Professor explorado: educação mal
tratada e medíocre
Enquanto governos, polícia e Estado reprimem
violentamente estudantes e professores dentro das escolas (leia-se São Paulo) e
nas ruas (leia-se Paraná), não valorizando devidamente o trabalho dos professores,
parte significativa do setor privado (escolas particulares) representadas pelo
SINEPE (seu sindicato em SC) exploram o trabalho do professor. Como?
Passar horas corrigindo e elaborando avaliações,
recuperações, exames,
etc., em casa, madrugada à dentro ou em finais de semana, e o SINEPE, nas
negociações entre sindicatos, faz pouco caso, ignorando esta exploração, não
querendo nem ouvir falar em 'hora-atividade' (tempo pago ao professor para bem
avaliar e produzir materiais que servirão ao aluno e à escola).
Este é modo com que se faz uma educação de qualidade? Educação
que vá além do mercado e das burocracias, além da disputa besta que ainda são
os vestibulares, concursos e afins? Essa é a educação que querem os pais, as
escolas, os professores, os alunos? Alguém já perguntou a estes últimos se é
isso mesmo e desta forma que deve ser?
Por isso e por outras é que o país, a educação e a
cultura (de uma forma geral) estão como estão, são o que são. O que mais
existem são pretextos, justificativas, desculpas. Agora ‘a culpa é da crise'. E
antes, era de quem?
De uma forma geral, o número de estudantes
matriculados na rede particular de ensino aumentou, assim como aumentaram o
número de escolas, cursos e faculdades neste terreno, e - assim como aumentam
as mensalidades pagas pelos alunos/pais. Mas, e o salário do professor? A
hora-atividade? A dignidade dos principais agentes da educação (os professores)
porque não acompanham estes 'aumentos'? Eim SINEPE?!
O que ainda salva um tanto da educação, da dignidade
que ainda resta nela, são justamente, alguns mestres ou professores
(trabalhadores da educação), além de alguns projetos, os que não são
valorizados e, portanto, dignificados na sua missão (que vai muito além da
profissão). Enfim.
Enquanto assim for ou continuar, teremos isso, o
que todos estão vendo e muitos fingem não ver e desconversam: Uma educação (que
compõem a cultura) capenga, mesquinha e/ou medíocre de uma maneira geral, e uma
cultura e realidade violentas, corruptas, estúpidas ou débeis, nas suas formas
de pensar, agir ou ser...
* também publicado no jornal Gazeta de Chapecó.
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