sexta-feira, 21 de março de 2014

O difícil e exaustivo mundo das escolhas














"O homem é uma corda estendida entre o animal e o super homem - uma corda sobre um abismo" (Nietzsche)

Vivemos encurralados na nossa própria razão. O mundo das coisas, das crenças e algumas ideias - o mundo da política nos diz cautelosamente: ‘Escolha!’. Uma pressão exercida indiretamente ou velada sobre o estado de consciência. Uma escolha nunca é algo fácil. Não que deva ser, mas, a necessidade, muitas vezes não é optativa nem considerada ou respeitada. Neste caso, o contraponto da escolha é a necessidade. Mas somos diariamente imprimidos, ou no mínimo, induzidos ou ‘aconselhados’ a escolher. Uma realidade historicamente truculenta, onde o dualismo (duas mãos ou vieses de caminho e escolha) se apresenta como se fosse alternativa, mas não é. Se, na maioria das vezes tenho duas opções apenas, a escolha não é uma alternativa, mas sim, uma obrigação, uma imposição: ‘isso ou aquilo’. A velha separação entre o bem e o mal, o bonito e o feio, o branco e o preto, o apolíneo e o dionisíaco, etc. Uma separação que nos impede de perceber e exercer o possível ‘caminho além’, ou ‘nenhum caminho’ se nossa necessidade por acaso grite. Alguns têm a habilidade, condição ou capacidade de escolher mais de um caminho, e burlar a restrição do dualismo, num tipo de talento que é pra poucos. Outros, facilmente são conduzidos ao caminho alheio, que não é o seu, mas que serve a determinados interesses. Minha escolha, não necessariamente, é o meu caminho...


* também publicado no jornal Folha do Bairro, 21/03



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