sexta-feira, 11 de julho de 2014

Idólatras


De Joaquim Barbosa a Neymar, a grande mídia ideológica e oficial brasileira fabrica e promove seus ídolos, ícones, heróis ou semideuses. Qual será o próximo? Promoção facilitada pelo vício em cinema hollywoodiano, publicidade em torno das estrelas (ídolos de sucesso), idealismo, status esportivo e a cima da riqueza, entre outros, de parte significativa da população boquiaberta brasileira. Uma sociedade iludida, alienada, onde, volta e meia, surgem alguns ‘heróis’ que irão libertar ou salvar essa mesma sociedade. Do quê? Dela própria, já que quase não se suporta. Heróis que, ao invés de libertar, escravizam, alienam, causam uma sensação de dependência deles (os heróis) nos sujeitos passivos. Eis a função do ícone, muito bem aproveitada pela ideologia dos meios de comunicação de massa e pela publicidade política e de mercado. É assim que se conduz uma manada, tática também da maioria das religiões. O pastor e suas ovelhas, todos abaixo do ‘escolhido’, do ‘iluminado’ senhor das vontades. Idólatras acham que se determinam, mas são determinados, geralmente inconscientemente, e quando alguém mexe com seus ídolos, viram monstros e escudos, saindo em suas defesas. Idólatras, geralmente, são como cães que ladram, mas não mordem, antes, obedecem com alegria sacolejando seus rabos...


* também publicado no jornal Folha do Bairro, 11/07.



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