domingo, 29 de abril de 2012

dedico este poema aos idealistas...

Os bons tempos do matadouro

meu avô carneava boi como ninguém.

a banha, o cheiro forte do sangue coagulado
as vísceras e as entranhas espalhadas pelo chão do matadouro
os olhos mortos, parados
a disputa dos cães pelos restos
a buchada aos porcos, as moscas em volta
o coração aflito

eu era menino...

quem nunca esteve num matadouro
sabe pouco da vida
e da morte, menos ainda

a realidade é um naco de carne no osso duro da vida.


Herman G. Silvani



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