"O homem é
uma corda estendida entre o animal e o super homem - uma corda sobre um
abismo" (Nietzsche)
Vivemos encurralados na nossa própria razão. O
mundo das coisas, das crenças e algumas ideias - o mundo da política nos diz
cautelosamente: ‘Escolha!’. Uma pressão exercida indiretamente ou velada sobre
o estado de consciência. Uma escolha nunca é algo fácil. Não que deva ser, mas,
a necessidade, muitas vezes não é optativa nem considerada ou respeitada. Neste
caso, o contraponto da escolha é a necessidade. Mas somos diariamente
imprimidos, ou no mínimo, induzidos ou ‘aconselhados’ a escolher. Uma realidade
historicamente truculenta, onde o dualismo (duas mãos ou vieses de caminho e
escolha) se apresenta como se fosse alternativa, mas não é. Se, na maioria das
vezes tenho duas opções apenas, a escolha não é uma alternativa, mas sim, uma
obrigação, uma imposição: ‘isso ou aquilo’. A velha separação entre o bem e o
mal, o bonito e o feio, o branco e o preto, o apolíneo e o dionisíaco, etc. Uma
separação que nos impede de perceber e exercer o possível ‘caminho além’, ou
‘nenhum caminho’ se nossa necessidade por acaso grite. Alguns têm a habilidade,
condição ou capacidade de escolher mais de um caminho, e burlar a restrição do
dualismo, num tipo de talento que é pra poucos. Outros, facilmente são
conduzidos ao caminho alheio, que não é o seu, mas que serve a determinados
interesses. Minha escolha, não necessariamente, é o meu caminho...
* também publicado no jornal Folha do Bairro, 21/03
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