Eu vejo e sinto o mundo ao meu redor. Meus dilemas são dilemas dos
que tem sensibilidade para com o mundo. Um mundo que só é possível a partir de
certo equilíbrio. Por isso preciso a todo o tempo estar em movimento. Mas não falo
só enquanto movimento externo. Parte deste ‘movimento’ necessita ser interno.
Eis a busca. Eis a luta. Eis a continuidade. É preciso compreender, perceber,
saber que, algumas pessoas tem este ‘talento’ (ou seria um fardo?). Bem, essa
interpretação fica por conta de quem vai pensar a respeito. Neste mundo cheio
de coisas, entre boas e ruins, é o Caos quem as movimenta – as coisas. Mas, é a
ordem a provocadora deste Caos. Eis o equilíbrio do todo que também seria o
equilíbrio de todas as pessoas, mas, feliz ou infelizmente, é o equilíbrio de
apenas ‘algumas pessoas’ que são destinadas a tal, ou seja, viver ‘tentando’
este equilíbrio – eis a condição! ‘Condição e não opção’. Alguns chamam isso de
‘ser sensitivo’ ou ‘ser empata’. Outros acham que é besteira. Besteira ou não,
ser sensitivo ou não, pouco importa para quem simplesmente ‘acha’. Mas para
quem vive e sente e sabe ‘o que se é’, das suas necessidades e faltas, ser
‘equilibrista’ neste mundo, faz toda a diferença. Pois como diria Nietzsche: "O homem é uma corda esticada
entre o animal e o super-homem: uma corda por cima do abismo”.
* também publicado no jornal Folha do Bairro, 14/11.
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