sexta-feira, 18 de outubro de 2013

O conhecimento para a vida...





















Tivemos neste meio de mês, duas datas significativas no nosso calendário – me refiro ao ‘dia das crianças’ e ao ‘dia do professor’, ambas, interligadas por uma necessidade de um com o outro. Em torno dessa ‘ligação’, a partir de algo que já ouvi um dia, provavelmente na minha infância, que diz: ‘todo o mestre já foi aluno um dia’, penso que continuo sendo (criança e aluno), pois, considerando um dos ensinamentos de um dos meus grandes professores ou mestres, deixo viva a criança que há em mim: “Amadurecer é reconquistar o sentido de seriedade que tínhamos quando crianças, ao brincar” (F. W. Nietzsche). Acontece que, se mata o conhecimento quando se mata a criança a partir da sua submissão aos trâmites burocráticos do ‘mundo adulto’, onde muitas instituições de ensino priorizam as formalidades, as metodologias, e não o conhecimento em si. Viviane Mosé (professora e mestra), sobre isso, nos diz: "(...) a fome de saber, a vontade de conhecer é mais eficiente para o processo de aprendizagem do que a manutenção dos deveres cumpridos”. Outro fator que imobiliza o conhecimento para a vida, e não para as coisas, é a educação submetida ao discurso promotor de um suposto futuro bem sucedido. A vida não foi feita para ‘se dar bem’, mas para, mais ‘simples’ (ou complexo) do que isso, ‘ser vivida’. Nisso, Mosé reitera: "(...) a aprendizagem deve ser importante no presente pelo seu valor de uso, não pelos benefícios prometidos para o futuro”.


* também publicado no jornal Folha do Bairro, 18/10



Nenhum comentário: