As eleições terminaram. Mas não no mundo das discussões que se
tornou a rede social. Discussões, muitas vezes, rasas de conteúdo. No Brasil
pós-eleição, as contradições continuam, agora revigoradas. Um mesmo ‘povo’
(parcela dele, no caso) que saiu às ruas naquele famoso junho de 2013 pedindo
maior participação política, agora comemora a rejeição do decreto da presidenta
pela oposição no congresso nacional (ênfase no PSDB e no próprio PMDB que tem a
vice-presidência do país) que criava os ‘conselhos populares’, a modo de
aumentar a participação popular em algumas decisões do Estado. Durma-se com tamanho
barulho! E a coerência entre o velho discurso e a prática: um abismo. Discursam
‘contra a ditadura comunista bolivariana cubana’ mas clamam por ‘intervenção
militar’. Desculpem, mas eu tenho que rir de tamanha falta de coerência e
contexto histórico. Analfabetos funcionais na política, mais do que na língua
ou nas letras. E é assim que ‘querem’ mudar o país (?). Quer dizer, que dizem
quererem. No Brasil pós-eleição do facebook, todos são historiadores,
sociólogos, filósofos e agora também economistas e bons cristãos. E o
espetáculo prossegue, firme e forte, como haveria de ser, noticiado pelas
páginas da revista e emissora de TV mais ideológicas e obesas do país, enquanto
o rebanho segue reproduzindo...
* também publicado no jornal Folha do Bairro, 07/11
Nenhum comentário:
Postar um comentário