...sim, como diria
Rubem Alves. Eis a ação do mestre, do filósofo, do professor, do provocador, do
entusiasta, daquele que movimenta para além das formas, normas e convenções. E
o que seria do mestre sem o entusiasmo? É preciso visualizar novas formas,
modos, para então partir para uma prática que busque uma maior proximidade da
realidade e dos contextos. A vida, antes de tudo, deve ser vivida para muito
além da idealização. Uma ética que some o ser e estar com o ato de viver – e
viver, é estar pensando, atuando, sentindo os momentos, as coisas, as
situações, com certa consciência, instinto e intuição. O mestre nisso, tem papel
fundamental, que é o de dar vida as palavras, as ideias, trazendo-as para junto
de si e dos seus, fazendo-as dançar fora da música – e não conforme a música -
fora da métrica, no contratempo das coisas: fora da ordem, mas dentro do
contexto, pois, o contexto, neste sentido, é a própria vida manifestada no
tempo. Nietzsche, anotou que ‘O problema da maior parte dos filósofos, é a
falta de contexto histórico’. Então, separar o conhecimento, o pensamento, a
ideia, da vida, é torná-la meramente existencial, ou seja, anular a dança
caótica que a vida faz dentro do tempo. Portanto, o professor ou o pensador, deve,
antes de tudo, causar ESPANTO. Não basta dizer, explicar, imprimir conteúdo.
Nada disso é suficiente e importante se não houver caos, espanto. Quando se põe
o pensamento na caoticidade da vida, as coisas mortas ou já confirmadas se
transformam em novas possibilidades, rumo ao riso da vida...
* também publicado no jornal Folha do Bairro, 14/06
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