Vivo
bem com o pomar e a horta que tenho atrás de casa. Vivo bem com a biblioteca e
os livros que conservo nela. Com meus discos de vinil, CD’s e fitas K7’s. Vivo
bem com meus filmes e meus DVD’s de música. Com meus cães e minha companheira.
Com meus amigos e amigas. Com minha guitarra, meu baixo, minhas bandas ou as
bandas de que faço parte. Vivo bem com minha pequena família por perto, com
minhas adoráveis alunas e alunos. Com minha filosofia, minha sociologia, minha
história, meu Kung Fu, minha fotografia, minhas linguagens. Vivo bem com minhas
escritas e leituras, meu olfato e paladar, e até com a mediana audição que
tenho. Com minha função política. Vivo deliciosamente bem com a arte diária da
culinária que não é minha, mas da qual me alimento com muito prazer. Vivo bem
com meu vinho, minha cerveja e meu rum. Com meu charuto e minhas embriaguezes
aleatórias. Vivo bem com os aromas e sabores que tanto gosto. Não fosse minha
alergia cruel e algumas calamidades mundanas que me afligem, poderia dizer que
nasci para este mundo, assim como nasci para esta vida. E a vida não é um ideal
paradisíaco – graças a Dionísio e Exu! Por isso ela não é chata e um tanto mais
suportável de se estar...
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