sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Alma publicitária

Acabei de beber um senhor ultimo gole de suco de laranja feito pelas minhas próprias mãos logo após assistir a propaganda eleitoral. Laranja de verdade. Fruta. Não suco de pacotinho. Não sei por que, mas ver e ouvir a propaganda me deu uma sede do cão. Ri muito e em momentos me cansei, mas resisti assistindo até o final. Terminada a propaganda eu estava desidratado. Parecia que havia bebido um barril de vinho. Neste contexto, o suco. Enquanto exprimia as laranjas lembrei-me de uma estória que há muito tempo atrás ouvi não sei de quem. Fato ou não, invenção ou não, a estória é engraçada e um tanto repulsiva. Garanto que isso não é novidade para muitas pessoas, mas vai lá. Ouvi dizer que em alguma Igreja velha aqui do Velho Oeste, o pastor entregava uma laranja a cada ovelha do seu rebanho. A fiel ovelha abria a laranja e contava as sementes, segundo ordem do pastor. Conforme a quantia de sementes que a laranja tivesse, seria o tamanho da benção de Deus e o valor ofertado aos céus pelo cristão. Eu seria mais esperto, teria dado uma melancia, maracujá ou romã as ovelhinhas. Imaginem quanta semente! Seria benção pelo resto da vida e grana, muita grana. Olha só no que fui pensar! Influência direta da propaganda eleitoral. Culpa da publicidade. Uma das frases mais clichês que conheço, porém mais acertadas é a que diz que ‘a propaganda é a alma do negócio’.  E é. Em nome do negócio e da profissão, a propaganda não tem escrúpulos, ética ou bom senso. Não é uma questão humana, eu sei. Ainda que muitos publicitários posem de artistas, o foco da publicidade é o mercado, o produto, a venda. E quase toda a propaganda (senão toda!), é enganosa. Aspectos do capitalismo. Além da propaganda de produto existe a dita propaganda ideológica, muito bem utilizada em sistemas de governo totalitários, é o que nos prova a história. O nazismo, por exemplo, um grande momento mundial da propaganda ideológica. Só tenho que sorrir e me mostrar alegre frente a isso tudo, nem que seja mentira. Minha própria propaganda enganosa.

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