sábado, 8 de agosto de 2015

Bolsonaro, Rodrigues e Peninha em Xapecó: trio ‘di bem’ e tiros...

Rogério ‘Peninha’ Mendonça (PMDB) e seu ‘Estatuto da Legítima Defesa’ rendeu em Xapecó um Centro de Eventos com muitas cadeiras ocupadas e aplausos idólatras, principalmente pela presença do ‘arauto conservador’ e membro de um dos partidos líderes em corrupção no país, o deputado Bolsonaro e seu ‘fiel escudeiro’ o deputado oestino e ex-‘prefeito de verdade’, João Rodrigues. Na plateia um público sedento por ‘resoluções arcaicas’ dos problemas socioculturais de que eles também fazem parte, pois o crime é carregado de questões culturais, educacionais e sociais, sendo que, a sociedade é um todo.

No momento, Bolsonaro aproveitou e fez o palco do teatro ‘público’ do Centro de Cultura e Eventos (e agora também Palanque político), um palanque eleitoreiro. Sua ‘pré-candidatura’ a Presidente do Brasil foi lançada neste ‘palco-palanque’, no fechamento de um discurso inflamado que gritava o chavão nada original: ‘Fora Dilma! Fora PT!’, em que foi ovacionado pela maioria presente e pelos políticos e autoridades locais que o cercavam. Que orgulho para a nossa cidade, capital do ‘velho e bravil Oeste!’.

A partir deste ‘fato histórico’, teço algumas breves ‘análises dos discursos’ destes ‘ilustres cidadãos de bem’:

Palavras de Jair Bolsonaro (PP):

“O que o governo quer é deixar o povo na situação de cordeiro, sem possibilidade de reagir, e um povo desarmado é um povo subjugado”.

·         Apontar, mais uma vez, o dedo para cima, culpando ‘o governo’. Mas quem é este ‘governo’, já que, os senhores são deputados e, portanto, fazem parte dele? Por que é que os deputados não defendem outro tipo de armamento? Ou seja, mais educação e cultura, arte e conteúdos dignos? Neste contexto, aí sim o comentário do Sr. Bolsonaro faria sentido. Como estudante/praticante, pesquisador e instrutor de uma ‘arte marcial’ que é tida como uma das mais significativas em ‘defesa-pessoal’ ou ‘autodefesa’ do mundo (Wing Chun), pois é ‘proativa’, antecipatória ou preventiva, posso dizer que uma arma não garante nada, e que, na imensa maioria dos casos, armas são mal usadas e colocam pessoas mais em risco do que as salvam. Portanto, isso não passa de um discurso. Não é pelo final que se tem bons resultados (reação física), mas pela antecipação do problema, o que requer de outra consciência e estratégia. Não é com mais violência ou ameaças, mas com inteligência e sensibilidade que se resolvem problemas. Liberar desta forma o uso de armas de fogo é o mesmo que jogar gasolina numa fogueira. Estupidez dos senhores deputados ou interesse populista?

“Todas as ditaduras do mundo foram precedidas por campanhas de desarmamento. Isso que está em jogo (...) nesse viés do desarmamento”.

·         Este comentário é uma falácia ideológica (buscar ‘falácias’ na filosofia), pois indiretamente está supondo que o governo atual (Dilma e PT) querem manter o estatuto do desarmamento para, sem ‘reação’ do povo (dos ‘homi di bem’), possa implantar sua ‘ditadura comunista bolivariana’ no Brasil. Um discurso enfadonho que chega a ser cômico, mas que leva muita gente ‘ingênua’ (ou ignorante) no papo. 


João Rodrigues (PSD):

“Não podemos tolerar em Chapecó, nesta terra do bem, que meia dúzia de babacas, de idiotas, tentem se manifestar de forma truculenta. E isso não vamos permitir jamais”.

·         O velho jeito político de se autoproclamar ‘a voz do povo’ ou o ‘dono do pedaço’: ‘Não podemos tolerar (...) não vamos permitir jamais’, acompanhado com o discurso malandro do ‘bom sujeito’: ‘nesta terra do bem’. Ser leve para logo em seguida mostrar as garras e o ímpeto ofensivo: ‘meia dúzia de babacas, de idiotas’.

“Não quero andar armado na rua, até porque não tenho equilíbrio suficiente para andar com uma arma na cintura. Eu tenho arma em casa para que, se minha casa seja invadida, o sujeito obviamente não saia vivo lá de dentro”.

·         Neste discurso, o deputado, com uma sinceridade típica (ou atípica), deixa claro (ou deixa escapar) que seu ‘equilíbrio’ é insuficiente para o ‘autocontrole’, assim como tantos cidadãos que, a partir do momento que portem uma arma, não hesitarão em usá-la, devido ao desequilíbrio ou descontrole emocional que afeta a maioria da população (sob tudo, masculina). Em seguida, o deputado declara que tem arma em casa e com certa prepotência deixa dito que, com certeza ‘mataria’ algum possível invasor, independente do contexto, pois generalizou ao dizê-lo.

“No meu caso, no máximo teria alguém que andasse comigo e tivesse a capacidade para isso.”

·         Neste comentário, afirma que ‘teria’ (terá ou tem?) alguém ‘capacitado’ para defender (ou matar?). Porque alguém ‘di bem’, dita íntegra, teria esta necessidade, de andar com guarda-costas? Algo não fecha nesta matemática. Ou sou eu quem não sabe fazer conta.

Enfim. Assim caminha a ‘coerência’, a partir da cultura, educação e política, em Xapecó e no Brasil.

Sem mais.

      Nem menos.



* matéria 'base' na integra: 

http://redecomsc.com.br/portal/noticias/politica/Louvado_ou_execrado_bolsonaro_e_recebido_calorosamente_em_chapeco__24691





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