Estamos em fase de amadurecimento e construção, sempre. Nem
verdes, nem maduros, muito menos podres. Precisamos nos conservar. Conservar-nos
em movimento. Pra isso temos a linguagem, o diálogo, o bom senso. Somos seres
coletivos e intermináveis, além da solidão que nos envolve, um por um, ao seu
modo no seu próprio canto. Mesmo no coletivo, temos nossa própria solidão,
nosso próprio espaço, nosso próprio ‘eu’ – mas este ‘eu’ não se encerra em si.
A vida também acontece no coletivo, com o outro, numa relação entre diferentes.
E é nessa relação que quase tudo acontece, sendo ela possível devido ao
movimento de ‘troca’ ou ‘integração’ entre o ‘eu’ e o ‘outro’, onde ambos, nós,
formamos o contexto. Linguagem e bom senso, eis nossos instrumentos de vida
coletiva, onde o ‘eu’ não existe sem o ‘outro’. Nisso, é preciso de certa
‘sinceridade’ e ‘consciência de si próprio’, a princípio e principalmente. Assim
é que a vida na sua complexidade de relações entre pessoas e o meio ou os
variados contextos que as envolvem, tem sentido de ser, ou seja, um caminho em
constante movimento e variação, (dês)medido pelo Caos criador-construtor, que
desconstrói para depois continuar. Eis o motor, eis o impulso dos nossos dias.
Entre o individual e o coletivo, a natureza e a cultura, caminhamos...
* também publicado no jornal Folha do Bairro, 21/11.
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