E o professor?
A informação rodou
pela televisão, internet e está na capa do Diário Catarinense do dia 17/08/2012:
“Educação privada do Estado é a 2ª do Brasil: Santa Catarina supera índice
nacional estipulado pelo MEC para os ensinos fundamental e médio”. Folhando o
jornal, encontramos: “Escolas particulares atingiram objetivos e mantêm médias
que colocam Santa Catarina na segunda colocação em todo o país”, ficando atrás
apenas de Minas Gerais. ‘Mérito’ de quem? Do Estado? Das Escolas? Dos pais? Dos
alunos? Ou dos professores? Eu diria que é uma soma de tudo isso. Porém,
certamente, quem faz a diferença são os agentes diretos e principais nessa
relação, ou seja, o empenho e ‘qualidade’ dos professores. Isso, de certo modo,
comprova que o profissional da educação cumpre com seu papel. Porém, a
valorização do professor é inferior a essa realidade. Mas por quê? Alguns políticos,
como o nosso governador, por exemplo, já chegaram a dizer que ‘o professor deve
trabalhar só por amor’. Detalhe: vivemos numa sociedade de estrutura
capitalista, ou seja, onde é necessário dinheiro para certa dignidade pelo
menos existencial. A mais recente revista “Conteúdo”, editada pela CONTEE
(Confederação Nacional dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino), também
traz como matéria de capa a aprovação pela Câmara dos Deputados de 10% do PIB
(Produto Interno Bruto) para a educação. Vitória dos movimentos sociais, como
os sindicatos e outras organizações combativas que lutam pela melhoria da
educação no nosso país. O Brasil cresceu significativamente nos últimos anos,
ocupando hoje o 6º lugar no ranking de desenvolvimento econômico mundial,
estando à frente da Inglaterra nesse quadro. Portanto, não há mais pretextos
para o baixo investimento em educação e cultura em nosso país, nem tampouco uma
justificativa para os baixos salários dos professores. Em Santa Catarina,
especificamente na região Oeste do Estado, os professores não dispõem nem de
hora atividade, ou seja, não existe um tempo hábil remunerado para o
profissional poder preparar seus trabalhos e suas aulas, uma vergonha,
considerando a categoria que, segundo essa nova realidade na educação
catarinense, é responsável por esse ‘sucesso’. É momento de avançar, dar o
respeito e devida consideração ao professor que, se comprova, faz bem feito seu
papel. Agora, é preciso que o Estado brasileiro e catarinense e o setor privado
da educação, cumpram com o seu papel frente à realidade que se desenha. Mas alguns
‘inimigos’ da educação persistem em suas investidas. Além de alguns políticos, meios
de comunicação de massa, uma parcela do setor privado, assim como sindicatos
patronais, insistem em não querer aceitar que a nova realidade se dá pela
atuação do mestre em sala de aula, fazendo vistas grossas as dificuldades que o
professor encontra dentro e fora de seu ambiente de trabalho. Falta de respeito
e consideração para com este que é o principal responsável por tal melhoria.
Herman G. Silvani
(Professor e assessor
do SINPROESTE – Sindicato dos Professores do Oeste de Santa Catarina)
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