Os bons tempos do matadouro
meu avô carneava boi como ninguém.
a banha, o cheiro forte do sangue coagulado
as vísceras e as entranhas espalhadas pelo chão do matadouro
os olhos mortos, parados
a disputa dos cães pelos restos
a buchada aos porcos, as moscas em volta
o coração aflito
eu era menino...
quem nunca esteve num matadouro
sabe pouco da vida
e da morte, menos ainda
a realidade é um naco de carne no osso duro da vida.
Herman G. Silvani
Nenhum comentário:
Postar um comentário