sexta-feira, 21 de novembro de 2014

Leituras do Cotidiano, 21/11


Médicos da ‘ditadura bolivariana comunista cubana’ apresentam vacina contra o câncer de pulmão

'A vacina, chamada Racotumomab (Vaxira) e desenvolvida pelo CIM (Centro de Imunologia Molecular de Cuba) foi aplicada com resultados favoráveis em pacientes da ilha caribenha entre os anos 2008 e 2011.'

O mundo na sua 'forma capitalista de ser' (a dita 'democracia' liberal capitalista) inibe algumas 'curas' e usos de medicamentos que podem ajudar a tratar doenças como o câncer, a modo da jogatina em torno do lucro e/ou do capital ('acumulativo', diga-se de passagem), numa lógica de 'mercado' onde quase tudo é tratado como 'mercadoria' e 'indústria' - inclusive a vida alheia. Temos assim a 'indústria da doença', as 'indústrias farmacêutica e médica' e o 'discurso' da 'saúde', como pretexto ou justificativa dessas ‘doenças sociais’. E tudo isso vende, gera 'informação' (notícia), lucros e concentração de renda e poder. Eis o mundo da 'liberdade capitalista'! Pague e não garanta nada! Talvez prorrogue ou prolongue seu problema, e a doença social. Sua doença será a saúde do sistema, para o bem estar do 'espetáculo'.

Enquanto isso...

Nas redes sociais, medíocres reprodutores ignóbeis do discurso ideológico blasfemam: ‘Volte pra Cuba!’


Mestres se vão, suas obras se eternizam...

 Foi-se mais um mestre. Manoel de Barros, nos seus 97 anos de idade. Um poeta como poucos. Tivemos, ou estamos tendo, um ano de grande perdas na cultura nacional. Grandes mestres da palavra e linguagem que se foram este ano: Ariano Suassuna, Rubem Alves e Manoel de Barros, entre eles. Mas suas obras, seus legados continuam vivos, no coração, mente, alma e prática daqueles que, como eles, fazem das suas vidas uma poesia, uma composição musical, uma arte. A palavra ecoa, já diria outro grande mestre, o filósofo Nietzsche. E a mensagem, a ideia, a palavra, eternizarão o tempo de estada terrestre destes grandes mestres da linguagem, do pensamento, da palavra. Quem venham outros inspirados nestes grandes, fazendo jus aos seus legados, pois, ecoando, a palavra gera e continua...

"Não preciso do fim para chegar." (Manoel de Barros)


Meus pés...

Meus pés cansados
 
Passo a passo, passam
Com eles também já passei
Passaram minhas pernas
Passaram meus dias...

Andei por estradas desertas,
Montanhas, matas...
Atravessei rios, tempestades,
Corri o mundo...

Meus pés cansados
Andaram descalços,
Calçados, furados,
Sujos, calejados...

Corri, lentamente caminhei,
Quase já morri... 
Continuei, sofri...
Parei. 

Meus pés cansados
Agora descansem 
Já é chegada a hora
De caminhar nas nuvens.


* minha singela homenagem e agradecimento ao mestre, o grande poeta Manoel de Barros († 1916 - 2014)



* também publicado no jornal Gazeta de Chapecó.



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