sexta-feira, 7 de novembro de 2014

Brasil pós-eleição II

As eleições terminaram. Mas não no mundo das discussões que se tornou a rede social. Discussões, muitas vezes, rasas de conteúdo. No Brasil pós-eleição, as contradições continuam, agora revigoradas. Um mesmo ‘povo’ (parcela dele, no caso) que saiu às ruas naquele famoso junho de 2013 pedindo maior participação política, agora comemora a rejeição do decreto da presidenta pela oposição no congresso nacional (ênfase no PSDB e no próprio PMDB que tem a vice-presidência do país) que criava os ‘conselhos populares’, a modo de aumentar a participação popular em algumas decisões do Estado. Durma-se com tamanho barulho! E a coerência entre o velho discurso e a prática: um abismo. Discursam ‘contra a ditadura comunista bolivariana cubana’ mas clamam por ‘intervenção militar’. Desculpem, mas eu tenho que rir de tamanha falta de coerência e contexto histórico. Analfabetos funcionais na política, mais do que na língua ou nas letras. E é assim que ‘querem’ mudar o país (?). Quer dizer, que dizem quererem. No Brasil pós-eleição do facebook, todos são historiadores, sociólogos, filósofos e agora também economistas e bons cristãos. E o espetáculo prossegue, firme e forte, como haveria de ser, noticiado pelas páginas da revista e emissora de TV mais ideológicas e obesas do país, enquanto o rebanho segue reproduzindo...


* também publicado no jornal Folha do Bairro, 07/11



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