sexta-feira, 21 de novembro de 2014

O motor dos nossos dias

Estamos em fase de amadurecimento e construção, sempre. Nem verdes, nem maduros, muito menos podres. Precisamos nos conservar. Conservar-nos em movimento. Pra isso temos a linguagem, o diálogo, o bom senso. Somos seres coletivos e intermináveis, além da solidão que nos envolve, um por um, ao seu modo no seu próprio canto. Mesmo no coletivo, temos nossa própria solidão, nosso próprio espaço, nosso próprio ‘eu’ – mas este ‘eu’ não se encerra em si. A vida também acontece no coletivo, com o outro, numa relação entre diferentes. E é nessa relação que quase tudo acontece, sendo ela possível devido ao movimento de ‘troca’ ou ‘integração’ entre o ‘eu’ e o ‘outro’, onde ambos, nós, formamos o contexto. Linguagem e bom senso, eis nossos instrumentos de vida coletiva, onde o ‘eu’ não existe sem o ‘outro’. Nisso, é preciso de certa ‘sinceridade’ e ‘consciência de si próprio’, a princípio e principalmente. Assim é que a vida na sua complexidade de relações entre pessoas e o meio ou os variados contextos que as envolvem, tem sentido de ser, ou seja, um caminho em constante movimento e variação, (dês)medido pelo Caos criador-construtor, que desconstrói para depois continuar. Eis o motor, eis o impulso dos nossos dias. Entre o individual e o coletivo, a natureza e a cultura, caminhamos...


* também publicado no jornal Folha do Bairro, 21/11.



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