sexta-feira, 18 de julho de 2014

Consideração pós-copa...

























Que o futebol brasileiro (profissional e espetacular) definhe ainda mais para que outros valores nacionais transpareçam e avancem, conquistem espaços e passem a ter maior valorização nessa nossa ‘cultura jornalística’ (definição de Nietzsche) ou midiática do espetáculo. Espetáculo este que, patrocinado segundo interesses meramente comerciais, traz em si ideologias e valores que se lançam ao público através dos meios de comunicação de massa como possibilidades, mas que, no fundo, são limitações culturais, educacionais, artísticas, filosóficas e de linguagem. Espetáculo que serve para a manutenção de um sistema baseado na manipulação das informações e redução das possibilidades, sob tudo, de pensamento e de ampliação das linguagens. Sistema onde ideologia e doutrina substituem o que era para ser filosofia e produto o que era pra ser arte, assim como, neste ‘sistema espetacular’, o publicitário substitui o artista e o jornalista substitui o sociólogo, o historiador ou o filósofo. Nesta ‘pátria de chuteiras’ (definição muito bem cunhada pelo cronista/escritor Nelson Rodrigues) futebol é praticamente sinônimo de brasilidade, sendo que existem muitos outros valores (não só esportivos e/ou espetaculares) que definem, e com mais profundidade, nossa diversidade cultural. 


* também publicado no jornal Folha do Bairro, 18/07.




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