sexta-feira, 20 de maio de 2011

Sobre greve e a condição do mestre...

O poder do Mestre

A greve é um instrumento que cobra, que exige. Infelizmente um dos poucos modos que existem para forçar e já não mais convencer os ‘mandatários’ das necessidades do trabalhador que precisam ser supridas. Ninguém faz greve porque é divertido ou enriquece, mas sim para melhorar alguma condição sócio-econômica ou para forçar o cumprimento de algo que se julgue de direito, justo e/ou necessário. A greve só acontece por um desleixo do próprio poder instituído e, diga-se de passagem, ela já foi mais radical e combativa. As instituições têm sorte que os sindicatos hoje já não são mais os mesmos, e que existe uma amenização nas exigências grevistas. ‘Tudo’ se negocia. Um tempo atrás, não era bem assim. Como se diz no senso comum, o buraco era mais embaixo. Mas ainda assim, os dirigentes, muitas vezes, agem sem nenhum bom senso. Em Santa Catarina, professores da rede pública de educação iniciaram uma greve que cobra a implantação imediata da Lei do Piso Salarial no Estado. Cobrança justa! Não é só porque professor seja ‘uma das minhas profissões’, mas neste caso, defendo a ‘categoria’. O professor ganha muito pouco no Brasil. Qualquer marqueteiro de plantão ganha mais do que um professor. Um bom professor (e aqui não me refiro a qualquer professor, porque existem casos e casos...), deveria, dentro de um senso de justiça, ganhar mais do que um político. Mais do que um advogado, promotor e até mesmo juiz, porque não! O professor é aquele que prepara o indivíduo para ocupar territórios até então inóspitos. Mas ele é desprestigiado por isso, no que deveria ser respeitado. Um professor deveria estar no nível de um médico ou um juiz de direito na pirâmide social. Não pela autoridade, mas pela sua função. Mas não. Isso é só uma piada desse cronista sem graça. O professor, dentro de um conceito de profissão, é praticamente um mendigo, que precisa protestar, fazer greve para exigir um pouco mais de dignidade e respeito à sua função. Vivemos no capitalismo, portanto, o salário é sim um motivador e um realizador. Infelizmente! Futuros médicos, juízes e políticos, todos, passam pelas mãos do professor (quer dizer... políticos, nem todos!). E qual é a recompensa daquele que destina seu tempo a ensinar e fazer da vida de outros um ‘sucesso’? Nisso, também precisamos rever nossas práticas, nossos modos e conteúdos. Nessa nossa sociedade, do jeito em que está, é coerente antes desconstruir a ensinar. E nisso, também temos nosso poder – que não é financeiro. Mentes estão em nossas mãos...

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atitudes como esta para desconstruir o discurso obeso dos burocratas de terno e gravata: http://www.youtube.com/watch?v=yFkt0O7lceA  ..porque 'quem cala consente!'


Um comentário:

Anônimo disse...

Texto com ar ameaçador!