Cadê a ‘classe’
dos artistas xapecoenses?
Em vários locais do Brasil a dita ‘categoria’ ou
‘classe artística’ se mobiliza para além das suas atividades rotineiras,
ultrapassando o limite do seu espaço e somando a outras ‘classes’ e/ou grupos
manifestantes. O Brasil tomando as ruas - e Xapecó também é rua. Dentro deste
contexto, sinto falta dos ditos 'artixxxtas' xapecoenses nas ruas, num momento
crucial de possibilidade de um real desenvolvimento nacional, para além do econômico,
ou seja, um desenvolvimento cultural e humano. Pelas ruas da cidade encontrei
um que outro ‘artista’ fazendo parte desse momento (como o povo do Hip-Hop que, por aqui, anda
peleando sem receio, por exemplo). Muitos dos que mais ‘garganteiam’ por aí,
sumiram do mapa. Será que o 'idealismo platônico', onde a crença de que, existem
seres privilegiados (que nesse caso seriam os ‘artistas’) que não se misturam
ao povo 'comum' na rua, afeta nossos ‘artixxxtas’? Esse 'idealismo' que já
infesta o ego de muitos professores e ditos filósofos (entre outros) que acham
estarem além da realidade. Tempos atrás, artistas eram voz ativa em movimentos
políticos e culturais no Brasil. E hoje? Onde estão? Medo de comprar briga com
o poder público e ou seus 'investidores privados'? Postura de 'superioridade'?
Não sei, não sei, só estou me perguntando, já que também transito nesse meio.
'Teatreiros, roqueiros, poeteiros, literateiros, arteiros plásticos,
musiqueiros', etecétera, vocês ainda respiram?
“A arte da vida, da vida de um poeta, é, diante do nada o que fazer, fazer algo”. (H. D. Thoreau)
E a dita ‘classe
média’ brasileira...
A dita 'classe média' brasileira nunca esteve tão
bem, economicamente falando. Graças a melhor situação econômica que o país já
teve ao longo de sua história - no caso, hoje! E isso se dá devido a que? Incoerentes,
‘inconscientes’ e inconsequentes, os 'medianos' reproduzem ideias e discursos da dita
'classe alta', se portando como tal (mas não sendo), defendendo seus
exploradores contra a 'classe baixa', a mais sofrida e sem poder entre elas.
Sei que isso não é nada novo, mas já é passada a hora disso ser pauta. Estupidez
e covardia dos que se acham inteligentes e vítimas de tudo. Jogar a culpa das
mazelas sociais, econômicas e culturais nas costas largas do povo mais
‘humilde’ é fácil. Como é fácil transferir a responsabilidade sua ao outro.
Quero ver é encarar de frente essa realidade e assumir que até então, a postura
dessa dita ‘classe média em ascensão’, foi uma postura de capacho. Veremos se
essa ‘classe’ abre o olho e se bota em seu lugar, para assim, quem sabe, passar
a adquirir mais amplitude no seu intelecto e coerência nos seus discursos e
atos. Para isso, é preciso criar vergonha na cara e enfrentar os reais
mantenedores desse sistema. Aí sim poderemos falar com mais franqueza sobre uma
tal ‘corrupção’.
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