Opinião,
ideia, referência e palavra...
Como professor de humanas e sociais, linguagem
e cronista um pouco conhecido, questionado, lido, ovacionado, repudiado, o que
for, me surgem várias questões, semanalmente. Pessoas que me escrevem ou me
encontram por aí, perguntam, opinam, sugerem, etc. Eis que algumas questões se
repetem, e eis que, resolvo transformá-las numa ‘resposta’ geral, a modo de
‘esclarecer’ – ou confundir ainda mais!
‘De onde
surgem suas opiniões?’
Quase nada do que digo ou escrevo são meras
‘opiniões’ minhas. Eu diria que, antes são ideias e impressões vindas dos
lugares onde estive, das leituras, teorias, pensamentos, das referências que me
alimentam. Certas visões e considerações a partir do que leio no mundo (conste
que leitura aqui, vai além das páginas impressas dos livros). Então, não são
simplesmente as ditas ‘opiniões próprias’. O filósofo grego Heráclito dizia: “Não
escutem a mim e sim ao logos”. Posso até
pensar por mim mesmo, mas não me arrisco a tanto, no sentido de afirmar como se
eu soubesse disso ou daquilo, assim tão determinantemente. Sou cronista (além
das minhas outras facetas e trabalhos), e é como tal que na maioria das vezes
me manifesto ou me expresso, sob tudo nas redes sociais, tanto como nos textos
dos jornais impressos ou na internet. Ter opinião é comum, até fácil eu diria.
Porém, contundência ou certo fundamento na opinião, aí já é outro papo.
‘De onde tira
tantas ideias, pensamentos, temas, assuntos?’
Do mundo. Das coisas. Dos livros, textos,
amigos, pensadores. Da arte, do cinema, literatura, poesia, filosofia. Das
ruas, do mato, das vivências e relações com o outro. Faço do meu cotidiano essa
variedade, essa variação e campo de possibilidades. Digamos que eu consiga
transitar mais ou menos bem em algumas áreas do conhecimento, o que facilita
esse ‘dinamismo’ entre informação, ideia e palavra de que me utilizo quando me
expresso, produzo ou escrevo algo.
‘De onde sai
sua filosofia? Quais são os filósofos que usa?’
Não sei se é ‘a minha filosofia’. Talvez,
apenas a filosofia de que me utilizo, pois penso que ela esteja, como a poesia,
nas coisas. Neste sentido, ela sai da poesia e da literatura, mais do que da
filosofia propriamente dita. Além de meia dúzia de filósofos, esses, os poetas,
escritores, pensadores, criadores, me dão o que ler, perceber, ver, o que
depois, transformo em palavra, texto, pensamento, além das coisas do mundo, é
claro!
‘O que é um
filósofo pra você?’
Um pensador autêntico, que tem postura autônoma diante
das coisas. Aquele que, de certa forma, transcende. Não necessariamente quem lê
ou estuda filosofia, a modo dos academicistas. Não que eu despreze ou negue a
academia, a questão é outra. No caso, poetas, cancioneiros, contadores de
história, esses geralmente, tem mais filosofia do que aquele que assina como
tal, dentro de uma normativa ou autorização acadêmica, neste sentido.
* também publicado no jornal Gazeta de Chapecó...
Nenhum comentário:
Postar um comentário