Na história das civilizações, em
fases de crise, sempre crescem as ideias xenofóbicas, e as práticas e crenças
religiosas perdem sua conexão com as inquietudes filosóficas, transformando-se
em pregações ideológicas, nas quais se tenta impor ‘verdades’ e condutas por
meios egoístas, cruéis e irracionais.
O Brasil é o país que mais mata homossexuais no mundo, segundo
algumas estatísticas recentes. País onde deputados da dita ‘bancada cristã’ no
Congresso Nacional lutam para barrar a legitimação do casamento ‘homoafetivo’. Ser
contra ou a favor ao casamento gay é uma coisa (o que não seria problema, já
que ter opinião, desde que seja sem ‘politicagem’ por trás, seria ‘normal’), mas,
outra coisa, é o uso homofóbico, preconceituoso, ideológico e medíocre da
palavra referente ao tema. O argumento mais esdrúxulo, e que não é mais do que
um pretexto, é de que, com o casamento entre pessoas do mesmo sexo a humanidade
corre riscos de desaparecer. Balela! (e antiga por sinal). Já ouvi alguns ‘religiosos’
dizendo que o casamento foi feito para assegurar a reprodução humana. Não seria
tudo isso uma forma de segmentação humana? Regimes de cunho fascistas pensam
assim e pregam ou discursam argumentos desse timbre. Então senhores, suas
defesas que dão conta de um ‘purismo’ de gênero ou sexo, de um discurso em
‘defesa’ da família, da religião, da moral e dos ‘bons costumes’, me cheira e
enxofre (ou pretexto) para algo que eu chamo de interesse, ideologia ou
safadeza, e não somente crença como querem que se acredite.
* também publicado no jornal Folha do Bairro, 07/06
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