‘Copiei’
o título acima de um colunista de um outro jornal que roda na cidade. Dizem ser
jornalista e psicólogo. Se assim for, estamos mesmo ferrados. Se jornalista,
até não me surpreendo, pois muitos (infelizmente) têm este perfil. Mas,
psicólogo?! Refiro-me a um conhecido comentarista que já foi ‘expulso’ de um
meio de comunicação televisivo, mas continua com suas mediocridades
‘intelectuais’ em outro, além do tal jornal. E de que perfil me refiro? Um
perfil mesquinho, um tanto conservador (no sentido ignorância) e bastante
medíocre na abordagem dos assuntos. Mas, não é dele nem dos meios que abrigam
suas palavras medíocres que, por fazerem isso, devem compactuar com elas, que
venho valar. Falta dizer que a ‘epidemia’ de doenças causadas pelo famoso
‘mosquito da dengue’ (personagem antigo do programa da Xuxa) tem hospedeiro.
Não, não é um macaco das florestas da grande mãe África. É um ‘sistema’. Também
chamado de ‘modo de vida’ ou ‘cultura’. Então, falta dizer que o mosquito
ampliou seu território, desconsiderando até as estações do ano, passando a
sobreviver e infectar também no inverno. O bicho gosta de umidade e calor,
principalmente. E eis a mudança climática dada pelo ‘aquecimento’ do planeta
para hospedar este hóspede inóspito para o ser humano. Eis o lixo que este
sistema e sua industrialização e consumo massificados produzem, moradia das
larvas e futuras doenças. Eis os agrotóxicos que matam seus predadores e o
fortalecem cada vez mais. Eis o sistema dito civilizado, capitalista,
desenvolvido, das soluções fáceis, da ciência de ponta. Todo ele em risco por
causa de um mosquitinho. Antes mesmo de qualquer tecnologia ou filme de ficção
científica, a natureza (a mãe das mães) já tinha sua própria tecnologia. E eis
um ser tecnológico e mutável desta natureza. A intervenção e abuso da cultura
humana na natureza gerou uma transformação dela, onde o mosquito se tornou mais
forte e passou a se reproduzir e se espalhar por tudo quanto é canto. Agora,
segura o bicho! O desequilíbrio climático dado pelo aquecimento global, pelos
excessos de produção de lixo e seu acúmulo, pela falta de uma cultura e
educação que se sustente, ou ‘sustentável’, onde tudo possa se aproximar mais
da natureza, como propõe o taoismo (enquanto filosofia e não religião). Equilíbrio
ou sustentabilidade, este é o caminho. Talvez, o único que ainda nos resta. O
mais é excesso e falsa crença num pretenso ‘progresso’ ou ‘desenvolvimento’. Um
modo de vida que pena frente a um mosquitinho de nada?! Um sistema de alta
tecnologia onde se viaja pelo espaço, mas não se consegue (ou não se quer?)
tratar de problemas básicos da vida humana, como exploração do trabalho,
violência(s) e fome? É, falta dizer o que a maioria não está dizendo! E mais
que isso, fazer! E mais que isso, ser!
* também publicado no jornal Gazeta de Chapecó.
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