sexta-feira, 14 de março de 2014

Leituras do Cotidiano, 14/03


Não é Black Bloc... É Orange Bloc!

O bloco dos Garis é campeão no carnaval 2014 nas ruas do Rio de Janeiro.

Em bloco e cantando, resistem e avançam, mesmo contra a vontade do seu sindicato pelego, que fez corpo mole frente a uma condição deplorável. Os Garis cariocas deram exemplo, usando o corpo e a música como forma de expressão, uniformizados, com irreverência e cantando sambas compostos com letras que falavam das suas realidades, a modo de informar e/ou provocar o debate na população. Fez-me lembrar de um fato histórico, quando na Revolução Zapatista Mexicana, Emiliano Zapata e seu grupo avançavam frente às tropas inimigas entoando cantigas. Exemplos do uso da 'arte' como meio de comunicação, resistência e forma de criar corpo – várias e diferentes vozes formando uma só voz, numa mesma canção. A voz da resistência. Eis o que grande parte dos movimentos precisam aprender e praticar. Ou seja, valorizar e dar mais atenção ao fator artístico-cultural, pois, parafraseando um trecho do texto bíblico: ‘nem só de pão vive o homem’. A vida é bem maior e vai além do fator econômico infraestrutural. Enfim... Viva a luta e resistência dos Garis!


Religião: política, negócio e falta de respeito com o outro...

Domingo de manhã. Acordo no susto com um buzinaço, fogos e alguém falando no alto falante. Uma carreata. E não era política. Pelo menos não nos moldes convencionais pré-eleição. Uma igreja em carreata em pleno domingo de manhã, era isso. Enquanto trabalhadores descansavam em seus leitos. E o respeito? E a consideração ou atenção para com o outro? Jesus era truculento, mal educado e individualista assim? Respeitar o próximo, parece que não existe nesse tipo de organização religiosa e política. Sim, eu falei política! Pois religião é política, ou pelo menos faz política, e da pior forma. Impor aos outros aquilo que lhe é próprio, dessa forma, com barulho, perturbando o sono, o descanso, o momento de paz alheio. Vão acordar o diabo! Se bem que esse tipo de ‘irmandade’ dorme abraçada com o dito cujo. Por isso e outros, sou a favor da cobrança severa de impostos e restrições a esse tipo de organização lucrativa, a modo de Estados de caráter 'socialista' como Cuba, China e Venezuela (já estou imaginando os urros: ‘ah, esses ditadores!’), pois, antes de qualquer espiritualidade, são empresas privadas e espaços políticos de doutrinamento (e não libertação como discursam hipocritamente). Enfim, como diria o pensador: 'o diabo é deus quando está de férias' - e os 'irmãos', sabendo disso, se aproveitam da situação. Crentes? Sim, nas suas ambições, ganâncias e faltas de escrúpulo para com o outro. Reforçarei em letras grandes: RELIGIÃO, antes de tudo, é uma INSTITUIÇÃO POLÍTICA!


* também publicado no jornal Gazeta de Chapecó, 14/03...



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