sexta-feira, 8 de novembro de 2013

Entre o lixo e o luxo...

















Um ‘catador’, leitor desse escriba (que orgulho!), membro da Associação Cooper São Francisco, me enviou uma carta através do Folha, pedindo minha manifestação sobre a problemática atual referente ao lixo produzido em Xapecó. A carta começa destacando que “está vindo muito lixo orgânico” misturado ao reciclável, e eis um grande problema. Isso me faz lembrar de quando começou o programa de separação do lixo, nos primeiros mandatos do governo PT de Xapecó, que inclusive, foi uma das cidades pioneiras nisso no Brasil. A separação modificou significativamente a realidade e consciência socioambiental da cidade, e foi eficiente devido a uma massiva campanha de divulgação que incentivava tal ‘capricho’. E hoje, onde está esse incentivo, papel fundamental do poder público? A carta continua: “Também observamos que a empresa Tucano está coletando junto com o lixo orgânico o lixo seco. Isto causa um retrocesso socioambiental (...)”. O amigo ‘catador’ (ofício fundamental para uma ‘realidade mais limpa’), tem pleno conhecimento do que fala. Tiram ou diminuem o espaço das famílias que trabalham com a coleta e separação, terceirizando o serviço e deixando com que o lixo se misture e isso se torne uma concentração de renda. Com isso, e sem uma campanha de incentivo e conscientização para a importância da separação, andamos para trás. Em tempos de comprometimento com a vida no planeta, desleixos governamentais como este, são retrocessos, como bem avalia nosso amigo ‘catador’. Contudo, precisamos retomar essa questão e dignificar o trabalho alheio, assim como, o ar que as novas gerações vão respirar.


* também publicado no jornal Folha do Bairro, 08/11



Nenhum comentário: