segunda-feira, 2 de maio de 2011

Osama ou Obama? Escolha sua arma...

Cristãos em festa! (ou: A 17ª morte de Osama)

Osama Bin Laden, o líder maior do grupo fundamentalista Al Qaeda morreu. ‘De novo?’. ‘Já não tava morto?’. Na sociedade do espetáculo se morre quantas vezes for preciso. Nessas horas deve estar boiando no mar. ‘Foi atirado no mar? Estranho!’ Independente de ser lançado ao mar ou não, virou mártir. Neste momento deve estar sendo saudado frente ao mar, como Iemanjá. Cada povo, crença, facção, ideologia, etc., cria e cultua seus ícones da maneira que achar mais conveniente, não é? Enquanto Bin Laden vira símbolo pra alguns, o ex-papa João Paulo II acaba de virar ícone pra outros, sendo canonizado pela Igreja Católica, tornando-se seu mais novo ‘santo’. E mais um show midiático acontece acima disso tudo. Na TV, comemoração cristã pelo mundo ocidental. Até alguns repórteres globais não escondem sua ‘quase’ velada satisfação. A vingança do ocidente se cumpriu - o culto à morte cristão. O orgulho dos EUA. Orgulho medíocre! Orgulho de morte cristão. Cristão? Responda você... cristão! Jesus é amor, Jesus é perdão. Ué! Como assim? Isso tem relação? Responda você... cristão! ‘Cristãos’ que comemoram a vingança e a morte. Me parece contraditório. Ou não? Responda... você...  Obama e Osama, além da semelhança nos nomes, existe uma relação entre eles. De Estado pra Estado. Obama-mocinho caça e mata Osama-bandido. Era o que Obama precisava para elevar a ‘moral’ de seu governo quase simbólico. Mas quem era mesmo Osama? No contexto da Guerra Fria, quando o mundo era partilhado pelos EUA e a então URSS (hoje Rússia), vencedores da 2ª Grande Guerra, Bin Laden foi um aliado dos EUA, praticamente cria deste país, assim como Sadan Hussein. Treinado, armado militarmente e ideologicamente pelos EUA, Bin Laden resistiu contra a invasão soviética dos ‘comunistas’, deixando o território livre para os interesses dos EUA. O que estes não esperavam era uma reviravolta nisso tudo. O tempo passou e a criatura se voltou contra o criador. Nisso, no mínimo, os EUA têm parte nos atentados terroristas pelo mundo, direta ou indiretamente. A coisa é bem maior e mais complexa do que se desenha nos meios de comunicação que, mediocremente, comungam do mesmo riso. O riso vingativo dos ‘fabricantes do terror’ que se auto-proclamam os justiceiros em nome do ‘Bem’. Mas o ‘Bem’ (Cristo) não era partidário do amor e do perdão? Responda você... cristão!


O orgulho revitalizado dos EUA

‘Matamos Bin Laden, matamos Bin Laden!’ Mas quem foi (ou é) ele? Ele realmente existiu (ou ainda existe)? Lenda? Mito? Fantasia? Montagem? Um robô? Ou quem sabe um E.T.? A suposta morte do líder terrorista da Al Qaeda, Osama Bin Laden, causou euforia no mundo ocidental judaico-cristão, sob tudo, nos EUA. Vítimas e ‘vitimidiatilizados’, os norte americanos cantaram, dançaram, beberam, urraram e vibraram com a morte do inimigo. Assim como fizeram alguns desafetos dos EUA quando as torres gêmeas no 11 de setembro desabaram e morreram milhares de pessoas. Como num jogo, ‘agora estamos kits!’ (e haverá revanche ou a partida final, a neguinha?). Para o atual presidente norte americano Obama e seu governo quase simbólico, é uma pedra que avança no tabuleiro, pois até então o ‘homem mais poderoso do mundo’ andava meio apagado. Mais do que o desaparecimento de uma ameaça, a suposta morte de Bin Laden representa a revitalização de um orgulho a muito apagado. O velho EUA dos caubóis-mocinhos caras pálidas e dos apaches-bandidos peles vermelhas é manchete de capa novamente: ‘O ocidente ainda vive! Estamos aqui e é bom que nos vejam! Ainda somos os fodões!’. Fazia tempo que eu não via o orgulho norte americano sendo exteriorizado de uma forma tão festiva. Orgulho medíocre. Dá até pena! O país dos sonhos capitalistas e da liberdade econômica ter que comemorar isso! Antigamente, os EUA comemoravam seus heróis e seus feitos, por mais forjados que fossem. Hoje, lastimavelmente, se rebaixam a comemorar a morte do inimigo – belo e puro sentimento cristão (?). Como se isso, por acaso, mudasse a história. Uma história, como tantas outras, escrita também com sangue (leia-se o caso dos ‘índios’ norte americanos). Nem tudo é ‘sonho americano’ e fantasia na terra do Tio Sam. A economia enfraquecida e o orgulho motivado ideologicamente pela publicidade em baixa. Agora, com essa injeção de ânimo, pode ser que os EUA voltem a gritar alto. Mas o quadro econômico mundial não é tão propício para uma economia tão desgastada e contraditória como a dos EUA. Alguns acreditam que os seguidores de Bin Laden vingarão a morte do seu líder, outros acham que com essa eles já eram. Coisas que só a história mesmo poderá dizer. Enquanto isso, eu vou cevando meu mate junto a um fogão velho e enferrujado neste lugar esquecido...

3 comentários:

Carol Vidal disse...

"orgulho medíocre."

ótimo post Niko! exatamente o que estava comentando hoje de manhã..

Liza disse...

...mataram a cobra e não mostraram o pau!

Marco Bissoli disse...

A pior ironia é que na operação para "apagar" Osama, o mesmo era designado como "Gerônimo" - nome do líder apache, cuja nação indígena foi diziamada por americanos no passado. A história se repete de forma trágica.