comemorativa. Não é feriado nem dia santo: nem Páscoa, nem aniversário do município ou Natal, nada disso. Hoje é um dia destes comuns que acontece em qualquer semana, e eu passo a fazer parte deste veículo de comunicação. Estou contente, pois gosto e necessito escrever. O jornal me chamou para publicar minhas crônicas nele e cá estou eu - novamente! 
       Olá! Me chamo Herman, nome de identidade, provavelmente dado pelos meus pais.  Sou professor de História, Filosofia, Linguagem, Redação e Geografia em escola(s) aqui da cidade; também de Literatura e Construção Textual em cursos e oficinas – caso alguém me chame pra isso. Além disso, sou compositor e guitarrista da banda de rock ‘Epopeia’, também aqui de Xapecó, e assessor do Sinproeste (Sindicato dos Professores - da Rede Privada de Ensino - da Região Oeste de Santa Catarina). Gosto de literatura e poesia, cinema e fotografia, vinho e gastronomia. Escrevo, ou pelo menos tento. Alguns dizem que cometo atentados à pretensa dita ‘boa literatura’, mas penso que isso seja só intriga da oposição. Me arrisco na poesia, prosa e nisso (a crônica). Acho que meu cachorro pensa que eu sou o melhor escritor do bairro, pois geralmente, quando estou escrevendo, ele deita aos meus pés e fica por ali, olfatório me observando. De minha parte, creio que eu seja o melhor escritor da rua (se bem que eu nunca li ninguém aqui por perto). Peguei gosto pela escrita lendo. Os donos da escrita técnica, formal e/ou culta, os fiéis puritanos da gramática, que me desculpem, pois, erros tolos (impercebíveis ou não), outros intencionais, alguns até estridentes, acontecerão neste espaço, certamente. Portanto, já estão avisados – ‘a prevenção é sempre um ato de prudência’ - e estou tentando sê-lo (um prudente). Mas é aquela coisa, aquele chavão que diz que ‘quem sai na chuva é pra se molhar’ – e eu adoro chuva! Pretendo aqui, fazer o uso livre - e caótico, da linguagem escrita, um pouco próxima a da falada, pois, além de trabalho, necessidade e livre expressão, além de gosto ou paixão, faço da crônica um exercício de escrita para mim e de tolerância, reflexão e diversão para os leitores. Já escrevi e publiquei em alguns muitos veículos de comunicação por aí – e escrever é isso, um risco. Um caso de amor e ódio, coerência e contradição. Pode ser um começo, mas nunca um fim. Portanto leitores, cá estou, sintam-se a vontade para um diálogo - deixo minhas linhas para suas apreciações. Me sinto bem vindo. Obrigado!

Folha do Bairro - 18/05/2012


Herman G. Silvani




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