Conflitos e contradições...
Manifestações turísticas (?)
Percebendo para além da 'emoção',
eis que vejo:
Em Salvador, Bahia (lugar que conheço pessoalmente, conste!), onde
a grande maioria da população é afrodescendente (negra), só vi uma banda
musical que não era composta por brancos. A grande maioria nas fotos e imagens,
branquinhos, branquinhos. ‘Fenômeno’ interessante, não?!
A maioria dos manifestos do dia 15 ostentaram em
seus cartazes: 'Fora Dilma' ou 'Impeachment', ao invés de algo realmente consistente
como: 'Reforma Política, Já!'. Qual é o motivo deste furo?
Nos manifestos ditos 'apartidários' pelo país, palavra de ordem:
'Fora PT' e/ou 'Fora Dilma', sendo que, se o movimento fosse realmente
'apartidário' como, ingenuamente (ou 'ignorantemente') alguns insistem em dizer
(outros intencionalmente/ideologicamente), teriam cartazes e faixas dizendo
também: 'Fora PMDB, PP, PSD, PSDB', entre outros. Questão de lógica, não? E a
'coerência'?
Alguns acreditam piamente que o 'Fora Dilma' tem por objetivo
principal combater a corrupção no Brasil e moralizar a nação. Ingenuidade?
Ignorância? Pretexto? Interesse? Se fosse um caso de coerência, estariam
pedindo também a queda de Eduardo Cunha (PMDB), Renan Calheiros (PMDB) e muitos
outros. Há quem diga que, por parte de muitos, apenas uma maneira de passar o
tempo e de preencher a pobreza existencial entre uma novela e outra...
Entidades empresariais/industriais apoiando os manifestos,
enquanto símbolos da 'maçonaria' apareciam em cartazes. Neste mato tem
cachorro...
Um bloco inteiro no Fantástico da Globo mostrando imagens das
manifestações pelo país e não apareceu nenhuma faixa ou cartaz pedindo 'Reforma
Política'. Veja só que coisa...
A 'Guerra Fria' ainda não terminou. Estamos no 'terceiro turno'
das eleições presidenciais: muitas manifestações pedindo 'intervenção militar'
e 'fora comunismo', 'o Brasil não é Venezuela', entre outras 'pérolas'. Em
suma, baita causa, eim?!
Tá bem, eu concordo! Separemos então o Brasil. Reacionários
pró-militarismo de um lado, nós (eu) do outro. Fechou! 'Viva o separatismo!'
O bom e velho Buk em seus tiros
certeiros:
“Nós
nascemos assim, nisso: Nos hospitais que são tão caros, que são baratos para
morrer; num país onde as cadeias estão cheias e os hospícios estão fechados;
num lugar onde as massas elevam idiotas em heróis ricos.”
Qualquer semelhança com a realidade,
não é mera coincidência.
* também publicado no jornal Gazeta de Chapecó.
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