sexta-feira, 7 de março de 2014

Esse mundo automático...

















Não gosto do mundo automático onde as trancas dos carros já não são mais manuais. Em que, num botão da chave, como num controle remoto e num gesto mágico, as portas se trancam ou se abrem. Onde não precisa mais se rodar a maçaneta ou manivela para que o vidro do carro se abra. Basta apertar um botão. Será que as crianças do agora sabem o que é uma maçaneta ou uma manivela? Tenho minhas dúvidas. O mundo automático ao tempo que facilita a vida do homem moderno, civilizado e todo aquele papo, o torna gordo, obeso, doente, acomodado. Não se levanta mais a bunda do sofá pra trocar o maldito canal do televisor. É, eu estou envelhecendo como um velho rabugento. Obrigado por lembrar! Eu aceito essa condição como quem aceita ideias que não são suas e que são empurradas goela abaixo pela ideologia política e publicitária do nosso neutro e bem feitor jornalismo brasileiro. É claro que é sarcasmo seu imbecil! Como imbecil menor, ainda me despenho em tecer uma que outra crítica, além do meu regime comodista de engorda. No fim, penso que somos todos imbecis num jogo de damas onde quem vence tem o direito de esnobar e sorrir, e quem perde, o direito inviolável de aceitar a derrota de boca fechada. Mas eu sei que não é bem assim. Somos homens fortes, firmes na nossa condição de reprodutores da espécie. Até os que não funcionam direito ou que não funcionam mais, fazem parte desse ciclo vicioso. E entre linchamentos, ‘justiceiros’ e outros bichos, insistimos nos erros.


* também publicado no jornal Folha do Bairro, 07/03...



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