Vivemos
no tempo. E vivemos em um tempo específico. Nesse nosso tempo, a que muitos
chamam contemporâneo, outros, pós-moderno, outros ainda, hipermoderno e etc.,
convivemos como nunca, com a informação imediata. Com o conhecimento, nem tanto,
eu diria. Nesse tempo tecnológico onde a imagem prevalece sobre a palavra, e a
impressão sobre o pensamento, dado a velocidade dos fatos, boatos, rumores e
leituras, ainda somos capazes de desenvolver alguma filosofia. Que o diga a
funkeira e agora ‘filósofa’ Valesca Poposuda. Na sala de aula, um teste:
‘Alguém conhece Valesca Poposuda?’. Quase que 100 % levanta a mão. ‘Alguém
conhece Tom Zé?’. ‘Cri-cri-cri...’ (som de grilo cantando). ‘Alguém conhece
Luis Felipe Pondé?’. Dois erguem a mão dizendo - um: ‘Vi ele no programa do
Danilo Gentili!’ - outro: ‘Tenho o livro dele!’. ‘Alguém conhece Viviane Mosé?’.
‘Cri-cri-cri...’ (de novo o grilo). Conclusão: ‘os meios de comunicação de
massa informam, formam e tornam a ser’, produzindo mais ‘conhecimento’ (ou
informação?) do que a escola e a
universidade. A próxima investida, o lançamento do livro dos pensamentos e
poéticas do Pedro Bial, ditos no Big Brother Brasil. Certamente será um Best
Seller. Alguém paga para não ver? Cá entre nós, nossa vã filosofia é mesmo de
dar inveja...
* também publicado no jornal Folha do Bairro, 17/04.
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