quinta-feira, 4 de julho de 2013

Leituras do Cotidiano - 04/07


Cadê a ‘classe’ dos artistas xapecoenses?

Em vários locais do Brasil a dita ‘categoria’ ou ‘classe artística’ se mobiliza para além das suas atividades rotineiras, ultrapassando o limite do seu espaço e somando a outras ‘classes’ e/ou grupos manifestantes. O Brasil tomando as ruas - e Xapecó também é rua. Dentro deste contexto, sinto falta dos ditos 'artixxxtas' xapecoenses nas ruas, num momento crucial de possibilidade de um real desenvolvimento nacional, para além do econômico, ou seja, um desenvolvimento cultural e humano. Pelas ruas da cidade encontrei um que outro ‘artista’ fazendo parte desse momento (como o povo do Hip-Hop que, por aqui, anda peleando sem receio, por exemplo). Muitos dos que mais ‘garganteiam’ por aí, sumiram do mapa. Será que o 'idealismo platônico', onde a crença de que, existem seres privilegiados (que nesse caso seriam os ‘artistas’) que não se misturam ao povo 'comum' na rua, afeta nossos ‘artixxxtas’? Esse 'idealismo' que já infesta o ego de muitos professores e ditos filósofos (entre outros) que acham estarem além da realidade. Tempos atrás, artistas eram voz ativa em movimentos políticos e culturais no Brasil. E hoje? Onde estão? Medo de comprar briga com o poder público e ou seus 'investidores privados'? Postura de 'superioridade'? Não sei, não sei, só estou me perguntando, já que também transito nesse meio. 'Teatreiros, roqueiros, poeteiros, literateiros, arteiros plásticos, musiqueiros', etecétera, vocês ainda respiram?

“A arte da vida, da vida de um poeta, é, diante do nada o que fazer, fazer algo”. (H. D. Thoreau)


E a dita ‘classe média’ brasileira...


A dita 'classe média' brasileira nunca esteve tão bem, economicamente falando. Graças a melhor situação econômica que o país já teve ao longo de sua história - no caso, hoje! E isso se dá devido a que? Incoerentes, ‘inconscientes’ e inconsequentes, os 'medianos' reproduzem ideias e discursos da dita 'classe alta', se portando como tal (mas não sendo), defendendo seus exploradores contra a 'classe baixa', a mais sofrida e sem poder entre elas. Sei que isso não é nada novo, mas já é passada a hora disso ser pauta. Estupidez e covardia dos que se acham inteligentes e vítimas de tudo. Jogar a culpa das mazelas sociais, econômicas e culturais nas costas largas do povo mais ‘humilde’ é fácil. Como é fácil transferir a responsabilidade sua ao outro. Quero ver é encarar de frente essa realidade e assumir que até então, a postura dessa dita ‘classe média em ascensão’, foi uma postura de capacho. Veremos se essa ‘classe’ abre o olho e se bota em seu lugar, para assim, quem sabe, passar a adquirir mais amplitude no seu intelecto e coerência nos seus discursos e atos. Para isso, é preciso criar vergonha na cara e enfrentar os reais mantenedores desse sistema. Aí sim poderemos falar com mais franqueza sobre uma tal ‘corrupção’.  




* também publicado no jornal Gazeta Chapecó, 04/07



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