quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

O Fim do Mundo é uma abstração!



 
 
 
 
 
 

 
 
 
 
 
 
 

 
 
‘Ensaístas da morte’ pregam & pregam o apocalipse. São tarados pela morte. Anunciadores do Fim do Mundo. Faz tempo que eu ouço discursos e falas que são ameaças a vida. Todos morrerão um dia, isso é fato. Só não sei quando. Não posso e nem quero saber. Se o apocalipse tem hora marcada, não sou eu quem vai mudar isso. Aliás, ninguém vai. E isso pouco me interessa. Estou mais preocupado com a vida no momento. Os ‘sinais’ de uma possível aproximação do Fim aparecem aos poucos e vão crescendo. Mas isso não anula outra possibilidade: a de Vida. Muitos passam seus dias preparando a alma para o abandono do corpo (ou para a morte), por isso vivem com a cabeça em outro mundo. O medo da perdição e da condenação eterna, tão difundido pelas religiões ocidentais, e que gera uma covardia e uma vaidade pessoal, muitas vezes inconsciente e que acaba por se tornar o alimento de um individualismo medíocre e egoísta. A preocupação com o Fim e o medo da morte coletiva gera a defesa de valores e morais retrógrados e a manutenção de tradições seletivas e intolerantes, culminando na reprodução de um modo de vida baseado nessas tradições. Por isso, a exemplo de alguns pensadores mais sensíveis e intensos, “desprezo o ‘Fim do Mundo’ como um ícone ideológico apontado para minha cabeça pela religião, pelo Estado & pelo meio cultural, como uma razão para não se fazer nada”. O ‘imaginário da morte’ e sua reprodução ou mesmo mercantilismo, agem na mente humana tanto quanto a censura ou a lavagem cerebral feita pela mídia. ‘Quem tem medo obedece!’ – e isso se configura numa estratégia de alguns poderes organizados para o domínio sociocultural, o controle e manutenção dos interesses de um grupo sobre outro. Óquei, já estou alertado do apocalipse. Agora chega de me encherem o saco com isso. Se tiver que morrer, eu morro e pronto. Sinto decepcioná-los, mas o Fim virá individualmente, para cada um e da sua maneira. A morte é uma certeza, e é pra TODOS! O Fim geral não existe. A vida não morre, ela se transforma. Portanto, chega de premonições e ameaças. O tempo nos pede ação. E não há nada mais vivaz do que a alegria de viver com certa intensidade. Portanto, passemos a venerar a vida, deixando a morte vir sem alarde. ESTAMOS VIVOS!

Herman G. Silvani
 
 
* também publicado no jornal Folha do Bairro - 21/12/2012
 
 
 

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