quinta-feira, 19 de março de 2015

Leituras do Cotidiano

Conflitos e contradições...

Manifestações turísticas (?)

Percebendo para além da 'emoção', eis que vejo:

Em Salvador, Bahia (lugar que conheço pessoalmente, conste!), onde a grande maioria da população é afrodescendente (negra), só vi uma banda musical que não era composta por brancos. A grande maioria nas fotos e imagens, branquinhos, branquinhos. ‘Fenômeno’ interessante, não?!

A maioria dos manifestos do dia 15 ostentaram em seus cartazes: 'Fora Dilma' ou 'Impeachment', ao invés de algo realmente consistente como: 'Reforma Política, Já!'. Qual é o motivo deste furo?

Nos manifestos ditos 'apartidários' pelo país, palavra de ordem: 'Fora PT' e/ou 'Fora Dilma', sendo que, se o movimento fosse realmente 'apartidário' como, ingenuamente (ou 'ignorantemente') alguns insistem em dizer (outros intencionalmente/ideologicamente), teriam cartazes e faixas dizendo também: 'Fora PMDB, PP, PSD, PSDB', entre outros. Questão de lógica, não? E a 'coerência'?

Alguns acreditam piamente que o 'Fora Dilma' tem por objetivo principal combater a corrupção no Brasil e moralizar a nação. Ingenuidade? Ignorância? Pretexto? Interesse? Se fosse um caso de coerência, estariam pedindo também a queda de Eduardo Cunha (PMDB), Renan Calheiros (PMDB) e muitos outros. Há quem diga que, por parte de muitos, apenas uma maneira de passar o tempo e de preencher a pobreza existencial entre uma novela e outra...

Entidades empresariais/industriais apoiando os manifestos, enquanto símbolos da 'maçonaria' apareciam em cartazes. Neste mato tem cachorro...

Um bloco inteiro no Fantástico da Globo mostrando imagens das manifestações pelo país e não apareceu nenhuma faixa ou cartaz pedindo 'Reforma Política'. Veja só que coisa...

A 'Guerra Fria' ainda não terminou. Estamos no 'terceiro turno' das eleições presidenciais: muitas manifestações pedindo 'intervenção militar' e 'fora comunismo', 'o Brasil não é Venezuela', entre outras 'pérolas'. Em suma, baita causa, eim?! 

Tá bem, eu concordo! Separemos então o Brasil. Reacionários pró-militarismo de um lado, nós (eu) do outro. Fechou! 'Viva o separatismo!'


O bom e velho Buk em seus tiros certeiros:

“Nós nascemos assim, nisso: Nos hospitais que são tão caros, que são baratos para morrer; num país onde as cadeias estão cheias e os hospícios estão fechados; num lugar onde as massas elevam idiotas em heróis ricos.”


Qualquer semelhança com a realidade, não é mera coincidência.



* também publicado no jornal Gazeta de Chapecó.



Nenhum comentário: