Acabo de ganhar mais um título, o de ‘pensador e escritor
mediano’. O elogio veio de um ‘fã não assumido’, para engordar meu currículo
‘Lattes’ (um cão que às vezes, além de latir, também morde - cuidado!). Que
orgulho! O cara me titula de ‘pensador e escritor mediano’ mas diz que não lê
minhas ‘baboseiras’. Como assim?! Impressiona-me essa ‘capacidade’ de ‘saber
sobre’ sem ter contato com o conteúdo! E eu que nem chego a tanto (me
autoconsiderar ‘pensador ou escritor pequeno’, quem dirá ‘mediano’?!). Mas há
quem assim me considere, vejam só! E quem sou eu para dizer que não?! Se um ‘fã
não assumido’ assim me considera, quem dirá meus ‘admiradores’ declarados!
(incrivelmente tenho alguns). Mas a questão não é a classificação ou categoria
cronológica ou burocrática do ‘pensador’ e seu pensamento, mas sim o ‘pensar
por si próprio’. Assim como, ‘saber que penso’ é um tanto óbvio, então a
questão é ‘saber o que e como penso’. Mas este é um tema mais profundo que não cabe
numa ‘crônica mediana’ como esta, escrita por um ‘pensador e escritor mediano’
como eu. No fim das contas - justiça seja feita! - estou coerente à minha
própria altura, que não passa de um metro e sessenta e cinco.
* também publicado no jornal Folha do Bairro, 20/06
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