sexta-feira, 27 de março de 2015

E o fator cultural?

“Um grande equívoco de parte significativa da dita esquerda brasileira é achar que o movimento (leia-se protestos do último dia 15) é feito só por grupos de ‘elite’. A ideologia é da elite, os interesses são da elite, o dinheiro é da elite, os porta-vozes são vozes da elite, mas essa ideologia é ardilosa o suficiente pra infectar as mentes de todas as camadas sociais. É uma ideologia baseada em medo, ódio e ignorância, e infelizmente esses elementos tem uma força de mobilização muito poderosa, mais do que a razão e a solidariedade.” Foi mais ou menos assim que o historiador e professor da UFFS, Ricardo Machado, descreveu um pouco do contexto sociocultural e político atual, referente às recentes manifestações pelo país. Ou seja, além de politização (o que muitas vezes não passa de ‘doutrinamento’), precisamos de consciência artística e filosófica (ação na cultura), caso contrário, continuaremos vulneráveis a forma mais forte de ideologia que pode existir, a ignorância. Já diria Einstein que, ‘é mais fácil desintegrar um átomo do que um preconceito’. Portanto, é fundamental que, o governo e a esquerda brasileira (sob tudo a que ocupa espaços oficiais e institucionais) comecem a fazer o dever de casa, armando a sociedade de conhecimentos diversificados e aprofundados, pois, nem só de consumo e cartilha vive o povo. 

* também publicado no jornal Folha do Bairro.



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