sexta-feira, 9 de agosto de 2019

Indústria do espírito, controle da mente e do corpo...

O capitalista transforma tudo (ou quase tudo) em negócio. Isso é fácil para ele, devido a certa 'cultura das aparências' (leia-se 'sociedade do espetáculo' de Debord) que ignora as essências (o que é interno aos conteúdos). Discursos, retóricas, motivações de ordem ideológicas e publicitárias são mecanismos destes convencimentos, que fazem pessoas acreditarem e seguirem uma ideia fixa, determinista e reducionista e que, por sua vez, reproduzem estas condições, enchendo o mundo delas. Um exemplo disso é o McMindfullness.
"Filosofias e espiritualidades como o Taoismo e o Budismo, por exemplo, originalmente visam a libertação do ser humano. Mas o mercado (e a ideologia política e publicitária) pega isso, separa só o que interessa, coloca numa garrafinha com um rótulo bonitinho e vende como um produto capaz de aumentar sua atenção e te tornar um empregado melhor, mais obediente, menos questionador, mais produtivo e que reivindique menos melhores condições de trabalho ou salário. A exemplo do McMindfulness, que visa somente o lucro das empresas. Ele não tem a função social das filosofias ou tradições antigas citadas acima. Pelo contrário, ele pretende moldar mais escravos alienados e obedientes." (Flávio Ribeiro Tubino - intervenções minhas)
Essas novas tendências, estes 'modismos', pipocam por aí o tempo todo, onde muitos deles se utilizam da filosofia e da espiritualidade como elemento de convencimento e controle, induzindo os menos acordados a consumirem e reproduzirem deliberadamente - quando não, utilizam para condicionar pessoas num exército ideológico e dogmático, como é o caso do 'cristianismo' pentecostal no Brasil atual. 
Aos colegas praticantes, professores, trabalhadores/as das filosofias que relacionam-se com psicologia, energia e/ou espiritualidade (não necessariamente religião), e aos atuais 'coachs', uma indagação: 'Estamos ajudando as pessoas a se tornarem realmente melhores, ou apenas as ludibriando?'


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