sexta-feira, 27 de março de 2020

Resistir para existir em tempos de febre aftosa...

Bastou um pronunciamento presidencial tosco, e o governo estadual ceder a pressão do grande empresariado anunciando 'flexibilidades' que, em pavoroso, o povo sem equilíbrio toma as ruas. Alguns, reproduzindo o 'presidente' dizem: 'O vírus só derruba idosos'. Idosos estes que construíram o país e sua economia (esta mesma que desfrutamos até hoje), que nos criaram, deram carinho, vida. E agora, é assim que retribuímos? Gado! O gado corre pra outro confinamento, o de antes. Logo, logo, muitos vão pro abatedouro. Mas é que são gado, e gado só segue, obedece, sem sentir ou pensar. Mais uma vez o discurso retórico (e tosco) da 'salvação da economia' puxa pela canga o gado que, prepotente sai pra rua botar em risco a vida, e não só a sua (o gado também é egoísta). Economia! Qual economia? Pra quem? A elite minoritária se esforça para salvar sua economia, seu sistema monopolista e exploratório, seu modo de vida que não se sustenta e vive sobre corpos, mentes e almas, usando mais uma vez o gado (e a vida) para seus fins privativos - este seria o momento oportuno para uma transformação social, uma revolução que alterasse para melhor o modo de vida e a sociedade (se não houvesse tanto gado, é claro!). A intensificação das infecções e mortes vai pra conta, pro currículo, pro histórico do 'presidente', do governador, do grande empresariado que força esta situação, da 'justiça', do Congresso (e do gado). Torço, sinceramente, para que o pior não aconteça - e ajo: ficarei em casa até quando puder, na desobediência, na rebeldia e resistência, pelos meus, pelos pais, avós e crianças, pois não sou gado! 



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