sexta-feira, 19 de dezembro de 2014

Leituras do Cotidiano, 19/12

Professor e seu mundo

Ano letivo que se encerra. Crianças que se despedem. Eu que, ao mesmo tempo me alegro com o sucesso das nossas aulas recheadas de filosofia, história, sociologia, poesia, literatura, cinema, etc., me entristeço com a falta do sorriso, atenção e carinho das crianças e jovens que movem minha esperança no mundo, me motivando para continuar sendo professor. As salas de aula, corredores, pátio da escola, estão vazios. Possivelmente verei alguns dos meus alunos no próximo ano. Outros, por aí. Mas sei que, alguns, talvez, nunca mais verei. E assim acontece a vida de um professor. Você está cercado de estudantes barulhentos durante quase um ano inteiro. De repente, está solitário no silêncio do vazio. Você ajuda a constituir seres pensantes, como filhos seus, e tem tantos filhos. De repente, já nenhum. O mundo, ao mesmo tempo em que é cheio, também é vazio. O professor tem relação com o pai e a mãe que, criam seus filhos com amor e carinho e depois os libertam para o mundo. Um mundo, às vezes, complicado e violento (em seus vários níveis), mas, às vezes, maravilhoso de se estar e viver. Sem meus alunos/as, minhas aulas, confesso, me sinto um tanto perdido, mas sei que, em breve, estarei novamente cumprindo com a função a qual me integrei, a de ‘ensinar aprendendo’, pois, é nisso que consiste meu caminho neste universo da educação, da cultura, do aprendizado, do conhecimento. Enfim. Sou professor e tenho alegrias por isso, por mais tristezas que cruzem meu caminho. Esta função ainda é gratificante. Ainda é importante. Eu diria, fundamental! Eu, professor nas escolas e estudante no mundo...


Manchas na política nacional


O cara foi bem votado. Recordista, conste! Volta e meia destila sua mediocridade e estupidez pela obesa mídia nacional. O nome do dito cujo é Jair Bolsonaro. Já foi militar e é congressista. Compõe hoje, um dos piores (senão o pior) congresso da história do nosso país. Um deputado que tem no tom de seu discurso o escárnio contra as diversidades. Algo típico e comum em regimes nazifascistas. Uma besta que posa de vítima e cidadão ético. Ele tem sua moral. Uma moral sob tudo duvidosa, onde, por trás dela se esconde, possivelmente, um ser patológico, cheio de impedimentos, frustrações e fetiches pelo que é bizarro e violento. Transforma esta ‘patologia’ em ideologia e ação política, no que deveria buscar tratamento. Um dos mais votados da história. O típico político eleito pela massa de manobra de uma indústria cultural que trabalha em pró de interesses privados. Eis a cara de parte de nossa política oficial, pois ela é feita de pessoas, homens públicos, com o Sr. Bolsonaro e afins, e os interesses por trás deles. Mas, também existem aqueles que fazem jus ao seu papel de representar a sociedade, mesmo sendo a menor parcela, fazem o contraponto desta condição quase miserável que é a nossa política nacional. Enfim. Enquanto assim for, estaremos na corda bamba, nos equilibrando para não cair no abismo. Que o Sr. Bolsonaro seja execrado da política nacional e viva sua vida longe da política e dos holofotes, pois, é assim que seres como estes se alimentam e ocupam espaços que deveriam ser dignificados e não vulgarizados. Amém!













* também publicado no jornal Gazeta de Chapecó.



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