sexta-feira, 11 de dezembro de 2015

Leituras do Cotidiano

Professor explorado: educação mal tratada e medíocre

Enquanto governos, polícia e Estado reprimem violentamente estudantes e professores dentro das escolas (leia-se São Paulo) e nas ruas (leia-se Paraná), não valorizando devidamente o trabalho dos professores, parte significativa do setor privado (escolas particulares) representadas pelo SINEPE (seu sindicato em SC) exploram o trabalho do professor. Como?

Passar horas corrigindo e elaborando avaliações, recuperações, exames, etc., em casa, madrugada à dentro ou em finais de semana, e o SINEPE, nas negociações entre sindicatos, faz pouco caso, ignorando esta exploração, não querendo nem ouvir falar em 'hora-atividade' (tempo pago ao professor para bem avaliar e produzir materiais que servirão ao aluno e à escola).

Este é modo com que se faz uma educação de qualidade? Educação que vá além do mercado e das burocracias, além da disputa besta que ainda são os vestibulares, concursos e afins? Essa é a educação que querem os pais, as escolas, os professores, os alunos? Alguém já perguntou a estes últimos se é isso mesmo e desta forma que deve ser?

Por isso e por outras é que o país, a educação e a cultura (de uma forma geral) estão como estão, são o que são. O que mais existem são pretextos, justificativas, desculpas. Agora ‘a culpa é da crise'. E antes, era de quem?

De uma forma geral, o número de estudantes matriculados na rede particular de ensino aumentou, assim como aumentaram o número de escolas, cursos e faculdades neste terreno, e - assim como aumentam as mensalidades pagas pelos alunos/pais. Mas, e o salário do professor? A hora-atividade? A dignidade dos principais agentes da educação (os professores) porque não acompanham estes 'aumentos'? Eim SINEPE?!

O que ainda salva um tanto da educação, da dignidade que ainda resta nela, são justamente, alguns mestres ou professores (trabalhadores da educação), além de alguns projetos, os que não são valorizados e, portanto, dignificados na sua missão (que vai muito além da profissão). Enfim.

Enquanto assim for ou continuar, teremos isso, o que todos estão vendo e muitos fingem não ver e desconversam: Uma educação (que compõem a cultura) capenga, mesquinha e/ou medíocre de uma maneira geral, e uma cultura e realidade violentas, corruptas, estúpidas ou débeis, nas suas formas de pensar, agir ou ser...


* também publicado no jornal Gazeta de Chapecó.



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