sexta-feira, 9 de maio de 2014

Leituras do Cotidiano, 09/05

‘Caso Fidelis’: discurso, moralismo, legislação e cultura...

"Não é ditadura, é respeito. (?)... E talvez *a gente (?) só aprenda a respeitar o espaço do outro através do rigor da lei..."

(...) "Na contramão do *senso comum (?), a Câmera de Vereadores de Chapecó aprovou, por unanimidade, e o prefeito José Cláudio Caramori sancionou, a lei 6.555/2014: 'Fica proibido o consumo de bebidas alcoólicas nas avenidas, rodovias, ruas, alamedas, servidões, caminhos, passagens, calçadas, praças, *ciclovias (?), pontes e viadutos, hall de edifícios e estabelecimentos comerciais conexos à via pública, nas repartições públicas e área externa de campos de futebol, ginásios de esporte e praças desportivas.' A autoria do projeto de lei foi do vereador Márcio Sander, (...)" - fonte: Revista de Chapecó, nº 23, p. 29.

Obs.:
'*' e 'entre parênteses': intervenção minha.

* 1. 'a gente'? A revista não fala por mim, pelo menos...
*   2. 'senso comum'? Apontar, simplesmente o consumo de bebida como o 'problema central' por acaso é algo fundamentado, aprofundado? Que 'educação' e 'cultura' se promovem na cidade, e que 'espaços de diversão e confraternização públicas' são promovidos para que essa realidade seja diferente?
* 3. 'ciclovias' em Xapecó?

E quando um legislador, base do governo local, vota na lei que 'proíbe' essa prática, essa cultura (sim, cultura!), o 'rigor da lei' é coerente com o discurso? A bebida não é o todo. O todo é o caráter, que é formado pelas referências e concepções. O dito 'espírito de porco', conta mais que a bebida, podem ter certeza – ele também compõe o ‘estado de embriaguez’. A sensibilidade e consciência definem, geralmente, situações como estas. Abuso na velocidade (violência) e omissão de socorro tem mais do fator cultural-educativo do que do uso de bebida em si.


Conflito de terras: jogatina do Estado e concentração de terras...

Dois pequenos agricultores mortos por indígenas em mais um conflito de terras na região. Fato triste, deplorável! Dado por mais um conflito entre 'explorados'. E a Reforma Agrária? E as instituições? O Estado? Realidade dura. Enquanto os meios de comunicação de massa e a ideologia por trás deles, criam culpados, também criam vítimas, engordando o espetáculo.


20 anos sem...

- Airton Senna, né Herman?
Não. Sem Mário Quintana.
- Mas quem foi esse?
Esse foi Mário Quintana, um poeta.
- Poeta?
Sim.
- Mas qual é a importância de um poeta frente a um grande campeão de corrida, um dos maiores ídolos do Brasil?
Nenhuma. Um poeta, neste contexto, neste modelo de sociedade não tem importância alguma.
- Ufa! Ainda bem que, pelo menos nisso, você concorda comigo, né?!
Por isso a sociedade é o que é...


* também publicado no jornal Gazeta de Chapecó, 09/05



Nenhum comentário: