Tivemos neste meio de mês, duas datas
significativas no nosso calendário – me refiro ao ‘dia das crianças’ e ao ‘dia
do professor’, ambas, interligadas por uma necessidade de um com o outro. Em
torno dessa ‘ligação’, a partir de algo que já ouvi um dia, provavelmente na
minha infância, que diz: ‘todo o mestre já foi aluno um dia’, penso que
continuo sendo (criança e aluno), pois, considerando um dos ensinamentos de um
dos meus grandes professores ou mestres, deixo viva a criança que há em mim:
“Amadurecer é reconquistar o sentido de seriedade que tínhamos quando crianças,
ao brincar” (F. W. Nietzsche). Acontece que, se mata o conhecimento quando se
mata a criança a partir da sua submissão aos trâmites burocráticos do ‘mundo
adulto’, onde muitas instituições de ensino priorizam as formalidades, as
metodologias, e não o conhecimento em si. Viviane Mosé (professora e mestra),
sobre isso, nos diz: "(...) a fome de saber, a vontade de conhecer é mais
eficiente para o processo de aprendizagem do que a manutenção dos deveres
cumpridos”. Outro fator que imobiliza o conhecimento para a vida, e não para as
coisas, é a educação submetida ao discurso promotor de um suposto futuro bem
sucedido. A vida não foi feita para ‘se dar bem’, mas para, mais ‘simples’ (ou
complexo) do que isso, ‘ser vivida’. Nisso, Mosé reitera: "(...) a aprendizagem deve ser importante no
presente pelo seu valor de uso, não pelos benefícios prometidos para o futuro”.
* também publicado no jornal Folha do Bairro, 18/10
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