sexta-feira, 14 de novembro de 2014

Uma corda

Eu vejo e sinto o mundo ao meu redor. Meus dilemas são dilemas dos que tem sensibilidade para com o mundo. Um mundo que só é possível a partir de certo equilíbrio. Por isso preciso a todo o tempo estar em movimento. Mas não falo só enquanto movimento externo. Parte deste ‘movimento’ necessita ser interno. Eis a busca. Eis a luta. Eis a continuidade. É preciso compreender, perceber, saber que, algumas pessoas tem este ‘talento’ (ou seria um fardo?). Bem, essa interpretação fica por conta de quem vai pensar a respeito. Neste mundo cheio de coisas, entre boas e ruins, é o Caos quem as movimenta – as coisas. Mas, é a ordem a provocadora deste Caos. Eis o equilíbrio do todo que também seria o equilíbrio de todas as pessoas, mas, feliz ou infelizmente, é o equilíbrio de apenas ‘algumas pessoas’ que são destinadas a tal, ou seja, viver ‘tentando’ este equilíbrio – eis a condição! ‘Condição e não opção’. Alguns chamam isso de ‘ser sensitivo’ ou ‘ser empata’. Outros acham que é besteira. Besteira ou não, ser sensitivo ou não, pouco importa para quem simplesmente ‘acha’. Mas para quem vive e sente e sabe ‘o que se é’, das suas necessidades e faltas, ser ‘equilibrista’ neste mundo, faz toda a diferença. Pois como diria Nietzsche: "O homem é uma corda esticada entre o animal e o super-homem: uma corda por cima do abismo”.


* também publicado no jornal Folha do Bairro, 14/11.



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