Bichos
humanizam pessoas. Já pensaram nisso? Ou seria, animalizam pessoas? A
convivência com bichos de estimação já se mostrou um meio muito eficiente de
humanizar pessoas. Uma criança cresce mais humanizada, ou seja, sociável,
percebendo, vendo e cuidando do outro, quando convive com bichos de estimação.
O que diferencia um animal selvagem de um domesticado é a necessidade. Ou seja,
a necessidade de um ser selvagem e independente do homem e do outro ser
domesticado e dependente do homem. E o que diferencia o homem dos dois, é a
cultura. Todos somos seres culturais que desenvolvem modos e instrumentos para
poder viver e conviver, com a natureza e sua selvageria e com o outro. Mesmo
assim, nunca perdemos nossa natureza, nem nossa selvageria, apenas a controlamos
ou escondemos um pouco (ou muito) - ou melhor, nos controlamos. E junto às
regras sociais de convivência, temos o fator cultural. Quando um animal
doméstico se manifesta como também se fosse um ser cultural, é porque absorveu
um tanto da nossa cultura, dos nossos modos, devido à necessidade de
sobrevivência e afeto gerado pela sua domesticação. E quando um animal selvagem
também demonstra afeto, é porque animais também são seres afetivos. Portanto, é
a cultura que define, limita e direciona muita coisa no homem. E é assim que se
define também o que chamamos humanidade. Em suma, somos animais culturais
humanizados, muitas vezes, pelos bichos que humanizamos.
* também publicado no jornal Folha do Bairro, 11/04...
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