sábado, 25 de agosto de 2012

Educação privada de Santa Catarina entre as melhores do país...


 
E o professor?

 

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A informação rodou pela televisão, internet e está na capa do Diário Catarinense do dia 17/08/2012: “Educação privada do Estado é a 2ª do Brasil: Santa Catarina supera índice nacional estipulado pelo MEC para os ensinos fundamental e médio”. Folhando o jornal, encontramos: “Escolas particulares atingiram objetivos e mantêm médias que colocam Santa Catarina na segunda colocação em todo o país”, ficando atrás apenas de Minas Gerais. ‘Mérito’ de quem? Do Estado? Das Escolas? Dos pais? Dos alunos? Ou dos professores? Eu diria que é uma soma de tudo isso. Porém, certamente, quem faz a diferença são os agentes diretos e principais nessa relação, ou seja, o empenho e ‘qualidade’ dos professores. Isso, de certo modo, comprova que o profissional da educação cumpre com seu papel. Porém, a valorização do professor é inferior a essa realidade. Mas por quê? Alguns políticos, como o nosso governador, por exemplo, já chegaram a dizer que ‘o professor deve trabalhar só por amor’. Detalhe: vivemos numa sociedade de estrutura capitalista, ou seja, onde é necessário dinheiro para certa dignidade pelo menos existencial. A mais recente revista “Conteúdo”, editada pela CONTEE (Confederação Nacional dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino), também traz como matéria de capa a aprovação pela Câmara dos Deputados de 10% do PIB (Produto Interno Bruto) para a educação. Vitória dos movimentos sociais, como os sindicatos e outras organizações combativas que lutam pela melhoria da educação no nosso país. O Brasil cresceu significativamente nos últimos anos, ocupando hoje o 6º lugar no ranking de desenvolvimento econômico mundial, estando à frente da Inglaterra nesse quadro. Portanto, não há mais pretextos para o baixo investimento em educação e cultura em nosso país, nem tampouco uma justificativa para os baixos salários dos professores. Em Santa Catarina, especificamente na região Oeste do Estado, os professores não dispõem nem de hora atividade, ou seja, não existe um tempo hábil remunerado para o profissional poder preparar seus trabalhos e suas aulas, uma vergonha, considerando a categoria que, segundo essa nova realidade na educação catarinense, é responsável por esse ‘sucesso’. É momento de avançar, dar o respeito e devida consideração ao professor que, se comprova, faz bem feito seu papel. Agora, é preciso que o Estado brasileiro e catarinense e o setor privado da educação, cumpram com o seu papel frente à realidade que se desenha. Mas alguns ‘inimigos’ da educação persistem em suas investidas. Além de alguns políticos, meios de comunicação de massa, uma parcela do setor privado, assim como sindicatos patronais, insistem em não querer aceitar que a nova realidade se dá pela atuação do mestre em sala de aula, fazendo vistas grossas as dificuldades que o professor encontra dentro e fora de seu ambiente de trabalho. Falta de respeito e consideração para com este que é o principal responsável por tal melhoria.

 Se a educação privada no Estado de Santa Catarina é a 2ª melhor do Brasil e o setor privado na educação cresceu como nunca nos últimos anos, porque a condição do professor não acompanha essa realidade? Uma pergunta às escolas, aos políticos, ao Estado, aos pais e colegas professores...


Herman G. Silvani

(Professor e assessor do SINPROESTE – Sindicato dos Professores do Oeste de Santa Catarina)
 

Nenhum comentário: