segunda-feira, 2 de abril de 2012

Entre as massas! (massa de manobra; massa corporal; massa encefálica)

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

O culto ao corpo e ao automóvel: maquinarias que se assemelham no fundamentalismo do eu


Herança grega, o culto ao corpo como padrão estético e saúde física tem seu ‘descanso’ durante a Idade Média, e com o Renascimento nos vem até os dias atuais. A propaganda televisiva é prova disso, onde modelos que exibem o que seriam corpos perfeitos são diretamente relacionados a um conceito de saúde física e beleza estética (ligados ao apelo comercial), somados a uma ‘aparente’ e convincente alegria. Nessa relação publicitária do discurso em forma de imagem com a ideologia da indústria cultural, e que visa um público consumidor ‘X’, o pensamento, o caráter, o conhecimento, são elementos que ficam de lado, tornando-se esses elementos, insignificantes. No capitalismo contemporâneo, se vende de tudo e de qualquer forma. Mas ao produto (bem de consumo), sempre estão vinculadas determinadas idéias, crenças, ideologias. Nesse processo, o corpo tem relação com o automóvel. Não me canso de ver homens saídos de academias, malhados, com seus músculos em exibição, usando essa máquina (leia-se corpo) para representar aquilo que realmente não se é. "A maioria dos homens vive uma existência de tranquilo desespero." (Henry Thoreau).  O homem, independente do que ele representa e como se mostra, no fundo é outra coisa. Nisso, o corpo não passa de uma casa – e cá entre nós, muitas vezes vazia. Ou seja, neste caso, muita massa corporal e pouca encefálica. Assim também é utilizado por parte considerável da população o automóvel. Muitas vezes, ter um carrão, o que deveria ser apenas um meio de transporte, passa a ser status social e representação daquilo que não se é. Neste sentido, tanto o corpo ‘bombado’ quanto o automóvel ‘tunado’, passam a ser um prolongamento da ‘pouca’ potência masculina. Na falta dessa potência, o homem de ego inflado e que busca status social, faz do seu corpo e/ou seu automóvel, uma espécie de órgão genital. Expondo sua força física, seja na rua ou em algum ringue, como que quando acelera seu automóvel saindo em disparada, cantando pneu, fazendo pegas na rua, o ‘macho’ (ou pretendente a isso), dá mostras da sua fragilidade. A potência do seu golpe, despenhado com ira e violência, pelo excesso de treinamento, onde a força e o condicionamento físico são seus motes, em busca unicamente da vitória e de uma suposta ‘superação de si próprio’ através dessa condição (o que é diferente da energia canalizada desferida num golpe por uma arte marcial como o Kung-Fu ou Jeet Kune do, por exemplo), assim como a potência do motor do carrão dado a violência da aceleração e/ou excesso de velocidade pelo condutor, ambos são despachos de alguma frustração cotidiana, de alguma ira incontida. A diferença é que no ringue, pelo menos, os adversários deferem seus golpes agredindo a si próprios. Até aí, tudo bem. Mas na rua, no trânsito, na televisão, na internet, isso se torna ‘espetáculo’, e este por sua vez, reprodução que vai acabar em violência, imposição, consumo e cultura. Uma cultura efêmera, como é a do culto ao automóvel e do culto ao corpo e seu uso violento enquanto status de poder e potência. Eu mesmo já presenciei, por inúmeras vezes (e quem não presenciou?), jovens ‘bombadinhos’ faltando com respeito ao ‘outro’ (principalmente às mulheres, devido ao machismo impregnado nessa cultura) na rua, em festas e bares, esbarrando no ‘outro’ por se auto-considerar mais ‘másculo’, provocando brigas e confusões ‘gratuitas’, ou usando o automóvel de forma irresponsável no trânsito, com impaciência e truculência quando deveriam praticar a gentileza e a boa convivência entre os seus. Pois é meus caros, isso é mesmo muito comum no dia a dia, basta que queiramos perceber. Isso tudo está diretamente vinculado a uma espécie de ‘fundamentalismo do eu’, ou seja, uma supervalorização do próprio ego, do individualismo, egoísmo, ganância e principalmente, cobrança e despacho das frustrações cotidianas. A impotência assim, faz com que o homem que se auto-proclame ‘senhor de si próprio’, quando na verdade não passa de um dependente - senão covarde, aquele que impõe aos demais a sua condição de ‘superioridade’, escondendo assim, suas fragilidades e seu medo de se assumir e aceitar a realidade que o cerca. Assim, não se opta pelo estudo, pela busca do conhecimento. Trocam-se as buscas, as experimentações, a superação das fraquezas e mediocridades interiores pelo ‘espetáculo’ físico que o corpo e seu uso passam a ser, assim como o ‘espetáculo’ material que o automóvel passa a proporcionar. Tudo isso se resume em uma demonstração miserável de potência – e/ou a falta dela.



O amor ao ego e a violência enquanto espetáculo midiático e cotidiano


Algumas críticas e considerações ponderáveis recaem sobre a elevação do ego, do individualismo do homem e suas ações na sociedade contemporânea. A mesma violência que é combatida em discursos políticos, ideológicos e religiosos, é um grande produto da indústria cultural, vendida em vários espaços oficializados mundo afora. A violência se vende como um artigo qualquer numa ponta de estoque. Porém, ela é velada e transformada em ‘espetáculo’ (sob tudo midiático, neste caso específico). Além disso, a competitividade que visa unicamente a vitória (apesar de certo discurso que diz: ‘o importante é competir’), a sobreposição de um sobre o outro, também é um elemento significativo para a fundamentação crítica de caráter sociológico. Tudo isso seria muito ‘normal’ num sistema que se diz democrático, mas, a coisa não é bem assim. O que temos são discursos. A prática, às vezes, se mostra outra, quando se chega ao âmago da questão. A ferida aberta, porém camuflada no interior do discurso arde quando é tocada, devido a falta de conhecimento de causa para tratar tal chaga. Mas, convenhamos, estou querendo demais. De uma realidade que privilegia ‘esportes’ competitivos que resultam em status social e poder, que privilegia a massa corporal ao invés da massa pensante nesses ‘esportes’, eu não poderia esperar outra coisa. Reforçar o ego, e/ou a suposta superioridade de um sobre o outro, são práticas comuns nesse tipo de sociedade. Numa espécie exagerada de ‘amor próprio’ e vontade de superioridade, o culto ao próprio corpo torna-se uma cultura onde a violência passa a ser a sua linguagem, e tudo isso compõe o ‘espetáculo’ de mediocridades, impulsionado e imprimido na ‘cultura’ popular pela grande mídia e sua indústria cultural.  

 

“Mas, ao mesmo tempo, a mecanização adquiriu tanto poder sobre o homem em seu tempo de lazer e sobre sua felicidade, determinado integralmente pela fabricação dos produtos de divertimento, que ele apenas pode captar as cópias e as reproduções do próprio processo de trabalho. O pretenso conteúdo é só uma pálida fachada; aquilo que se imprime é a sucessão automática de operações reguladas. (...) O espectador não deve trabalhar com a própria cabeça; o produto prescreve qualquer reação; (...) Toda conexão lógica que exija alento intelectual é escrupulosamente evitada.” (Teixeira Coelho – ‘O que é indústria cultural’).

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

A sociedade do espetáculo: entre o Big Brother e o MMA/UFC


Mal termina o BBB e um novo Reality Show começa na obesa programação da Rede Globo. Trata-se de um Big Brother 100% masculino. Quer dizer, pelo menos na fachada. A Indústria Cultural brasileira dá mais mostras do que é capaz. Agora, o ‘espetáculo’ fica por conta de um novo modismo em rede nacional, aquilo que um dia se chamou ‘Vale Tudo’, e por motivos ‘obscuros’ teve o nome adulterado para MMA (Artes Marciais Mistas), e/ou UFC (como desejarem). Lutadores de academia dão mostras semi-teatrais das suas ‘artes’ num ringue transmitido ao vivo. Entre músculos, tatuagens, suor, socos, ponta-pés, meia-noves, e alguma racionalidade, os ‘bombados’ são os atores principais desse horror show televisivo (eu pelo menos, acho horrendo ver aquele desfile de músculos e porrada pra tudo quanto é lado - mas cada um com suas escolhas, não é? A minha é essa, e acho que posso, não posso? Ainda mais quando invadem, a todo momento, meus espaços com tamanha poluição. Que chatice isso! Mas, alguns acham que não tenho o ‘direito’ de me manifestar a respeito – ‘são tão democráticos!’).  Estive, por acaso, presenciando um torneio amador desse ‘esporte’, quando fui a determinado lugar beber uma cervejinha e comer algo, e lá estava o ‘espetáculo’ armado. Fiquei algum tempo e pude presenciar e perceber alguns lances. No dia seguinte, ligo o computador, acesso a net e lá está: propagandas e mais propagandas de MMA nas páginas principais da internet. Acesso o facebook e novamente lá estão elas. Ligo a TV e, adivinhem?! Que saco! Não bastasse o futebol que nos socam güela abaixo, agora mais isso? E eu tenho que aceitar isso tudo passivamente como um número do rebanho? Não, não dá pra mim. Então, devido ao excesso de imagens e discursos que tomavam os maiores espaços no facebook, inventei de comentar o que pude ver naquele dito torneio, como mero expectador, porém, com certo conhecimento, já que fui praticante de artes marciais por alguns anos (leia-se Wing Chun Kung-Fu e Tai-Chi), por quê? Além dos xingamentos, acabei recebendo ‘convites’, provocações, intimações, intimidações e até ensaios de ameaça de alguns ‘esportistas’ lutadores da dita ‘arte marcial’: “Seja homem e suba no ringue que te mostro!” foi uma delas. ‘Não, muito obrigado! Você não faz meu tipo. Não gosto de ser agarrado por músculos nem me banhar em suor masculino, muito menos dar e levar porrada nas escuras. Meu chão é outro. Prefiro a cama e as mulheres’. Mas se a escolha alheia é essa, tudo bem, até entendo, só não venham me meter no meio disso. E se ‘alguns’ (vejam bem, não estou generalizando) precisam provar sua masculinidade e virilidade com porrada e tentativas de intimidações por não suportarem a opinião crítica alheia, é porque isso, no fundo, lhes faz falta. Não aceito esse tipo de provocação. Teve até um ‘professor-instrutor’ que insinuou que poderia me ‘arrebentar’. Pelo que pude perceber no discurso escrito, pela falta de conhecimento e bom senso do sujeito, se me desse um ano apenas de trabalho pago para que eu pudesse me sustentar, treinando no máximo 3 dias da semana, não seria muito difícil (se aceitasse a provocação), em no máximo 10 minutos dar uma resposta prática ao sujeito. Mas não, estou um pouco velho e gasto pra isso, além do pouco interesse. Nunca gostei dessa forma de resolver as coisas, prefiro o diálogo, o debate, a argumentação. Minhas armas são outras. Além do corpo, tenho a mente, a música e a palavra. Aprendi, nos tempos em que praticava artes marciais, que o sábio e bom lutador, em primeiro lugar, não deve, jamais, subestimar o ‘outro’ – e o que fez esse ‘professor’ e alguns ‘lutadores’, foram subestimar o conhecimento alheio, tanto intelectual quanto prático. Mas, isso não me é surpresa, o ser humano, em sua grande maioria, tem a mania de fazer isso. Outro ensinamento é não aceitar provocações, ainda mais quando estas são levianas, e não cair em disputas de ira visando alguma vitória. A arte marcial, depois que saiu do âmbito do preparo único e exclusivo para a guerra (como era originalmente), com a contribuição de Kung-Fu Tsu (também conhecido por Confúcio, o sábio chinês), tornou-se também um modo de vida, de ver o mundo, de prática cotidiana, onde o ‘controle’ de si mesmo e/ou ‘auto-equilíbrio’, passou a ser um elemento fundamental na característica do que se chama ‘arte marcial’. Bem diferente do que vi e do que ouvi daqueles que me intimaram para o ringue. E segundo suas iras, eu é que sou o ignorante, eu é que preciso estudar e aprender mais sobre o assunto. Mas enfim. Os tempos são outros. Tanto é que se confunde arte marcial (o que foi e o que hoje é) com esporte competitivo e com ‘briga de rua’, seja ela fora ou em cima de um ringue. É claro que ‘alguns’ lutadores são mais do que músculos e tatuagens, mas, pelo jeito, se eu não estiver equivocado, devido ao que vejo por aí, uma minoria, até que me provem contrário.


‎"A alienação do espectador em proveito do objeto contemplado (que é o resultado da sua própria atividade inconsciente) exprime-se assim: quanto mais ele contempla, menos vive; quanto mais aceita reconhecer-se nas imagens dominantes da necessidade, menos ele compreende a sua própria existência e o seu próprio desejo. A exterioridade do espetáculo em relação ao homem que age aparece nisto, os seus próprios gestos já não são seus, mas de um outro que lhos apresenta". (Guy Debord – ‘A Sociedade do Espetáculo’).

 

*  Nisso tudo, sugiro aos ‘professores’ ou instrutores, que preparem seus alunos além do uso da força física, para o uso da força mental, intelectual, pois pelas respostas que recebi, estão precisando – e muito. A arte marcial vai muito além da luta, prepara seres humanos - pratica também o pensamento, o bom senso e a inteligência além do quesito físico. O mais, é modismo e ‘espetáculo’.


hgs.



8 comentários:

Camila Dias disse...

Bá! Falou bem!

Anônimo disse...

QUE PAULADA!

Anônimo disse...

Não sei se é uma boa coisa sair criticando um esporte pelo 'espetáculo' ridículo que fazem dele. O MMA, assim como o futebol, é um esporte altamente técnico e interessante. Se o futebol (antes) e o MMA (agora) virou motivo de paixões quase nacionalistas e são veiculados de maneira sensacional e espetacular, isso não significa outra coisa a não ser que vivemos em uma sociedade em que TUDO vira espetáculo. Por exemplo: estive no show do Roger Waters em Porto Alegre e o que vi foi um grande ESPETÁCULO audiovisual e sensacionalista - sensacionalista, sim, pq o músico no palco usava das artimanhas mais baixas para arregimentar o público, sendo: efeitos sonoros e visuais megalomaníacos, discursinhos senso-comum sobre o 'terrorismo de estado' etc. Ao meu redor, gente chorando de emoção por estar na frente de um grande ídolo (irônico, tratando-se do disco the wall), outros dispostos a fazer tudo o que o ditador lá em cima mandasse (irônico novamente), e todos hipnotizados por aquele show de efeitos inigualáveis - um show de efeitos que obstrui a mente e facilmente conduz a 'galera' (ou o rebanho) feliz e incólume até o fim (um show que, por sua temática, poderia (e deveria) ser extremamente paranóico e deprimente, um choque de paradigmas). Passaram 2 semanas e ainda hoje em porto alegre não se fala sobre outra coisa, a não ser sobre esse 'espetáculo'. Mas, enfim, falei um blablabla e nem sei onde queria chegar. O fato é que, assim como acontece com o mma e o futebol, acontece também na indústria fonográfica ou cinematográfica ou editorial e etcetcetc. O mma não nasceu um espetáculo. Nem o futebol. Nem a música. Nem nada. O 'espetáculo' midiático vem depois. Mas, mesmo com tudo isso, ainda consigo abstrair e ir para o estádio assistir a uma boa partida de futebol (um jogo de bola bem jogado é algo muito bonito!) ou assistir a uma luta de mma. Na verdade, o 'espetáculo' na produção artística me incomoda ainda mais, porque é consumido por pessoas pretensamente esclarecidas e libertas, mas que na verdade não passam de, como você diz, um grande rebanho.

Matte disse...

Opa, o comentário de cima é meu, niko, só pra esclarecer aquela pendenga que ficou esses dias. =D

E, pra terminar, digo que o show do Roger Waters foi um espetáculo de reações humanas infinitamente mais deprimente que qualquer ida ao beira-ria nos domingos. Infinitamente!

Aliás, isso me faz lembrar de outra coisa, que me ocorreu após o show do Paul Mcartney, no ano passado.
Em porto alegre, no viaduto da conceição, há uma pixação que diz o seguinte:

"Enquanto te exploram, tu grita gol".

Eu mudaria para:

"Enquanto te exploram, tu grita Paul".

...tamanho falatório que esse show gerou por tanto tempo e o poder que figuras medíocres (pode discordar, se quiser) como Paul Mcartney possuem em alienar uma multidão.


Ah, mas ele foi um dos Beatles!!! Mimimi... foda-se! Eu não idolatro ninguém. E, aliás, qual a diferença entre o talento de um Beatle e de um Pelé? Cada um é rei na sua 'arte'. Mas nenhum foi um grande libertador de mentes. Foram grandes revolucionários daquilo que sabiam fazer...

... e só.


Abraços, mano, e o que eu tinha pra dizer era isso.

(e eu sei que tu não vai concordar)

Herman ou Niko disse...

ledo engano Matte! quem lhe deu a garantia de que eu não concordaria? mais cautela nas conclusões.. concordo com quase tudo o que tu disse! (MMA altamente técnico? há controvérsias!).. olha só, mais uma vez, um a subestimar o 'alheio'.. mas tudo bem, isso não é novo, muito pelo contrário, algo comum na sociedade, e não me surpreende.. só esqueceu de um 'detalhe' (que faz uma grande diferença).. o que prevalece no discurso ideológico privado e do Estado? O que mais disso tudo ocupa a maior parte do tempo e espaços na mídia oficial sendo reproduzido como pretensa 'verdade'? Waters ou MMA? (o Sr. Paul Mac.Beatle é outra coisa).. e enquanto 'espetáculoS', ambos promovem e atinguem a mesma coisa? da mesma forma? desculpe amigo, mas acaba de ter uma caída ao 'relativismo', daqueles que jogam tudo pro ar e indiretamente 'naturalizam' a frivolidade, como se tudo fosse igual e natural.. mas, se não percebeu ainda, estamos em 'guerra', e as armas ideologicas, mesmo veladas, são usadas por ambos os lados.. ou acha que tudo isso é 'natural'? ou ficção? ou um conto de fadas? vejo um pouco de ingenuidade nisso.. querer simplificar todo esse debate assim, é cair no 'simplismo' do vazio.. e então, nenhum pensamento, nenhuma prática, ciência, conhecimento, teoria, serve para alguma coisa.. acabamos por 'divinizar' o mundo.. em outras palavras: 'deus é que sabe (?)'.. pensa assim? creio que não.. esse é o pensamento mais difícil de desconstruir.. eu critico e caminho na estrada do Caos por isso.. já escolhi meu lado faz tempo.. e é o de desconstruir (ou destruir) essa iconização.. e alguns ditos 'ídolos' (leia-se Waters, por exemplo), ideológicamente ou não, usam sua arte para isso, jogando, muitas vezes, contra sua própria condição.. discurso contra o Terrismo, seria 'senso comum' se fosse o mesmo de sempre (contra os povos árabes e afins).. mas foi o contrário 'Terrorismo de Estado'.. qual 'ícone' tem essa prática? enfim.. comparar a grandiosidade, por mais 'espetácular' que seja, do show/espetáculo/celebração The Wall com MMA e a beatlemania, tão simplificado assim e sem as devidas proporções, é certa incoerência.. lembrando que TODOS temos posições e assumimos lutas.. aquele que diz que não, já assumiu a sua.. é só ligar a TV, acessar a internet, para perceber a diferença.. se o espetáculo existe, não significa que não possa ser 'transformado' em potencial artístico, criador, desconstrutor e transformador, quando não, destruidor.. só não encherga quem não quer.. ou não consegue.. aí é realmente um problema.. enfim..

Herman ou Niko (denovo) disse...

outra coisinha.. nem tudo na arte bicho, é 'espetáculo' midiático.. e a diferença entre um Beatle e o Pelé, é que um é música, outro 'esporte', e além dos dois poderem ser 'espetáculares', veja o que a música gerou e gera no mundo e o que o esporte de cunho competitivo (este em questão) gerou e gera.. acho que não é tão difícil perceber isso, não é? que bom que um 'espetáculo' como o do Waters, e toda a grana investida nele, serve para dividir algo além de competição e status social e reprodução com as pessoas (é um espetáculo que contradiz mais do que diz.. só não viu quem não quis ou pôde).. bem o oposto de outros 'espetáculos' que são 'inventados' diariamente para o arrebatamento do pensamento.. a ironia que tu se refere no The Wall, só ela, por si só, é um elemento que 'vale' muito mais do que toda a efemeridade dos 'espetáculos' da moda.. afinal, como diria Efraim, 'a única coisa que justifica construir uma parede (ou um muro), é derrúbá-la algum dia'.. enfim.. valeu pela ousadia e sinceridade em argumentar (com certo fundamento - diferente de outros que só fazem 'vomitar' palavras).. ao contrário do que se pode pensar, somos humanos, inacabados, com divergências e conhecimentos conflituosos.. ainda bem.. a questão é: o que andamos fazendo com esses 'conhecimentos'.. enfim.. não há fim.. abraço & saúde!

Matte disse...

Olha, admito que vou precisar de um pouco de tempo pra rebater essa...

mas quero dizer que eu não subestimei não... disse que acreditava que não concordarias, e não que não entenderias.

=D

abraço!

adivinha?? disse...

beleza Matte.. mas não necessariamente deve (nem tem a obrigação ou o que provar algo para alguém) 'rebater' meus argumentos, afinal, isso não é um ringue e nós não somos lutadores de MMA.. ok?! hehe! brincadeiras a parte.. nos falamos.. o importante é estarmos com os radares bem posicionados para as captações.. abraço & saúde!