sexta-feira, 14 de junho de 2013

O professor deve provocar ESPANTO!



...sim, como diria Rubem Alves. Eis a ação do mestre, do filósofo, do professor, do provocador, do entusiasta, daquele que movimenta para além das formas, normas e convenções. E o que seria do mestre sem o entusiasmo? É preciso visualizar novas formas, modos, para então partir para uma prática que busque uma maior proximidade da realidade e dos contextos. A vida, antes de tudo, deve ser vivida para muito além da idealização. Uma ética que some o ser e estar com o ato de viver – e viver, é estar pensando, atuando, sentindo os momentos, as coisas, as situações, com certa consciência, instinto e intuição. O mestre nisso, tem papel fundamental, que é o de dar vida as palavras, as ideias, trazendo-as para junto de si e dos seus, fazendo-as dançar fora da música – e não conforme a música - fora da métrica, no contratempo das coisas: fora da ordem, mas dentro do contexto, pois, o contexto, neste sentido, é a própria vida manifestada no tempo. Nietzsche, anotou que ‘O problema da maior parte dos filósofos, é a falta de contexto histórico’. Então, separar o conhecimento, o pensamento, a ideia, da vida, é torná-la meramente existencial, ou seja, anular a dança caótica que a vida faz dentro do tempo. Portanto, o professor ou o pensador, deve, antes de tudo, causar ESPANTO. Não basta dizer, explicar, imprimir conteúdo. Nada disso é suficiente e importante se não houver caos, espanto. Quando se põe o pensamento na caoticidade da vida, as coisas mortas ou já confirmadas se transformam em novas possibilidades, rumo ao riso da vida...


* também publicado no jornal Folha do Bairro, 14/06

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