2013 começou ‘punk’! No calendário chinês é o ano da serpente. Ano
passado foi o do dragão, mas parece que a serpente é tão radical e ágil quanto
o símbolo ‘maior’ da ‘cultura mítica’ chinesa. Nasci no ano da serpente e
algumas das minhas características relacionadas a isso não negam o fato. E
chegamos e passamos pelo carnaval (a festa da carne) que, diga-se de passagem,
de certa forma continua, e de certa forma, é o mundo – um grande carnaval! Enquanto
ônibus incendeiam por todo o Estado e o governador, num ‘desvio de conduta’, se
pronuncia fazendo querer parecer que isso não é coisa do crime organizado, em Xapecó
- e sua tradição incendiária - ônibus das empresas de transporte ditos
‘públicos’, são escoltados pela política militar e municipal. Por aqui,
igrejas, clubes sociais e até pessoas (forasteiros) já foram queimados um dia
(leia-se o livro ‘O linchamento que muitos querem esquecer’ de Monica Hass).
Nisso, a dita ‘bandidagem’ deve ser um bloco de carnaval que sai pulando e
queimando - ou vive camuflada por detrás de brasões, instituições, ordens
secretas, nomes de famílias, etc., por aí. Entre incêndios e tragédias, o ano
da serpente também começa com o anúncio da renúncia do Papa – e Exu dá mais um
tapa no seu charuto soprando uma fumaça ancestral no ar. Nisso, a serpente se
mostra um dragão de menor porte, porém, astuta e não menos letal. O futebol
mundial aparece como uma das maiores máfias do mundo, onde jogos e resultados
são comprados, e o ‘torcedor fanático’, assim, imbecilizado. ‘Mas no hay
pobrema! El mondo es una cosa loca’. Na Bolívia, o presidente (descendente
indígena) cria a digna ‘Lei da Mãe Terra’, a primeira legislação mundial dando
à natureza direitos iguais as dos humanos, enquanto isso, do outro lado do
‘jogo’, capitalistas desenvolvimentistas discursam a favor de um dito
‘progresso’ a qualquer custo – e o carnaval prossegue, e a maioria samba e
dança conforme a música. A serpente não! A serpente é rápida, se move conforme
a situação e tem um veneno que pode ser mortal. Não é feroz, porém, quando
ameaçada, se defende, e sua defesa, geralmente é um ‘contrataque’. O ano da serpente
recém começou, e temos tanto ainda pela frente – onde muito é alegoria, neste
eterno carnaval...
* também publicado no jornal Folha do Bairro - 15/02/13
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