Uma das melhores concepções de ética que já vi veio da filósofa,
psicóloga e poeta Viviane Mosé, que diz: “uma atitude ética é aquela que
considera o entorno e o porvir”. Tendo em vista o ‘outro’, ética não é algo que
se compre ou se negocie. Ética se constrói sendo. E são as relações humanas,
sociais e/ou culturais que definem muito do que é a ética, que, assim, também
pode ser coletiva. Toda a ética vem acompanhada de certa moral. Moral e ética
são amantes que convivem em diálogo, e é difícil pensar em uma sem a outra.
Novamente o ‘um’ e o ‘outro’, constituindo uma relação. Uma relação, sob tudo
ética, e convergindo em certa moral. Mas, o que acontece muito, é o discurso submeter,
ou estar além desta relação. Tomemos por exemplo um ‘homem público’, o Sr. deputado
Jair Bolsonaro, campeão em votos nas últimas eleições. Polêmico por suas
declarações ‘violentas’, Bolsonaro ofende, agride, menospreza, imbeciliza. É
esse um cidadão ético? De moral elevada? Ou apenas um embuste espalhafatoso que
representa a mediocridade moral e cultural de um país? Convicção ou demência? O
que é Bolsonaro? Um ‘homem público’ que não considera o entorno nem o porvir, é
o que melhor representa uma política arcaica e medíocre, como parte
significativa da nossa. Mas há quem ache ele ético. Acreditem! Qual será a
concepção de ética desses?
* também publicado no jornal Folha do Bairro, 19/12.
Nenhum comentário:
Postar um comentário