terça-feira, 30 de junho de 2015

Redução da Maioridade Penal e suas consequências

Fetiche e punição

Deputados comemoram a redução da maioridade penal como quem festeja a vitória do seu time de futebol numa final de campeonato tirando sarro dos adversários derrotados. Mas não antes de rezar um culto em plena câmara, mostrando o quanto o Estado é laico e eles são bons cristãos, é claro! Sendo que, no texto bíblico, Jesus pregava o perdão, enquanto eles pregam a punição, o castigo. Seus risos comemorativos se explicam. Diferente do que o senso comum pensa e os discursos midiáticos dizem, a redução acarretará outros problemas de ordem social e jurídicos. De ‘Pátria Educadora’ para ‘Pátria Punitiva’. Para o esbalde e deboche daqueles que tem fetiche com menores, agora poderão livremente fazer suas ‘festinhas’ prives com adolescentes de 16 anos, sob os olhos da lei. Enquanto traficantes aliciarão crianças menores de 16. Prostituição e uso de álcool aumentarão, assim como as ‘festinhas’ adultas com ‘ex-menores’. Tudo em nome da ‘família’ da moral e dos bons costumes – amém! Ou em nome do fetiche de alguns senhores-barrigudos-engravatados. Tanto faz, eles querem é mesmo gozar, no amplo e dinâmico sentido do termo.


* também publicado no jornal Folha do Bairro.


 Fetiche dos ‘homi di bem’














Imagem deprimente: ‘ilustres’ deputados rindo e comemorando a aprovação da redução da maioridade penal. O que deveria ser triste, pois, trata-se de um problema sociocultural e histórico e não de um jogo de futebol. No senso comum e na opinião publicada (pelos meios de comunicação), a redução tem ares de solução, mas para além do senso comum, dos discursos e ideologias, ela acarreta muito mais do que uma simples ‘justiça’. O que muitos não percebem, é que com esta redução, jovens que antes eram adultos com 18 anos, agora passam a ser com 16. Ou seja, muitos dos senhores deputados agora poderão agir para além dos vídeos pornográficos. ‘Festinhas’ com adolescentes de 16 anos serão ‘permitidas’ por lei. Além do sexo prostituído, o álcool. Finalmente seus fetiches de velhos-barrigudos-engravatados lhes trarão menos riscos criminais. E eles festejam, comemoram, riem e tem orgasmos só de pensar nisso, além do fetiche pela punição. Não só eles, é claro, vamos ampliar isso para todo o mundo adulto que, covarde, por não assumir problemas que são de sua responsabilidade, os transferem para os mais vulneráveis. Os hipócritas fazedores de leis que rezam cultos com mãos dadas em pleno congresso (Estado laico?), até que enfim terão seus fetiches realizados. Por isso tem motivos para festejarem a situação. É meus amigos, eis os valores ‘familiares’ destes ‘distintos senhores’.
Com a redução, jovens pobres de 16 a 18 anos serão mais facilmente aliciados a prostituição e ao tráfico de drogas, assim como ao trabalho de 44 horas semanais, o que, além de encurtar suas vidas livres e sadias, as tornarão adultos antes do tempo, restringindo seus acessos ao ensino (um problema que deveria, este sim, ser assistido pelos senhores deputados), pois, esta aprovação afetará diretamente os mais necessitados que ainda frequentam a escola. Ou seja, a exploração humana aumentará significativamente, onde a educação será substituída pela punição. E tudo isso implicará em uma série de problemas judiciais. Traficantes continuarão a aliciar menores só que agora de 16 para 15, 14, 13, 12 anos de idade. Crianças serão as próximas vítimas dos traficantes - e dos deputados e seus fetiches. 

































* também publicado no jornal Gazeta de Chapecó.






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